Sequência Didática: Linguagem não verbal

“UM MUNDO POR IMAGENS” 

Autoras: Elisangela dos Santos

Jessica Andrade Almeida

ESTRUTURA CURRICULAR

Nível de ensino: 3º ano do ensino médio

Componente curricular: Língua portuguesa.

Tema: Os textos não verbais como ferramenta na produção do texto dissertativo-argumentativo.

DADOS DA AULA

O que o aluno poderá aprender com esta sequência?

  1. Desenvolver as habilidades interpretativas de textos não verbais;
  2. Analisar o discurso implícito contido nos textos não verbais trabalhados nesta sequência;
  3. Produzir textos argumentativos a partir das discussões propostas pelas imagens a serem trabalhadas;
  4. Reconhecimento do gênero crônica bem como a produção de uma.

Duração das atividades

5 aulas de 50 min.

Conhecimentos prévios trabalhados pelo professor com o aluno

Estruturação e elementos do texto dissertativo-argumentativo.

AULA 1

Entregue a cada um dos alunos uma cópia do texto “O poder das Imagens”, disponível em: <http://www.recantodasletras.com.br/redacoes/3958190>, acesso em março de 2016. Esse texto servirá como base durante toda a sequência.

A primeira leitura do texto deve ser feita em silêncio pelos alunos. Após estipular um tempo para a primeira leitura, solicite que um aluno ou alguns alunos façam a leitura do texto em voz alta.

Em seguida, instigue um debate salientando sobre a importância das imagens e reflita junto aos alunos de que a imagens também são textos, diferentes dos textos escritos, porém, as imagens também são recheadas de significados.

Sugestões de questões problematizadoras para iniciar o debate:

– O que elas representam na vida das pessoas?

– Que tipos de poder elas exercem sobre o ser humano?

– De que forma as imagens interferem na vida das pessoas?

AULA 2

Esta aula tem por objetivo explorar o gênero “propaganda”, a qual é produzida com a finalidade de persuadir o consumidor com imagens e mensagens que muitas das vezes, não correspondem com a realidade do produto.

Mostre aos alunos o comercial da Coca-Cola (disponível em: < https://www.youtube.com/watch?v=4HLUSKPGmow>, acesso em março de 2016) que apresenta crianças dentro de uma sala que ficam cantando uma música feliz, enquanto letreiros apontam só boas notícias. Essas notícias apresentam situações controversas como exemplo: para cada pessoa dizendo que tudo vai piorar, existem 100 casais planejando ter filhos; para cada tanque que se fabrica no mundo, existem 131 mil de bichinhos de pelúcia fabricados; para cada pessoa corrupta há 800 doadores de sangue; a palavra amor tem muito mais resultados no Google que a palavra medo, e no final do vídeo surge a seguinte frase: “pra cada arma que se vende, 20 mil pessoas partilham uma Coca-Cola. Existem razões para acreditar, os bons são maioria 125 anos abrindo a felicidade”.

Além do comercial, utilize algumas imagens de propaganda da Coca-Cola para melhor compreensão dos objetivos desta aula.

A partir do vídeo e imagens mostrados, questione os alunos sobre quais mensagens os produtores querem transmitir aos seus consumidores; se as informações passadas são realmente verídicas; qual a finalidade destas propagandas; que tipo de “felicidade” é vendida pela marca, etc.

AULA 3

Nesta aula, o objetivo é trabalhar a importância das imagens a partir das telenovelas. A novela é tida atualmente como o meio de entretenimento mais popular e acessível em todo o mundo. Ela está presente no cotidiano das famílias, em que muitas das vezes se refletem como um modelo de vida perfeita e em muitos casos elas interferem de tal modo a vida das famílias, que hábitos pessoas são regulados por conta delas. Tais mudanças de comportamentos são alvos de muitas críticas.

A partir destas discussões, proponha uma atividade com base no debate e na imagem presente neste link: <http://blog.cancaonova.com/pensandobem/tag/midia/>, acesso em março de 2016, em que os alunos respondam estas questões:

  1. Qual a mensagem que a imagem acima transmite ao seu interlocutor?
  2. Em sua opinião, as novelas produzem uma imagem fiel à realidade a qual vivenciamos?
  3. A intensão do conteúdo novelístico é somente fazer um retrato da vida real?
  4. A novela pode mudar o comportamento de uma comunidade? Justifique sua resposta e dê exemplos.

AULA 4

Nesta aula, trabalhe com a ditadura da beleza imposta pela mídia e tão marcada pelas celebridades. Utilize imagens de celebridades brasileiras que solidificam a imagem de que o bonito é ser magra branca e de cabelos lisos. As imagens que as celebridades e que seus produtores constroem acaba sendo tomada como exemplos de beleza, a qual de certa forma é exigida pela sociedade, e que podemos chamar “A ditadura da beleza”. Tanto os homens quanto as mulheres estão sendo de certa forma induzidos a possuir tais características para conseguirem fama, namoros, empregos e etc.

Como atividade, solicite que os alunos desenvolvam um texto argumentativo a respeito da ditadura da beleza imposta pela mídia e como a maioria das pessoas são influenciadas por esses estereótipos fortemente marcados.

AULA 5

Com base nas discussões e atividades desenvolvidas nas aulas anteriores, solicite que os alunos produzam uma crônica refutando um dos aspectos discutidos que eles prefiram escrever: propaganda, novelas, a mídia e a imposição da beleza, etc.

Para isso, retome os conceitos e estrutura do gênero crônica para facilitar o desenvolvimento desta atividade por parte dos alunos.

