Plano de aula: ambiguidade

PLANO DE AULA: CONHECENDO A AMBIGUIDADE E SEUS TIPOS

Cláudia de Jesus Andrade

Dayany Sabrine Almeida

Paula Pereira

Plano de Aula

  • Público-alvo: 1º ano do Ensino Médio;
  • Duração: 3h/aula;
  • Tema: Tipos de ambiguidade;
  • Objetivo geral: Identificar e distinguir os tipos de ambiguidade;
  • Objetivo específico: Reconhecer em quais situações a ambiguidade se caracteriza como um problema na comunicação e quando ela faz parte do objetivo do enunciado.

Conteúdo:

– Apresentar os conceitos de ambiguidade;

– Trabalhar exemplos de ambiguidade lexical e sintática;

– Aplicar exercícios para fixação do conteúdo;

– Mostrar como a ambiguidade pode ser usada de maneira proposital;

Recursos didáticos:

Quadro, giz, data show, notebook e caixas de som;

Metodologia:

Aula 1

Passo 1: O professor trabalhará o conceito de ambiguidade e os tipos que serão abordados em sala.

Conceito de ambiguidade: Qualidade ou estado do que é ambíguo, ou seja, aquilo que pode ter mais do que um sentido ou significado.

Conceito de ambiguidade lexical: É quando uma determinada palavra assume dois ou mais significados.

Conceito de ambiguidade sintática: A ambiguidade sintática está relacionada à maneira como os elementos internos de um enunciado se combinam e geram a possibilidade de mais de uma estrutura sintática possível.

Exemplo de ambiguidade lexical: “Macaco esquecido no porta-malas é motivo de confusão”.

Exemplo de ambiguidade sintática: “Eu li a notícia sobre a greve na faculdade”.

Passo 2: O professor em seguida realizará um exercício para desenvolver a compreensão do conteúdo abordado.

– Exercício de compreensão (anexo 1);

Passo 3: Para finalizar a aula o professor deverá corrigir o exercício junto com os alunos.

Aula 2

Passo 1: O professor retomará o assunto anterior, levantando questionamentos para verificar se os alunos conseguiram entender e distinguir os tipos de ambiguidade.

Passo 2:  Depois de obter a confirmação dos alunos, o professor utilizará mais um exemplo de ambiguidade que será exibido em um data show.

Passo 3: O exemplo a ser trabalhado será uma charge (em anexo 2) a qual apresenta um tipo de ambiguidade lexical.

Passo 4: Depois de mostrar a charge aos alunos e de fazer a leitura desta, o professor aplicará um exercício de compreensão (em anexo 3), trabalhando o conteúdo da charge.

Passo 5: Posteriormente, o professor corrigirá o exercício junto com os alunos.

Passo 6: Finalizando, o professor debaterá sobre o assunto abordado na charge.

Aula 3

Passo 1: Com o auxílio de um projetor, será exibido um vídeo retirado de um episódio do programa humorístico “Os Caras de Pau” em que os personagens Jorginho e Pedrão tentam impedir uma execução no parque, mas por conta de a palavra ter dois significados acaba causando uma confusão na compreensão do enunciado, e é nisso, que consiste o humor.

Referência do vídeo: <http://gshow.globo.com/sessao-comedia/videos/t/os-caras-de-pau/v/pedrao-e-jorginho-tentam-impedir-uma-execucao-no-parque/5716987>.

 Passo 2: Em seguida, o professor debaterá com os alunos, baseado no conteúdo visto nas aulas anteriores, qual o tipo de ambiguidade presente no episódio assistido.

Passo 3: Logo após, será proposta uma encenação de um diálogo que exemplifica uma situação cotidiana, mostrando como a ambiguidade se apresenta no dia a dia e como ela pode causar um problema na compreensão do enunciado.

  • Avaliação:

Com base nos exercícios aplicados em sala, o professor avaliará se os alunos alcançaram os objetivos que foram propostos. Essa avaliação será feita com o intuito de possibilitar aos alunos a identificação da ambiguidade no seu dia a dia, a qual está presente nos meios midiáticos e em conversas informais, permitindo que eles possam distinguir se o uso da ambiguidade é proposital ou uma falha na comunicação.

  • Referências

Significado de ambiguidade. O que é ambiguidade. Disponível em:<https://www.significados.com.br/ambiguidade/>. Acesso em: 15 de Março de 2017;

Ambiguidade. Disponível em: <http://letrasambiguas.blogspot.com.br/2012/11/ambiguidade-sintatica-estrutural.html>. Acesso em 15 de Março de 2017;

Charge – Outubro de 2016. Disponível em: <http://fotografia.folha.uol.com.br/galerias/46834-charges-outubro-de-2016#foto-643694>. Acesso em:  16 de Março de 2017;

A ambiguidade. Disponível em:<http://sobreasletras.blogspot.com.br/2011/05/ambiguidade.html>. Acesso em: 28 de Março de 2017;

Ambiguidade. Disponível em: <http://blog.queslercamargos.com/2011/11/ambiguidade.html>. Acesso em: 17 de Março de 2017;

Pedrão e Jorginho tentam impedir uma execução no parque. Vídeo disponível em: <http://gshow.globo.com/sessao-comedia/videos/t/os-caras-de-pau/v/pedrao-e-jorginho-tentam-impedir-uma-execucao-no-parque/5716987/>. Acesso em: 28 de Março de 2017.