Durante a produção, auxilie os alunos esclarecendo suas dúvidas; peça que troquem suas produções com os colegas para outros avaliarem; separe um tempo para que os alunos refaçam os textos a partir de suas correções e novas postulações. Após a criação das crônicas, crie uma página no facebook para que os alunos publiquem seus textos e divulguem com parentes, amigos e comunidade escolar. Dessa forma, todos terão acesso a suas produções, podendo lê-las, comentá-las como também compartilhá-las. É importante lembrar que essas crônicas devem ser revisadas e corrigidas pelo professor antes de serem publicadas.

Sequência Didática: Letramento Literário

PROPOSTA DE LETRAMENTO LITERÁRIO E CONSCIENTIZAÇÃO SÓCIO-POLÍTICA A PARTIR DO MÉTODO RECEPCIONAL

 JOSEFA ALMEIDA DA SILVEIRA

Mestranda PROFLETRAS/UFS/ Itabaiana-SE

josefaletras@gmail.com

PÚBLICO ALVO: Alunos do 9º ano do Colégio Estadual Guilherme Campos, Campo do Brito-SE.

OBJETIVO: Desenvolver o estímulo à leitura, interpretação e produção textual a partir do letramento literário, de forma significativa, aliado a uma proposta de desenvolvimento do senso crítico-reflexivo e conscientização sócio-política.

O exercício da cidadania deve ser a base do cotidiano escolar, o qual deve ser permeado de atividades que projetem a construção da participação social no presente e no futuro dos alunos, dentro e fora dos muros da escola. Para isso o trabalho precisa ser coletivo e oportunizar voz ao estudante, a fim de que se possa produzir ações de linguagem autorais e confiantes. É nessa perspectiva que o letramento literário se faz importante, torna-se requisito para o acesso a práticas orais e escritas, essenciais à ampliação das competências e habilidades necessárias ao bom andamento do processo de ensino da língua. Proposta de letramento literário e conscientização sócio-política a partir do método recepcional propõe-se ao desenvolvimento de algumas dessas competências e habilidades por parte dos alunos incluindo e privilegiando a diversidade dos sentidos, em variados contextos da língua falada e escrita, por meio de textos apresentados e trabalhados em variados gêneros, como: poema, charge, piada, entrevista, texto de opinião, e em diferentes configurações: orais, escritos, em vídeos, numa prática diversificada de leitura e produção, com vistas a atender a múltiplos domínios sociais da comunicação. A sequência didática será baseada na teoria de Cosson, ancorada no método recepcional, teorizado por Bordini e Aguiar, apoiada em atividades de leitura, interpretação e produção textual.

SEQUÊNCIA DIDÁTICA

I. Motivação (01 aula)

 

  1. Apresentação do vídeo musical “Que país é esse? ” – Legião Urbana. https://www.youtube.com/watch?v=z6uM7FehywQ&list=RDz6uM7FehywQ

2. Questionamento que dá título à canção “Que país é esse? ”. Reflexão sobre a nação brasileira e sua situação sócio-política. (Entregar cópia da canção aos alunos).

Que País É Esse?   Renato Russo

 

Nas favelas, no senado

Sujeira pra todo lado

Ninguém respeita a constituição

Mas todos acreditam no futuro da nação

 

 

Que país é esse?

Que país é esse?

Que país é esse?

Que país é esse?

No Amazonas

E no Araguaia ia, ia

Na Baixada Fluminense

No Mato grosso

E nas Gerais

E no Nordeste tudo em paz

Na morte eu descanso

Mas o sangue anda solto

Manchando os papeis

Documentos fiéis

Ao descanso do patrão

 

Que país é esse?

Que país é esse?

Que país é esse?

Que país é esse?

 

Terceiro mundo se for

Piada no exterior

Mas o Brasil vai ficar rico

Vamos faturar um milhão

Quando vendermos todas as almas

Dos nossos índios num leilão

 

Que país é esse?

Que país é esse?

Que país é esse?

http://www.vagalume.com.br/legiao-urbana/que-pais-e-esse.html

3. Slides com charges políticas (A cada visualização de charge, serão propostas questões orais a respeito da atual situação política brasileira). Momento de incentivo à oralidade.

charge

charge 2

charge 3

charge 4 4. Contação de piada política. (Entregar cópia da piada aos alunos).