 

Anexos:

Anexo 1: Exercício de compreensão. 

1– Para você, o que é ambiguidade?

2- Identifique a ambiguidade presente no enunciado e qual o tipo.

  1. Menino vê incêndio do prédio.
  2. Eu vou te esperar naquele banco.
  3. O rapaz pediu um prato ao garçom.
  4. Os alunos conseguiram lugar no teatro.

Anexo 2: Chargehh.jpg

<http://fotografia.folha.uol.com.br/galerias/46834-charges-outubro-de-2016#foto-643694>

Anexo 3: Exercício de compreensão. 

1) A ambiguidade é um fenômeno presente na charge. Identifique-a e diga qual o tipo.

2) Qual é o tema retratado na charge de Jean Galvão? Trata-se de um tema atual?

3) Em que consiste o humor da charge?

4) Expresse sua opinião acerca do assunto.

A Lei Maria da Penha e o gênero textual Cordel e Rap

O RAP E O CORDEL COMO FERRAMENTAS PARA O TRABALHO COM A LEI MARIA DA PENHA

 

Edinando Vieira Reis (UFS)

Greicymara dos Santos Silva (UFS)

Isabela Batista dos Santos (UFS)

Terezinha Alves de Oliveira Andrade (UFS)

Supervisora: Railda Santana

 

I – IDENTIFICAÇÃO

Sequência didática aplicada no Colégio Estadual Eduardo Silveira, colégio situado no munícipio de Itabaiana/Sergipe e que faz parte do Programa Institucional de Bolsas de Iniciação à Docência (PIBID), desenvolvendo trabalho com a Lei 10.639/03 e Lei 11.340/06.

II – PÚBLICO-ALVO

Alunos das séries 7° e 8° ano.

III – QUANTIDADE DE AULAS

Aproximadamente 6 aulas de 50 minutos.

IV – OBJETIVOS

  1. Apresentação da Lei 11.340/06 (Maria da Penha).
  2. Mostrar os diversos tipos de violências existentes.
  3. Desnaturalizar alguns tipos de violência, a exemplo da violência moral.
  4. Introduzir os gêneros cordel e rap.
  5. Apontar as diferenças e semelhanças entre os gêneros acima.
  6. Trabalhar aspectos da língua portuguesa.
  7. Expor a significação que o uso de determinado tempo verbal confere à linguagem.

 

V – DESENVOLVIMENTO DA SEQUÊNCIA

  1. Apresentação da Lei 11.340/06 (Maria da Penha).

A Lei 11.340/06 criminaliza a violência contra as mulheres e impõe medidas para proteção, como afastamento do agressor e inserção em programas de assistência, além disso, de acordo com o caso, o juiz pode estabelecer deliberações preventivas para que a mulher e os filhos não passem necessidades ou garantir que a mulher não saia em prejuízo no caso de divisão de bens na separação. Ademais, a lei designa outras especificidades com a abrangência à punição de agressores que não necessariamente moram com a mulher, há também a extensão a casais de lésbicas, de tal modo que abarca todos os casos de violência, sendo a vítima uma mulher.

REFERÊNCIA

BRASIL. [Lei Maria da Penha (2006)]. Lei Maria da Penha: Lei no 11.340, de 7 de agosto de 2006, que dispõe sobre mecanismos para coibir a violência doméstica e familiar contra a mulher. – Brasília: Câmara dos Deputados, Edições Câmara, 2010. Secretária de Políticas para as Mulheres Presidência da República Abril/2015.

 

  1. Exibição do vídeo no qual Maria da Penha fala sobre sua história de vida e sua luta pela coibição da violência contra as mulheres.

https://www.youtube.com/watch?v=capw5BbMYTM

 

  1. Exposição sobre os tipos de violência.
  • Violência Física: tapas, empurrões, socos ou facadas, causando danos à saúde e integridade física;
  • Violência Psicológica: qualquer conduta que lhe cause danos emocionais, diminuição da sua autoestima.
  • Violência Sexual: qualquer conduta que lhe constranja a presenciar, a manter ou a participar de relação sexual não desejada, mediante intimidação, ameaça ou força.
  • Violência Patrimonial: quando seus objetos pessoais ou documentos são retidos, destruídos total ou parcialmente, ou ainda seus bens e patrimônios.
  • Violência Moral: entendida como qualquer conduta que configure calúnia, difamação ou injúria.

REFERÊNCIA

BRASIL. [Lei Maria da Penha (2006)]. Lei Maria da Penha: Lei no 11.340, de 7 de agosto de 2006, que dispõe sobre mecanismos para coibir a violência doméstica e familiar contra a mulher. – Brasília: Câmara dos Deputados, Edições Câmara, 2010. Secretária de Políticas para as Mulheres Presidência da República Abril/2015.