PIADA

Um senador está andando tranquilamente quando é atropelado por um caminhão e morre. A alma dele chega ao Paraíso e dá de cara com São Pedro na entrada. – Bem-vindo ao Paraíso! – diz São Pedro – Antes que você entre, há um probleminha. Raramente vemos parlamentares por aqui, sabe, então não sabemos bem o que fazer com você. – Não vejo problema, é só me deixar entrar – diz o antigo senador. – Eu bem que gostaria, mas tenho ordens superiores. Vamos fazer o seguinte: você passa um dia no Inferno e um dia no Paraíso. Aí, pode escolher onde quer passar a eternidade. – Não precisa, já resolvi. Quero ficar no Paraíso – diz o senador. – Desculpe, mas temos as nossas regras. Assim, São Pedro o acompanha até o elevador e ele desce, desce, desce até o Inferno. A porta se abre e ele se vê no meio de um lindo campo de golfe. No fundo ele vê o clube na frente do qual estão todos os amigos dele e outros políticos que haviam trabalhado com ele. Todos muito felizes em traje social. Ele é cumprimentado, abraçado e eles começam a falar sobre os bons tempos em ficaram ricos às custas do povo. Jogam uma partida descontraída depois comem lagosta e caviar. Quem também está presente é o Diabo, um cara muito amigável que passa o tempo todo dançando e contando piadas. Eles se divertem tanto que, antes que ele perceba, já é hora de ir embora. Todos se despedem dele com abraços e acenam enquanto o elevador sobe. Ele sobe, sobe, sobe e porta abre outra vez. São Pedro está esperando por ele. – Agora é a vez de visitar o Paraíso. Ele passa 24 horas junto a um grupo de almas contentes que andam de nuvem em nuvem, tocando harpas e cantando. Tudo vai muito bem e, antes que ele perceba, o dia se acaba e São Pedro retorna. – E aí? Você passou um dia no Inferno e um dia no Paraíso. Agora escolha a sua casa eterna. Ele pensa um minuto e responde: – Olha, eu nunca pensei, mas… O Paraíso é muito bom, mas eu acho que vou ficar melhor no Inferno. Então São Pedro o leva de volta ao elevador e ele desce, desce, desce até o Inferno. A porta abre e ele se vê no meio de um enorme terreno baldio cheio de lixo. Ele vê todos os amigos com as roupas rasgadas e sujas catando o entulho e colocando em sacos pretos. O Diabo vai até ele e passa o braço pelo ombro do senador. – Não estou entendo – gagueja o senador – ontem mesmo eu estive aqui e havia um campo de golfe, um clube, lagosta, caviar, e nós dançamos e nos divertimos o tempo todo. Agora só vejo esse fim de mundo cheio de lixo e meus amigos arrasados. O Diabo olha pra ele, sorri e diz: – Ontem estávamos em campanha. Agora já conseguimos seu voto!

 http://www.piadasnet.com/piada1180politicos.htm

II. Introdução (01 aula)

 1. Slides sobre vida e obra do autor Affonso Romano de Sant’Anna.

2. Entrevista com o escritor Affonso Romano de Sant’Anna sobre o início de sua carreira, que o mesmo concedeu à editora Saraiva. https://www.youtube.com/watch?v=W7aVRq_pa5k)

3. Contato com livros do autor. (Os livros serão levados para a sala pelo professor).

 III.   Leitura (01 aula

  1. Texto “Sobre a atual vergonha de ser brasileiro”. (Cada aluno recebe uma cópia do texto).

1º:  leitura silenciosa.

2º:  leitura oral, pelo professor.

3º:  leitura oral, em grupos, pelos alunos.

Sobre a atual vergonha de ser brasileiro

“Que vergonha, meu Deus! ser brasileiro
e estar crucificado num cruzeiro
erguido num monte de corrupção.

 

Antes nos matavam de porrada e choque
nas celas da subversão. Agora
nos matam de vergonha e fome
exibindo estatísticas na mão.

 

Estão zombando de mim. Não acredito.
Debocham a viva voz e por escrito.
É abrir jornal, lá vem desgosto.
Cada notícia
– é um vídeo-tapa no rosto.

Cada vez é mais difícil ser brasileiro.
Cada vez é mais difícil ser cavalo
desse Exu perverso
– nesse desgovernado terreiro.

 

Nunca te vi tamanho abuso.
Estou confuso, obtuso,
com a razão em parafuso:
a honestidade saiu de moda,
a honra caiu de uso.

 

De hora em hora
a coisa piora:
arruinado o passado,
comprometido o presente,
vai-se o futuro à penhora.
Me lembra antiga história
daquele índio Atahualpa
ante Pizarro – o invasor,
enchendo de ouro a balança
com a ilusão de o seduzir
e conquistar seu amor.

 

Este é um país esquisito:
onde o ministro se demite
negando a demissão
e os discursos são inflados
pelos ventos da inflação.

 

Valei-nos Santo Cabral
nessa avessa calmaria
em forma de recessão
e na tempestade da fome
ensinai-me
– a navegação.

 

Este é o país do diz e do desdiz,
onde o dito é desmentido
no mesmo instante em que é dito.
Não há lingüistica e erudito
que apure o sentido inscrito
nesse discurso invertido.Aqui
o dito é o não-dito
e já ninguém pergunta
se será o BeneditoAqui
o discurso se trunca:
o sim é não,
o não, talvez,
o talvez,
– nunca.

 

Eis o sinal dos tempos:
este é o país produtor
que tanto mais produz
tanto mais é devedor.

 

Um país exportador
que quanto mais exporta
mais importante se torna
como país
– mau pagador.

 

E, no entanto, há quem julgue
que somos um bloco alegre
do “Comigo Ninguém Pode”,
quando somos um país de cornos mansos
cuja história vai ser bode.

 

Dar bode, já que nunca deu bolo,
tão prometido pros pobres
em meio a festas e alarde,
onde quem partiu, repartiu,
ficou com a maior parte
deixando pobre o Brasil.

 

Eis uma situação
totalmente pervertida:
– uma nação que é rica
consegue ficar falida,
– o ouro brota em nosso peito,
mas mendigamos com a mão,
– uma nação encarcerada
doa a chave ao carcereiro
para ficar na prisão.

 

Cada povo tem o governo que merece?
Ou cada povo
tem os ladrões que a enriquece?
Cada povo tem os ricos que o enobrecem?
Ou cada povo tem os pulhas
que o empobrecem?

 

O fato é que cada vez mais
mais se entristece esse povo
num rosário de contas e promessas,
num sobe e desce
– de pranto e preces

 

Ce n’est pas un pays sérieux!
já dizia o general.
O que somos afinal?
Um país pererê? folclórico?
tropical? misturando morte
e carnaval?