 

  1. Exibição de uma campanha da ONU no combate à violência contra a mulher.

https://www.youtube.com/watch?v=Iwg6aXEgkvU

 

  1. Trabalho com o gênero cordel: exposição do gênero, origem e características.

O que é o cordel?

São folhetos que contém poemas populares, expostos para venda pendurados em cordas ou cordéis, o que deu origem ao nome. Os poemas de cordel são escritos em forma de rima e alguns são ilustrados. Cordel também é a divulgação da arte, das tradições populares e dos autores locais e é de inestimável importância na manutenção das identidades locais e das tradições literárias regionais, contribuindo para a perpetuação do folclore brasileiro.

cordel.jpg

  1. Primeira exibição do cordel a ser trabalhado “Receita da Boa Mulher” da cordelista Izabel Nascimento.

   https://www.youtube.com/watch?v=_JGaM6Q56vs

 

  1. Leitura do cordel junto com os alunos.

Receita da boa mulher
(Izabel Nascimento)

Peço a quem for solteiro,

Leia meu poema inteiro

Depois case se quiser.

Ele relata a verdade

Sobre toda a qualidade

Que deve ter mulher.

 

Tudo o que o homem quiser,

Até mesmo o que disser,

Nunca deve estar errado.

Chamá-lo de “meu querido”,

Obedecer ao marido,

Ser fiel ao namorado

 

Não deixá-lo chateado

Ou esperando sentado

Vendo você se arrumar.

Agradá-lo o tempo inteiro

Até emprestar dinheiro,

Quando ele precisar.

 

Nunca deve reclamar

Se ele não a agradar,

Só comente em seu diário,

Goste dos amigos dele,

Só saia se for com ele,

E só fale o necessário.

 

Não pergunte seu salário,

Não mexa no seu armário,

Nem peça para dirigir.

Se estiver arrumada,

Não faça cara amarrada,

Se ele não quiser sair

 

Se ele gosta de curtir,

Beber e se divertir,

Seja muito paciente.

Se ele, numa balada

Arranjar outra amada,

Não reclame, nem comente

 

Sempre esteja sorridente,

E se ganhar algum presente

Que você não se agradou,

Diga que ele é belíssimo,

Deve ter sido caríssimo

E que você adorou.

 

Nunca diga que chorou,

Se ele a magoou

Ou se algo deu errado.

Não lhe peça aliança

E não lhe faça cobrança

Por celular desligado.

 

Nunca irrite o coitado,

Não o deixe chateado,

Nem o faça aborrecer.

Não lhe ponha nenhum freio

Se depois de um mês e meio

Ele não aparecer.

 

Se estiar ou se chover,

Ele não vier lhe ver

Por desculpa esfarrapada,

Seja uma mulher bacana

E depois dessa semana

Finja que não ouve nada.

 

Se você já for casada

A coisa é mais complicada.

O trabalho é dobrado,

Mas não faça discussão

Que quem sempre tem razão

É o seu esposo amado

 

Um lencinho perfumado,

Sair todo arrumado.

Isso não lhe atormenta,

Deixe cair na gandaia,

Olhar pra rabo de saia.

Nunca seja ciumenta

Nada disso a atormenta,

A tudo você enfrenta.

Essa é a situação

E nem pense em reclamar

Para não incomodar

Seu querido maridão.

 

Tire os sapatos do chão,

Desligue a televisão

Pra ele não acordar,

Mas esteja preparada,

Quando a toalha molhada

Na cama, ele jogar.

 

Se ele gosta de fumar

Pra você se adaptar

Com o vício que ele tem,

Então fume a noite inteira

Que no final da carteira

Já se acostumou também.

 

Isso é o que convém:

Quando a mulher faz o bem,

Sacrifica sua glória

É uma história bonita,

Mas que ninguém acredita

Porque é muito ilusória.

 

Cada um com sua história,

Seu conto e sua vitória.

Mas ninguém sabe se viu

E só não vê quem não quer,

Que este tipo de mulher

Nunca no mundo existiu.

 

Se você se permitiu

Ou até se pressentiu.

No coração não se manda,

Acredite se quiser

Que cabeça de mulher

É terra que ninguém anda.

 

O homem acha que comanda

Pensa que manda e desmanda

No coração da donzela,

Mas a mulher com jeitinho

Faz o homem tão bobinho

Ceder aos caprichos dela.

 

A verdade se revela

Respeitando ele ou ela

Nos mostra a todo momento:

Ninguém é melhor que ninguém,

Ninguém vive sem alguém,

Ninguém pisa em sentimento.

 

Todo este sofrimento

De tortura e sentimento

Que mulher nenhuma quer.

Que se unam, que se somem

Homem com mulher ou homem

Mulher com homem ou mulher.

 

Eu direi a quem quiser

Porque também sou mulher

Com muito orgulho e razão

Do que o homem é capaz

A mulher também o faz

Até com mais perfeição.

 

No dia da criação

Quando Deus moldou Adão

Com barro do chão molhado

Um segredo para nós dois:

Deus fez a mulher depois

Pra fazer mais caprichado!

  1. Início do trabalho com a classe gramatical verbo: identificar no cordel os verbos que estão no modo imperativo. Levar o aluno a interpretar o uso desse modo imperativo relacionando à situação da mulher de apenas receber ordens de como deve se comportar com o marido.

 

VERBO

O verbo é a palavra que indica ação, movimento, estado ou fenômeno meteorológico. Pode sofrer variações de acordo com suas flexões. O verbo possui as flexões de: modo (indicativo, subjuntivo e imperativo), tempo (presente, pretérito e futuro), número e pessoa (singular e plural) e voz (ativa, passiva e reflexiva).

Modo Imperativo: expressa uma ordem, pedido, recomendação, alerta, convite, conselho, súplica, etc.

Vejamos alguns exemplos de verbos no modo imperativo para ficar mais claro o conceito deste modo verbal.

Exemplos:

Vamos, corram!

Perdoe-me, eu lhe imploro.

Por favor, diga-me onde fica esta praça.

 

Fontes: < http://mundoeducacao.bol.uol.com.br/gramatica/verbo-2.htm >

< http://www.infoescola.com/portugues/imperativo-4/>

 

  1. Trabalho com o gênero rap: origem e características. Além disso, o professor deve fazer associação entre o gênero rap e o gênero cordel, trabalhado anteriormente.

Origem do Rap

A palavra rap é uma abreviação para rhythm and poetry (ritmo e poesia), o Rap surgiu na Jamaica, mais ou menos na década de 60, era tocado em bailes nos sistemas de som e possuíam discursos contra a violência e outras questões sociais, se caracteriza pelo ritmo acelerado e longas letras que são recitadas. Na década de 70, muitos jovens da Jamaica tiveram que emigrar para os EUA, por conta de uma crise econômica.

Uma vez introduzido nesse país, mais especificamente, nas favelas, esse ritmo passou a ser utilizado como um desabafo, tratar de problemas sociais e fazer com que o povo que vivia às margens da sociedade fosse notado. Chegou ao Brasil na década de 80, mas somente na década seguinte ganhou espaço na indústria fonográfica.

O Rap, assim como o Cordel, possui muita rima e ritmo e é utilizado, também, por tratar de questões e temas ligados à necessidade de ter direito à voz, uma forma de desabafo e de ser notado.  Embora haja diferenças quanto à forma e a origem, em ambas as manifestações estão presentes a improvisação e as temáticas ligadas ao povo. Essas características estão tanto na literatura quanto nos estilos musicais, usados para demonstrar insatisfações ou contar histórias que marcaram suas regiões. Portanto, o cordel se configura pelas rimas colocadas em folhetos que contam histórias reais, fictícias e também notícias do mundo para o povo. E o Rap é conhecido em todo o mundo através de suas rimas e batidas, cantando a realidade social dos moradores das favelas.

Fontes: <http://www.wooz.org.br/musicarap.htm>, <http://www.oestadorj.com.br/cultura/brasil-do-cordel-rap-e-repente/>

 

  1. Apresentação do grupo “Atitude Feminina” e da música “Rosas”.

O grupo teve a sua primeira formação no ano 2000 e desde o começo chamou a atenção para o lado feminino do movimento HIP HOP, pelo seu engajamento contra Violência Doméstica e discriminação das mulheres de classes mais humildes da sociedade. Com as fortes letras as suas músicas conseguiram destaque entre os jovens da periferia.

“A cada quinze segundos uma mulher é agredida no Brasil

E a realidade não é nem um pouco cor-de-rosa

A cada ano, dois milhões de mulheres são espancadas

Por maridos ou namorados.”

 

Hoje meu amor veio me visitar

E trouxe rosas para me alegrar

E com lágrimas pede pra eu voltar

Hoje o perfume eu não sinto mais

Meu amor já não me bate mais

Infelizmente eu descanso em paz!

 

Tudo era lindo no começo, lembra?

Das coisas que me falou que era bom, sedução

Uma história de amor, vários planos, desejo, ilusão

E daí? Não tinha nada a perder, queria sair dali

No lugar onde eu morava me sentia tão só

Aquele cheiro de maconha e o barulho de dominó

A molecada brincava na rua e eu cheia de esperança

De encontrar no futuro a paz, sem tiroteio, vingança

E ele veio como quem não quisesse nada

Me deu um beijo e me deixou na porta de casa

Os meus olhos brilhavam, estava apaixonada!

“Deixa de ser criança!” – a minha mãe falava

Que “no começo tudo é festa” e eu ignorava

Deixa eu viver meu futuro, Zipá

Muda nada, menina boba, iludida, sabe de nada da vida

Uma proposta, ambição de ter uma família

Entreguei até a alma e ele não merecia

O meu pai embriagado, nem lembrava da filha

O meu príncipe encantado, meu ator principal

Me chamava de “filé” e eu achava legal

No começo tudo é festa, sempre é bom lembrar!