 

– Um povo de degradados?
– FIlhos de degredados
largados no litoral?
– Um povo-macunaíma
sem caráter nacional?

 

Ou somos um conto de fardas
um engano fabuloso
narrado a um menino bobo,
– história de chapeuzinho
já na barriga do lobo?

 

Por que só nos contos de fada
os pobres fracos vencem os ricos ogres?
Por que os ricos dos países pobres
são pobre perto dos ricos
dos países ricos? Por que
os pobres ricos dos países pobres
não se aliam aos pobres dos países pobres
para enfrentar os ricos dos países ricos,
cada vez mais ricos,
mesmo quando investem nos países pobres?

 

Espelho, espelho meu!
há um país mais perdido que o meu?
Espelho, espelho meu!
há um governo mais omisso que o meu?
Espelho, espelho meu!
há um povo mais passivo que o meu?

E o espelho respondeu
algo que se perdeu
entre o inferno que padeço
e o desencanto do céu.

http://www.releituras.com/arsant_brasileiro.asp   

2. Apresentação de um vídeo “Sobre a atual vergonha de ser brasileiro”. https://www.youtube.com/watch?v=5L3F87Or8Zc

 

IV. Interpretação (06 aulas)

Primeira interpretação 

  1. Impressão geral do título e da obra “Sobre a atual vergonha de ser brasileiro”, a partir de depoimentos orais.
  2. Organização de trabalho extraclasse: entrevista.
  • Os questionamentos serão alguns do próprio texto, como, por exemplo: “ Cada povo tem o governo que merece? ”, entre outras.
  • Os entrevistadores (Alunos do 9º ano) farão a pesquisa aos demais colegas da escola, professores e outros funcionários da escola.
  • Cada aluno entrevistará cinco pessoas, diferenciadas por idade, gênero, função na escola.

3. Atividade final: relatório, com a apresentação das respostas obtidas para a turma.

Contextualização 

  • Contextualização histórica: trabalho de intertextualidade com o professor de História, uma explanação sobre a Ditadura militar.
  • Contextualização presentificadora: identificação do mundo social do aluno com o do texto, a partir de depoimentos orais.
  • Contextualização temática: trabalho com alguns temas do texto com foco para a política.

1º: Trabalho em grupo de dois ou três alunos com discussões a respeito do tema a partir de questionamentos propostos pelo professor.

2º: Debate entre os grupos. (Importante observar o papel do professor enquanto mediador).

Segunda interpretação 

  • Produção de um pequeno vídeo (movie maker) com o texto “Sobre a atual vergonha de ser brasileiro”, com imagens, fundo musical e/ou declamação do poema. Trabalho em grupo.
  • Produção escrita: texto de opinião – “O que esperar dos políticos? ”. (Essa atividade abre a possibilidade para a reescrita, caso seja necessário, e não deve se confundir com a pura e simples revisão final, mas um ato de aperfeiçoamento do texto. Trabalho individual. Os textos após concluídos serão expostos num mural, no pátio da escola).

V. Expansão (01 aula)

  1. Mostra do vídeo do poema “Que país é este”, também de Affonso Romano de Sant’Anna. (Declamado pelo próprio autor). https://www.youtube.com/watch?v=LEA4NlUqzHs
  2. Atividade final: discussão oral do texto “Que país é este”.

 

 

REFERÊNCIAS

BORDINI, Maria da Glória; AGUIAR, Vera Teixeira de. Literatura: a formação do leitor: alternativas metodológicas. Porto Alegre: Mercado Aberto, 1988.

CÂNDIDO, Antônio. O direito à literatura. In __________. Vários escritos. Rio de Janeiro/São Paulo: Ouro sobre Azul/Duas Cidades, 2004. P.169-191.

CHARGES políticas. Disponível em: <http://www.chargesdoedra.blogspot.com.br/>. Acesso em: 20 out. 2015.

COSSON, Rildo. Letramento literário: teoria e prática. São Paulo: Contexto, 2014.

PIADAS políticas. Disponível em: <http://www.piadasnet.com/piada1180politicos.htm>. Acesso em: 23 out. 2105.

RUSSO, Renato. Que país é esse? Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=z6uM7FehywQ&list=RDz6uM7FehywQ>. Acesso em: 21 out. 2015.

SANT’ANNA, Affonso Romano de. Sobre a atual vergonha de ser brasileiro. Disponível em: <http://www.releituras.com/arsant_brasileiro.asp>. Acesso em: 18 out. 2015.

__________. Sobre a atual vergonha de ser brasileiro. Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=5L3F87Or8Zc>. Acesso em 26 out. 2015.

__________. Vida e obra. Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=W7aVRq_pa5k >. Acesso em 24 out. 2015.

__________. Que país é este? Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=LEA4NlUqzHs>. Acesso em 26 out. 2015.

 

Oficina – Preconceito Racial

TEMA: Combate ao preconceito e a discriminação racial  

MINISTRANTES:

Anailze Andrade

Danilo de Melo Mercado

Ingrid Aquino

José Aélio Dos Santos

Jessica Lima Silva

Mayara Menezes

Terezinha Andrade

Esta oficina é resultado do trabalho realizado pelos participantes do projeto PIBID da UFS do campus Itabaiana. Ela foi aplicada no evento da OCMEA , direcionada à alunos do ensino fundamental da Escola Monteiro Lobato, com a finalidade de conscientizar e desmistificar o preconceito racial aos negros.