Hoje estou feliz, o meu amor veio me visitar

 

Hoje meu amor veio me visitar

E trouxe rosas para me alegrar

E com lágrimas pede pra eu voltar

Hoje o perfume eu não sinto mais

Meu amor já não me bate mais

Infelizmente eu descanso em paz!

 

Numa atitude impensada, sai de casa pra ser feliz

Não dever satisfação, ser dona do meu nariz

Não aguentava mais ver a minha mãe sofredora

Levar porrada do meu pai embriagado e à toa

Meu irmão se envolvendo com as paradas erradas:

Cocaína, maconha, 157, armas

Eu estava feliz no meu lar doce lar

Sua roupa, olha só, tinha prazer de lavar

Mas “alegria de pobre dura pouco”, diz o ditado

Ele ficou diferente, agressivo, irritado

Chegava tarde da rua, aquele bafo de pinga

Batom na camisa e cheiro de rapariga

Nem um ano de casado, ajuntado, sei lá

Não sei pra que cerimônia, o importante é amar

Amor de tolo, amor de louco, o que foi que aconteceu?

Me mandou calar a boca e não me respondeu

Insisti, foi mal, ele me bateu

No outro dia me falou que se arrependeu

Quem era eu pra julgar? Queria perdoar

Hoje estou feliz o meu amor veio me visitar

 

“Eu tava a quatro meses grávida

Ele me deu uma surra tão violenta que eu cai, desmaiei

Aí quando eu acordei eu tava numa poça de sangue, assim

Que tinha saído da minha boca e do meu rosto

Ele me catou assim pelos meus cabelos

Me puxou e falou: Você vai morrer!”

 

Hoje o perfume eu não sinto mais

Meu amor já não me bate mais

Infelizmente eu descanso em paz

 

Quase dois anos e a rotina parecia um inferno

Que saudade da minha mãe, desisti do colégio

A noite chega, madrugada e meu amor não vinha

Quanto mais demorava, preocupada, mais eu temia

Não estava aguentando aquela situação

Mas hoje tudo vai mudar, ele querendo ou não

Deus havia me escutado há uns dois meses atrás

Aquele filho na barriga era esperança de paz

Tantos conselhos me deram, de nada adiantou

Era a mulher mais feliz, o meu amor chegou

Que pena! Novamente embriagado

Aquele cheiro de maconha, inconfundível, é claro

Tentei acalma-lo, ele ficou irritado

Começou a quebrar tudo loucamente, lombrado

Eu falei que estava grávida, ele não me escutou

Me bateu novamente, mas dessa vez não parou

Vários socos na barriga, lá se vai a esperança

O sangue escorre no chão, perdi a minha criança

Aquele monstro que um dia prometeu me amar

Parecia incontrolável, eu não pude evitar

Talvez se eu tivesse o denunciado

Talvez se eu tivesse o deixado de lado

Agora é tarde, na cama do hospital

Hemorragia interna, o meu estado era mau

O sonho havia acabado e os batimentos também

A esperança se foi pra todo sempre, amém!

Hoje meu amor implora pra eu voltar

Ajoelhado, chorando, infelizmente não dá

Agora estou feliz, ele veio me visitar

É dia de finados, muito tarde pra chorar

 

Hoje meu amor veio me visitar

E trouxe rosas para me alegrar

E com lágrimas pede pra eu voltar

Hoje o perfume eu não sinto mais

Meu amor já não me bate mais

Infelizmente eu descanso em paz!

 

“É muito importante que o limite seja posto pela mulher

Não vou aceitar uma situação de violência dentro da minha casa!”

 

Fonte: <https://www.letras.mus.br/atitude-feminina/487433/ >

  1. Incitar algumas perguntas com os alunos e debater:
  • A letra dessa música trata de qual questão social?
  • O que acontece na história?
  • Como era no começo?
  • Qual ambiente em que a mulher vivia?
  • Como o namorado a tratava?
  • O que acontece no fim?
  • O que você acha que ela deveria ter feito para evitar isso?

 

  1. Trabalho com a classe gramatical verbo no tempo pretérito perfeito e imperfeito do indicativo: pedir para os alunos identificarem os verbos no passado e construir a significação do uso desse tempo. Nessa parte o professor deve, junto com o aluno, relacionar o uso do pretérito imperfeito às ações que sempre aconteciam com a mulher retratada na música e salientar quais ações eram constantes.

No pretérito perfeito, temos um processo verbal que exprime um fato passado, não habitual. Indica uma ação momentânea, determinada no tempo.

Exemplo: Todas as vezes que a vi, parabenizei-a.

Em casa, estudou a lição que seus professores a ensinaram.

No pretérito imperfeito, temos um processo verbal que exprime um fato habitual, rotineiro. Indica uma ação durativa, não limitada no tempo.

Exemplo: todas as vezes em que a via, parabenizava-a.

Em casa, estudava as lições que seus professores a ensinavam.

Gêneros currículo e entrevista de emprego – produção textual 

 

A PRODUÇÃO DOS GÊNEROS CURRÍCULO E ENTREVISTA EM SALA DE AULA: DIRECIONANDO O ALUNO PARA AS ATIVIDADES SOCIAIS

 

Discentes: Daynara Lorena Aragão Côrtes

Greicymara dos Santos Silva

Iasmim Santos Ferreira

Isabela Batista dos Santos

Docente: Profa. Dra. Márcia Mariano

 

Aporte teórico da sequência didática

Com base nas considerações acerca da definição de gêneros discursivos, proposta por Mikhail Bakhtin (2003), e da sua funcionalidade social, visto nos escritos de Charles Bazerman (2011), direcionamos a fundamentação e elaboração do nosso trabalho observando, principalmente, a estrutura e as circunstâncias de uso dessas formas tipificadas. Assumindo que os gêneros textuais são constituídos por três elementos fundamentais: o conteúdo, o estilo e a construção composicional (BAKHTIN, 2003); a escolha do currículo, cuja principal característica corresponde à objetividade, e da entrevista sustentou a construção da sequência didática sugerida.

Na noção de domínio discursivo e na classificação tipológica de Luiz Marcuschi (2008), o currículo se encaixa no ambiente profissional, onde, comumente, gêneros específicos circulam nessa esfera social. Considerado um gênero secundário (BAKHTIN, 2003), devido ao seu uso intermeado por instituição empregatícia, há um agrupamento de diversas sequências tipológicas, como, por exemplo: descritiva, ao marcar data e/ou ao descrever dados pessoais,; expositiva, ao dispor informações consideradas relevantes e; por fim, as duas últimas menos frequentes: argumentativa, haja vista a necessidade de uma linguagem concisa e objetiva; assim como a injuntiva, caso o sujeito queira saldar ou fazer referência ao empregador.

Desse modo, consideramos que, embora seja necessário após a análise do currículo, em um segundo momento, a utilização da linguagem oral na entrevista, o primeiro gênero textual citado é mais importante para a produção, pois é necessário que o sujeito o faça consciente da sua funcionalidade e esteja, consequentemente, habilitado para produzi-lo. No âmbito escolar, é importante que o aluno conheça a entrevista de trabalho, compreenda os tipos de currículos, para que não se sinta desnorteado frente às situações profissionais que exigem dele um conhecimento prévio desses gêneros. Por isso, selecionamos três tipos de currículos: curriculum vitae, currículo lattes, currículo na plataforma do Centro de Integração Empresa-Escola (CIEE).

Referente ao primeiro gênero citado, ele é o mais solicitado no mercado de trabalho comercial, o segundo é de caráter acadêmico, destina-se aos alunos de graduação e especialistas nos mais diversos níveis. Por sua vez, o currículo na plataforma CIEE é destinado aos alunos do ensino médio que tenham interesse em fazer estágio. A importância do trabalho com esses gêneros discursivos dá-se pela ausência dessas formas textuais nas aulas de língua portuguesa do ensino básico. Sendo assim, muitas vezes os professores solicitam a produção que se distancia da grande demanda social pedida ao aluno na futura vida profissional. Em geral, quando os alunos chegam às universidades, os gêneros que passam a fazer parte do seu cotidiano são distintos dos ensinados na escola.

Com vista nessas considerações, o ensino do gênero resumo, por exemplo, por vezes não é satisfatório, pois os alunos aprendem a fazer recortes do texto sem referenciá-los e acabam não sendo ensinados a expressar com as suas próprias palavras o que o texto propõe. Semelhantemente, isso ocorre com outros gêneros: a resenha, a pesquisa, a dissertação, etc. Por esses motivos, percebemos a necessidade de aproximar o ensino de gêneros na escola com a vida acadêmica, pois alguns dos que são solicitados na graduação já são requeridos na fase escolar.

Outro problema que envolve o ensino dos gêneros é a dicotomia entre língua falada e língua escrita. O ensino dos gêneros se mantém sob a égide dos gêneros escritos, desprezando os orais e, consequentemente, ignorando as interfaces entre ambos. Conforme afirma Marcuschi (2008), os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN) não opõem escrita e oralidade, nem as consideram situações polares. Assim, optamos por utilizar dois gêneros textuais que estão imbricados no contexto do mercado de trabalho e pertencem às esferas: oral e escrita. Dessa forma, a sequência didática elaborada seguiu as orientações encontradas nos escritos de Rildo Cosson (2009), a partir das adaptações necessárias.