PÚBLICO ALVO: 5° e 6° anos fundamentais

Nº DE AULAS: 6 horas/aulas

ATIVIDADE 1: RESPEITO ÁS DIFERENÇAS

O professor utilizará imagens de crianças, duas negras e duas brancas, coladas em cartolina, e colocará os alunos em três situações diferentes, gerando assim um debate.

capture-20160302-095009

Foto 1                                 Foto 2

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Foto 3                                 Foto 4

Foto 1:Disponível em: http://niallhoranphonenumber.blogspot.com.br/

Foto 2:Disponível em: http://comunidade-artista.blogspot.com.br/2013_05_26_archive.html.

Foto 3:Disponível em: http://hdwyn.com/child_face_smile_girl_hd-wallpaper-52527/.

Foto 4:Disponível em: http://www.avozdocampo.com/cidades/araci/dia-da-consciencia-negra-tera-escolha-da-garota-e-do-garoto-black-de-araci-nesta-sexta.

Situação 1:

Várias crianças estavam participando de um campeonato na escola, quatro delas venceram, porém havia apenas um troféu. Vamos imaginar que vocês são os juízes do campeonato, para quem vocês dariam o troféu?

Situação 2:

Haverá uma festa muito legal em sua casa, condomínio (ou bairro) e você terá o direito de levar apenas um convidado. Quem você escolheria para levar à sua festa dentre as crianças que estão expostas no quadro?

Situação 3:

Você estava na sua casa e, de repente, ouviu alguns gritos de socorro. Você foi até o portão e encontrou uma senhora apontando para as crianças, dizendo que uma delas havia lhe xingado e tentado roubar suas sacolas. Como a senhora estava muito descontrolada, não foi possível identificar quem havia lhe desrespeitado e as crianças saíram correndo assustadas. Qual das crianças você supõe que desrespeitou a senhora?

Após o debate o professor aplicará um questionário com a finalidade de compreender os fatores que influenciam o ponto de vista do aluno, a respeito da “Discriminação Racial”, para ao final desenvolver uma atividade de desconstrução.

1) Quais foram as crianças mais e menos votadas em cada situação?

2) Por que vocês acham que essa criança escolhida merecia o troféu? O que ela tem de diferente dos outros?

3) Qual o motivo que o/a levou a escolher determinada criança como responsável pelo comportamento agressivo com a senhora da situação relatada?

4) Por que você escolheu tal criança como sua convidada para a festa? O que o/a faz pensar que seria uma boa companhia para você?

5) Como é sua família?

6) Com quem você se parece?

7) Quem são seus amigos? Eles possuem aspectos semelhantes ou diferentes?

Em seguida, o professor solicitaria aos alunos que colocassem em faixas de cartolinas palavras que representem o respeito às diferenças, como: amizade, compaixão, respeito, ajuda ao próximo, confiança e entre outros. Posteriormente, eles colariam suas faixas em um painel de isopor confeccionado para essa ação.

ATIVIDADE 2: BRINCADEIRA COM OS ANIMAIS QUE REPRESENTAM A ÁFRICA.

 

O professor colocará as figuras de animais que representam a África, pregadas em um TNT para apresentar aos alunos, e a partir dessas imagens será introduzido  conteúdos acerca do continente africano. Depois, seria proposta a confecção de desenhos feitos pelos alunos para que eles assimilem a flora e a fauna características da África, em seguida eles deverão expor os desenhos em um mural produzido especificamente para essa ação.

Materiais: Lápis de cor, lápis grafite, folha sulfite, barbante e pregadores ou isopor (enfeitado) e broche para pregar as imagens.

 

ATIVIDADE 3: DANÇAS E INSTRUMENTOS MUSICAIS DE ÁFRICA.

 

O professor, inicialmente, mostrará aos alunos instrumentos musicais originários da cultura africana a partir de imagens, e aqueles já incorporados na cultura brasileira, com a apresentação dos nomes. Enquanto os instrumentos estão sendo apresentados, ao fundo serão colocadas músicas que representam o contexto musical africano, como o ritmo da capoeira originária da cultura africana.

Material de apresentação: música de capoeira, e as imagens de instrumentos musicais.

 

ATIVIDADE 4: DESCONTRUÇÃO DO PRECONCEITO RACIAL ATRAVÉS DOS MITOS E LENDAS AFRICANAS.

 

Exploraremos o tema a partir de lendas e mitos africanos, priorizando as lendas mais populares, ou seja, as que são passadas de boca em boca, que contenham muito preconceito racial, que repetimos sem nem mesmo percebermos.

Levaríamos uma caixa com alguns apetrechos, como gorro do saci, velas, cachimbos e etc., para a dinâmica que será realizada ao final desta atividade. Na dinâmica, as crianças vão tirando as coisas da caixa e recontando as lendas eliminando o preconceito embutido ali, sob a orientação do professor.

ATIVIDADE 5: ANÁLISE DA MÚSICA “INCLASSIFICÁVEIS”, DE ARNALDO ANTUNES.

Os alunos devem ter em mãos a letra da música para acompanhar, o mediador deverá buscar junto com os alunos a interpretação da letra da música e observar as colocações deles sobre a temática, gerando discussões.

Inclassificáveis, Arnaldo Antunes 

que preto, que branco, que índio o quê?

que branco, que índio, que preto o quê?

que índio, que preto, que branco o quê?

 

que preto branco índio o quê?

branco índio preto o quê?

índio preto branco o quê?

 

aqui somos mestiços mulatos

cafuzos pardos mamelucos sararás

crilouros guaranisseis e judárabes

 

orientupis orientupis

ameriquítalos luso nipo caboclos

orientupis orientupis

iberibárbaros indo ciganagôs

 

somos o que somos

inclassificáveis

 

não tem um, tem dois,

não tem dois, tem três,

não tem lei, tem leis,

não tem vez, tem vezes,

não tem deus, tem deuses,

 

não há sol a sós

 

aqui somos mestiços mulatos

cafuzos pardos tapuias tupinamboclos

americarataís yorubárbaros.

 

somos o que somos

inclassificáveis

 

que preto, que branco, que índio o quê?

que branco, que índio, que preto o quê?

que índio, que preto, que branco o quê?

 

não tem um, tem dois,

não tem dois, tem três,

não tem lei, tem leis,

não tem vez, tem vezes,

não tem deus, tem deuses,

não tem cor, tem cores,

 

não há sol a sós

 

egipciganos tupinamboclos

yorubárbaros carataís

caribocarijós orientapuias

mamemulatos tropicaburés

chibarrosados mesticigenados

oxigenados debaixo do sol

Disponível em: http://www.letras.com.br/#!arnaldo-antunes/inclassificaveis. Acesso em fevereiro de 2016.

ATIVIDADE 6: ENCERRAMENTO – TEATRO DE FANTOCHE “MENINA BONITA DO LAÇO DE FITA”

 

MENINA BONITA DO LAÇO DE FITA

(Ana Maria Machado)

Era uma vez uma menina linda, linda.

Os olhos pareciam duas azeitonas pretas brilhantes, os cabelos enroladinhos e bem negros.

A pele era escura e lustrosa, que nem o pelo da pantera negra na chuva.

Ainda por cima, a mãe gostava de fazer trancinhas no cabelo dela e enfeitar com laços de fita coloridas.

Ela ficava parecendo uma princesa das terras da África, ou uma fada do Reino do Luar.

E, havia um coelho bem branquinho, com olhos vermelhos e focinho nervoso sempre tremelicando. O coelho achava a menina, a pessoa mais linda que ele tinha visto na vida.

E pensava:

– Ah, quando eu casar quero ter uma filha pretinha e linda que nem ela…

Por isso, um dia ele foi até a casa da menina e perguntou:

– Menina bonita do laço de fita, qual é o teu segredo para ser tão pretinha?

A menina não sabia, mas inventou:

– Ah deve ser porque eu caí na tinta preta quando era pequenina…

O coelho saiu dali, procurou uma lata de tinta preta e tomou banho nela.

Ficou bem negro, todo contente. Mas aí veio uma chuva e lavou todo aquele pretume, ele ficou branco outra vez.

Então ele voltou lá na casa da menina e perguntou outra vez:

– Menina bonita do laço de fita, qual é o seu segredo para ser tão pretinha?

A menina não sabia, mas inventou:

– Ah, deve ser porque eu tomei muito café quando era pequenina.

O coelho saiu dali e tomou tanto café que perdeu o sono e passou a noite toda fazendo xixi.

Mas não ficou nada preto.

– Menina bonita do laço de fita, qual o teu segredo para ser tão pretinha?

A menina não sabia, mas inventou:

– Ah, deve ser porque eu comi muita jabuticaba quando era pequenina.

O coelho saiu dali e se empanturrou de jabuticaba até ficar pesadão, sem conseguir sair do lugar. O máximo que conseguiu foi fazer muito cocozinho preto e redondo feito jabuticaba. Mas não ficou nada preto.

Então ele voltou lá na casa da menina e perguntou outra vez:

– Menina bonita do laço de fita, qual é teu segredo pra ser tão pretinha?

A menina não sabia e… Já ia inventando outra coisa, uma história de feijoada, quando a mãe dela que era uma mulata linda e risonha, resolveu se meter e disse:

– Artes de uma avó preta que ela tinha…

Aí o coelho, que era bobinho, mas nem tanto, viu que a mãe da menina devia estar mesmo dizendo a verdade, porque a gente se parece sempre é com os pais, os tios, os avós e até com os parentes tortos. E se ele queria ter uma filha pretinha e linda que nem a menina, tinha era que procurar uma coelha preta para casar.

Não precisou procurar muito. Logo encontrou uma coelhinha escura como a noite, que achava aquele coelho branco uma graça.

Foram namorando, casando e tiveram uma ninhada de filhotes, que coelho quando desanda a ter filhote não para mais! Tinha coelhos de todas as cores: branco, branco malhado de preto, preto malhado de branco e até uma coelha bem pretinha.

Já se sabe, afilhada da tal menina bonita que morava na casa ao lado.

E quando a coelhinha saía de laço colorido no pescoço sempre encontrava alguém que perguntava:

– Coelha bonita do laço de fita, qual é o teu segredo para ser tão pretinha?

E ela respondia:

– Conselhos da mãe da minha madrinha…

Disponível em: http://contandoradehistorias.blogspot.com.br/2008/01/na-espera-menina-bonita-do-lao-de-fita.html. Acesso em fevereiro de 2016

 

Sequência Didática: Conto e outros gêneros

TEMA: Compreendendo o conto “O Espelho” de Machado de Assis e contextualizando com outros gêneros.  

Autor e coautor 

Danilo de Melo Mercado

Laislene  Tavares de Jesus

Apresentação 

              Esta sequência didática é resultado de uma proposta desenvolvida para a disciplina Laboratório de Língua Portuguesa, tendo como público alvo alunos do 3º ano do ensino médio, correspondente ao componente curricular de Língua Portuguesa, podendo também ser trabalhada no ensino de Literatura com os alunos do 2º ano do ensino médio, especificamente no que se refere à unidade curricular referente ao Realismo Brasileiro. Constam quatro planos dentro desta sequência que podem ser realizados em seis aulas sequenciais.