Nessa perspectiva, nosso objetivo, em primeiro plano, é fazer com que os alunos conheçam os gêneros e sejam habilitados a participarem de uma entrevista, cuja atividade requer determinados comportamentos e enunciados específicos. Objetivamos, também, instruir os alunos na ciência dos tipos de currículo e na sua elaboração, ao lado das adaptações necessárias, de acordo com situação pedida. Desse modo, aderindo aos escritos de Bazerman, no que faz referência a criação dos gêneros e seus usos, consentimos a seguinte visão como necessária para o entendimento das estruturas textuais e sua utilização:

Gêneros emergem nos processos sociais em que pessoas tentam compreender umas às outras suficientemente bem para coordenar atividades e compartilhar significados com vistas a seus propósitos práticos. Os gêneros tipificam muitas coisas além da forma textual. São parte do modo como os seres humanos dão forma às atividades sociais. (BAZERMAN, 2011, p. 32).

Assim, o objetivo sociocomunicativo da entrevista e do currículo é que os alunos não só conheçam e aprendam a produzir, conforme mencionado anteriormente, mas que entendam a função do gênero na vida prática. Para se chegar ao mercado de trabalho, é preciso passar pela entrevista, mostrar-se o melhor candidato, não basta ter os pré-requisitos para a vaga pretendida, é necessário saber dispor essas informações adequadas ao modelo do currículo. Como apontado na citação trazida, os gêneros são “parte do modo como os seres humanos dão forma às atividades sociais”, o trabalho é, portanto, uma atividade social, mas para alçar espaço no mercado, outras atividades sociais são desenvolvidas e, para serem incorporadas, passam pela produção do gênero e este possibilita e concretiza as ações.

De acordo com Bakhtin (2003): “O papel dos outros, para quem se constrói o enunciado, é excepcionalmente grande” (p. 301). Portanto, o aluno precisa se reconhecer enquanto produtor do gênero e saber quem é seu destinatário, pois todo enunciado tem o sujeito que escreve, pensando na adesão do outro a quem ele pretende atingir. Em vista disso, cada aluno vai escolher o seu destinatário e fazer o currículo voltado para a empresa que almeja trabalhar, tendo este auditório como seu destinatário, se for um estágio em um banco, por exemplo, o aluno terá que cadastrar o currículo na plataforma do CIEE, se deseja trabalhar em um comércio, e poderá fazer o currículo vitae.

Para a entrevista, o aluno deverá acordar com a sua dupla quem será o empregador ou encarregado de contratar e quem será o entrevistado, também, deverão combinar qual a vaga pretendida e qual empresa. Cumprido desta forma, o professor fica com a incumbência de acompanhar as duplas e oferecer suporte necessário para que todos consigam escolher o seu destinatário e desenvolver as atividades propostas. Em decorrência disso, a divulgação das entrevistas ocorrerá nas próprias aulas, as duplas se apresentarão na classe e todos conhecerão os trabalhos uns dos outros.

Em vista disso, os currículos voltados aos estágios estarão disponíveis na plataforma do CIEE e os currículos vitae poderão ser entregues nas empresas que os alunos escolheram como destinatário. Nem todos os alunos precisam ou querem trabalhar, assim todos os currículos deverão ser impressos e afixados em um painel na sala, confeccionado pelos próprios alunos. Além de na última aula da sequência, os alunos que entregaram seus currículos nas empresas e comércios locais terão um espaço para compartilhar com os colegas como foi a recepção do texto, caso algum passe por entrevista, também, deve descrever a experiência para a turma e dizer se a simulação de entrevista em sala de aula pôde ou não colaborar com alguma eventual prática real.

Por fim, como finalização da atividade proposta para o trabalho com a linguagem em sua forma escrita e oral, através da elaboração do currículo e entrevista, faz-se necessário uma atividade que contabilize a participação dos alunos, como, por exemplo, uma avaliação para analisar o desenvolvimento da turma. O exame não será feito de uma só forma, mas fragmentado em cada etapa da sequência, avaliando o envolvimento e a evolução dos alunos em cada momento. Toda a sequência corrobora para que o aluno perceba o gênero de forma prática, como algo que emana da atividade humana, conforme observa Bakhtin (2003) nos seus estudos.

SEQUÊNCIA DIDÁTICA:

Público-alvo: 2º e 3º anos do Ensino Médio

Número de aulas: 8 aulas de 50min.

  1. MOTIVAÇÃO

1ª aula:

Dinâmica “CHUVA DE IDÉIAS E PRÓS E CONTRAS”.

Pode ser utilizada tanto para gerar ideias sobre determinado assunto e/ou problema como também para instigar a reflexão e debate sobre as melhores soluções de um dado problema, fazendo com que os integrantes do grupo tenham de ARGUMENTAR e DEFENDER suas opiniões. Sentados em círculo, o professor sorteará um papel e começará a dinâmica dizendo uma única palavra que faça referência ao tema sorteado. Em seguida, passará o papel para o aluno ao seu lado e este deverá falar outra palavra e assim sucessivamente. Para que haja variedades, ninguém poderá falar algo que já tenha sido mencionado. Cada palavra dita deverá ser escrita no quadro pelo professor ou pelo próprio aluno.

Materiais:

  • Caixa ou saco pequeno, piloto, quadro, papéis com nomes de temas da atualidade e/ou problemas relacionados ao tema para levantamento de ideias/soluções.
  • Exemplos de temas: Aborto, carreira profissional, violência contra a mulher, direitos humanos, meio ambiente, tecnologia, educação, política ou qualquer outro tema relacionado a sua disciplina ou não.