Estrutura curricular 

Nível de ensino: 2º e 3º  ano do ensino médio

Objetivo 

                Apresentar uma sequência didática voltada para o ensino de leitura e compreensão textual, trazendo o conto O Espelho – Esboço de uma nova teoria da alma, de Machado de Assis, como base para a sua compreensão e dos demais textos a serem inseridos durante as aulas, uma vez que o texto faz crítica à hipocrisia social, ao fato das pessoas darem a entender uma coisa que não são, as máscaras sociais. Deste modo, discutir o meio em que vivemos e como vivemos pressupõe-se que seja uma das formas mais eficientes de despertar a criticidade nos alunos. O leitor crítico é mais capacitado para se sobressair em qualquer adversidade com a qual possa se deparar. Portanto, acreditamos que trabalhar a compreensão textual a partir de textos literários seja um modo um tanto quanto eficiente no despertar das competências cognitivas, criativas e críticas do aluno.

Objetivos específicos 

  • Discutir as imagens impostas pela sociedade em que vivemos e os métodos de alienação do indivíduo.
  • Despertar a criticidade dos alunos.
  • Promover a contextualização como uma forma de proporcionar aos alunos a associação e a aproximação entre os diversos gêneros textuais.

Duração das atividades 

6 aulas com duração de 50 minutos.

Conhecimentos prévios 

Essa sequência pode vir a ser inserida em qualquer unidade curricular do curso desde que os alunos já saibam identificar e diferenciar os gêneros textuais conto, charge e resenha crítica.

Sequência:  

            No plano de aula 1, entregaríamos o conto de Machado aos alunos e faríamos a leitura integral, conjunta e em voz alta de todo o texto. Na primeira leitura faríamos pausas para as intervenções e levantamentos de questões sobre a obra.

                Num segundo momento deste plano, após a leitura do texto, faríamos uma espécie de contextualização sincrônica onde abordaríamos aspectos da própria obra, tais como em que período foi elaborada e publicada, as características e o estilo literário do texto, bem como quais os recursos utilizados pelo autor na composição textual. Em seguida, refletiríamos sobre a obra de que maneira ela se insere na história, na cultura, nas artes e na literatura do nosso país, o que caracteriza uma contextualização diacrônica. Acreditamos que essas contextualizações iniciais do texto corroboram para direcionar a leitura dos alunos, já que os levamos:

[…] não apenas a entender as palavras que compõem o texto, mas a entender o contexto em que ele foi produzido, o gênero em que está inserido, com suas características e formas específicas, as intenções do produtor do texto e as informações implícitas dadas pelo texto, entre outros (BERTONE & MARTINS, 2008, p. 41).

              No que denominamos por contextualização interativa, aqui relacionaríamos o texto com o universo do leitor, ou seja, na situação da sala de aula, com o universo dos alunos. Refletiríamos sobre como o texto pode ser visto na atualidade, sua pertinência com (a) realidade, quais os interesses que a obra desperta, quais características desse objeto fazem com que ele ainda seja estudado, apreciado ou valorizado. Acreditamos que esse tipo de intervenção do professor corrobora para que as inferências sejam postas em evidência. Instigar os alunos a inferirem sobre o objeto verbal é mais um processo metodológico benéfico e eficiente para a compreensão do texto.

         A contribuição essencial das inferências na compreensão de textos é a de funcionarem como provedoras de contexto integrador para informações e estabelecimento de continuidade do próprio texto, dando-lhe coerência. As inferências atuam como hipóteses coesivas para o leitor processar o texto, ou seja, como estratégias ou regras embutidas no processo. Não se pode, pois, definir e medir a compreensão pela quantidade de texto reconstruído pelo leitor, pois ler compreensivamente não é apenas reproduzir informações textuais, nem parafrasear. Isto seria o mesmo que supor que compreender um texto seria traduzi-lo em outro equivalente, de modo unívoco, já previsto pelo original (MARCUSCHI, 2008, p. 249).

                 E as inferências postas pelos alunos podem partir até de suas histórias íntimas, como dito anteriormente, serão consideradas aqui as informações provenientes do universo dos leitores. Logicamente, o professor deve ter plena consciência de que sua função naquele momento é de mediador, na medida em que não é qualquer informação que deve ser aceita na construção da compreensão do verbo, tais informações devem estar adequadas e pertinentes aos temas que o texto traz.

No último momento do plano de aula 1, faremos as primeiras e não tão profundas contextualizações intertextuais. Aqui será solicitado que os alunos aludam a outros textos, se possível de outros gêneros, que conversem com o conto de Machado. Assim, mais uma vez instigamos as inferências postas pelos discentes.

No plano de aula 2, trabalharíamos o gênero charge visando uma efetiva compreensão do conto de Machado. As charges apresentadas para a atividade seriam estas:

 Figura – 1: Charge da Mafalda

 

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Disponível em: http://www.fpl.edu.br/2013/media/pdfs/vestibular/provas_anteriores/21.2o_semestre_2014/fpl_vestibular_2o_sem_2014.pdf. Acesso em fevereiro de 2016.

 

Figura – 2: Moda x social x saúde.

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Disponível em: http://modapsy.blogspot.com.br/2011/05/moda-x-classe-social-x-saude.html. Acesso em fevereiro de 2016

Figura – 2: O certo e o errado

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Disponível em: https://jornalistamasini.wordpress.com/2010/11/29/certo-e-errado-nas-organizacoes-na-vida-profissional-e-digital/

E os questionaríamos assim: Com base no conto O Espelho, de Machado de Assis e nas três charges vistas anteriormente, reflita:

  1. Para se adequar ao que a sociedade delimita, o indivíduo vê-se na necessidade de mudar seus comportamentos. Na charge da Mafalda, percebemos que a TV é um instrumento de fácil manipulação social, ao que podemos denominar como um meio de alienar a população. Explique, então, se podemos considerar o personagem Jacobina do conto de Machado, como um indivíduo alienado e quais instrumentos era utilizados para tal alienação.
  2. Podemos perceber na segunda charge uma visão bem-humorada sobre as classes sociais e o status social. A forma de explorar as diferentes formas de organização da sociedade nos remete a uma questão: de que modo percebemos as diferenças de classes e status da nossa sociedade civil?
  3. A terceira charge apresenta, de forma geral, que o ser humano ora acerta ora erra em seus atos. Para você o que determina no seu comportamento algo a ser considerado certo ou errado pela sua comunidade, familiar, escolar, social no geral?
  4. Chegou a sua vez de produzir uma charge! Com base nas discussões acerca do conto e da compreensão dessas três charges, elabora uma charge que traga elementos associados aos que estudamos.

No plano de aula 3, trabalharíamos o mito de Narciso presente no texto base, onde faríamos a contextualização da mitologia grega associando-o e buscando elementos dentro do conto de Machado, instigando e permitindo aos alunos colocar suas inferências acerca deste recorte. Além disso, traríamos mais um gênero textual para trabalhar a intertextualidade: o poema.

Atividades:

  1. Observe, a seguir, a charge de Rodrigo Rosa para responder as perguntas abaixo:
  2. a) Qual é a crítica contida na charge?
  3. b) Explique o porquê do reflexo do rosto do homem na água ser de uma caveira?
  4. c) Na sua opinião, qual a ligação existente entre o nome da fábrica contida na charge com o mito de Narciso?

Figura – 3: Charge de Rodrigo Rosa e O mito de Narciso

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Disponível em: http://profjricardopv.blogspot.com.br/2012/06/charge-de-rodrigo-rosa-e-o-mito-de.html

  1. Para responder as questões a seguir, tome como base a leitura de O Espelho, de Machado de Assis, o mito de Narciso e o poema a seguir, extraído do livro Os zumbis também escutam blues e outros poemas.  

Poema narcisista

“ (o espelho é minha alma

o espelho é meu guia

o espelho me acalma

o espelho me alicia)

sou narcisista

pretensiosamente narcisista

e quem não for

atire a primeira pedra…

…no espelho.”

 Disponível em: https://www.passeidireto.com/arquivo/3853143/av-cultura-classica-2014  

  1. Nos versos “(o espelho é minha alma/o espelho é meu guia/o espelho me acalma/o espelho me alicia)”, podem ser associados à passagem no conto de Machado em que o Alferes começa a refletir a cerca de si mesmo quando se depara com seu reflexo no espelho. Para o Alferes, então, qual a importância do espelho para sua reafirmação pessoal? Associe cada verso posto na questão como forma de exemplificar sua resposta.
  2. Para controlar a aflição que a solidão naquele sítio estava lhe causando, Jacobina passa a se ver no espelho vestido com o uniforme de Alferes. Narciso, de tão vaidoso que era e tão obcecado por sua beleza, acaba se apaixonando pelo próprio reflexo na água e acaba morrendo afogado tentando “beijar a si mesmo”. Os versos do poema sou narcisista/pretensiosamente narcisista, deixa claro que o eu lírico reconhece sua vaidade e que não pretende deixar de ser vaidoso. Associe, então, os três textos para justificar se você considera ou não considera o Alferes, do conto de Machado, um narcisista.
  3. Ao final do conto, quando Jacobina termina de narra suas desventuras daquele episódio como Alferes, todos os que estavam ouvindo-o permaneceram calados como a refletir sobre suas próprias vivências. Os últimos versos do poema dizem: “e quem não for (narcisista)/atire a primeira pedra…/…no espelho.”. O texto de Machado faz uma crítica acerca de uma sociedade hipócrita, que valoriza coisas supérfluas e diminui a essência humana; o final do poema diz que todos somos vaidosos, vaidosos não só no sentido estético, porém social, de caráter, etc. Enfim, quais são as “almas” humanas e qual ou quais são valorizadas pela sociedade e por que as “almas” desvalorizadas são tidas como tal?

No plano de aula 4, finalizando a sequência, proporíamos a leitura cantada da música Máscara, da cantora Pitty. E ao final, solicitaríamos que os alunos fizessem uma resenha crítica do conto de Machado, onde na parte que constar a criticidade da obra, sejam retomadas, de modo subentendido, todas as atividades realizadas durante a sequência.

Máscara – Pitty

Diga, quem você é me diga

Me fale sobre a sua estrada

Me conte sobre a sua vida

 

Tira, a máscara que cobre o seu rosto

Se mostre e eu descubro se eu gosto

Do seu verdadeiro jeito de ser

Ninguém merece ser só mais um bonitinho

Nem transparecer consciente inconsequente

Sem se preocupar em ser, adulto ou criança

 

O importante é ser você, mesmo que seja, estranho

Seja você, mesmo que seja bizarro bizarro bizarro

Mesmo que seja, estranho, seja você, mesmo que seja

Meu cabelo não é igual

 

A sua roupa não é igual

Ao meu tamanho não é igual

Ao seu caráter não é igual

Não é igual, não é igual

Não é igual

Link: http://www.vagalume.com.br/pitty/mascara.html#ixzz3LhXoI4ze