Objetivos:

  • Adquirir vocabulário;
  • Discutir conhecimentos gerais;
  • Defender pontos de vista;
  • Respeitar o ponto de vista alheio;
  • Estimular o raciocínio rápido.
  • Formação indicada: Alunos sentados em círculo.

Dica: O professor poderá colocar mais papéis do tema a ser estudado na aula e após todos participarem dizendo uma palavra ele começará uma discussão.

A dinâmica do pró e contra é muito bem vinda nesse tipo de atividade. Divide-se a turma em duas equipes e cada uma terá uma posição divergente da outra. Cada equipe elaborará argumentos para explicar à turma o porquê de ser contra ou a favor de determinado assunto.

Referência

http://armazemdetexto.blogspot.com.br/2015/03/dinamicas-para-sala-de-aula.html

  1. INTRODUÇÃO

2ª aula:

Avaliação do conhecimento prévio dos alunos acerca do gênero a ser trabalhado:

  • O que é um currículo?
  • Para que serve?
  • Sabe como elaborar um currículo?
  • Quais os tipos de currículo?
  1. COMPREENSÃO DO GÊNERO CURRÍCULO:

Explanação por parte do professor:

  • Definição do gênero textual currículo;

O gênero textual currículo “[…] é um documento que reúne informações sobre a formação, capacitações e experiências profissionais de alguém que se candidata a um emprego, concurso, ou uma bolsa de estudo, entre outros.” (MAGALHÃES, 2012, p. 85).

  • Função social do gênero:

Gêneros emergem nos processos sociais em que pessoas tentam compreender umas às outras suficientemente bem para coordenar atividades e compartilhar significados com vistas a seus propósitos práticos. Os gêneros tipificam muitas coisas além da forma textual. São parte do modo como os seres humanos dão forma às atividades sociais. (BAZERMAN, 2011, p. 32).

O objetivo sociocomunicativo do currículo é que os alunos não só conheçam e aprendam a produzir, mas também entendam a função disso na vida prática.

  • Tipos de currículos:

Vitae

“A expressão Curriculum Vitae vem do latim onde “vitae” é vida e “curriculum” tem o sentido de trajetória, curso ou carreira. Logo, se fôssemos traduzir a tal expressão seria algo como “a trajetória da vida”. O Curriculum Vitae terá como objetivo trazer uma síntese das qualificações, experiências profissionais, formação acadêmica e dados pessoais. Neste último, não se usa mais colocar naturalidade, filiação, no caso de RG e CPF, só quando solicitado, caso contrário, não é necessário.”

Referência

http://brasilescola.uol.com.br/redacao/curriculum-vitae.htm

Centro de integração empresa-escola (CIEE)

“O CIEE recomenda que o currículo seja dividido em quatro partes:

Na primeira deve conter os dados pessoais, como nome, endereço, telefone e e-mail.

A segunda parte é onde deve constar a formação do candidato.

Na terceira parte o estudante vai relatar as experiências profissionais, caso as tenha. Elas devem ser ordenadas da mais recente para a mais antiga.

A quarta e última parte deve ser preenchida com informações sobre conhecimentos em idiomas e informática ou outro curso relevante para a vaga.”

Referência

http://editorial.ciee.org.br/como-fazer-um-bom-curriculo-para-estagio/

Lattes

“É uma ferramenta criada pelo CNPq (Centro Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico), o qual disponibiliza um cadastro gratuito para profissionais ocupantes de distintas áreas, englobando desde professores a pesquisadores e cientistas, possuem registradas todas as suas experiências profissionais, publicações de artigos, escolaridade, entre outras circunstâncias que envolvam situações de produção intelectual.”

Referência

http://monografias.brasilescola.uol.com.br/regras-abnt/curriculo-lattes.htm

3ª aula: A importância da adequação à norma culta.

Os PCN ressaltam a importância dos professores recriarem situações comunicativas que simulem também o ambiente extraescolar, a língua portuguesa deve ser estudada não apenas no âmbito das regras gramaticais, mas também considerar os usos sociais que o aluno realiza. Dessa maneira, os PCN abordam a língua relacionando-a à noção de interação e produção de sentido. Contudo, os Parâmetros Curriculares Nacionais reverberam que a aceitação de determinado uso linguístico está associada à sua representatividade, ou seja, pode-se notar que a maior representação é a da classe dominante, por isso alguns gêneros precisam se adequar à norma culta.

Todas as variedades linguísticas são sistemas igualmente lógicos, complexos, estruturados, porém quanto menos prestígio têm os seus falantes na escala social, menos valor tem sua variedade linguística. O papel da escola é proporcionar o contato entre as variedades: falantes de variedades não prestigiadas devem aprender a variedade de prestígio, para usá-la nas situações em que ela é requerida. (FREITAG e LIMA, 2008, p.112).

  1. PRODUÇÃO DO GÊNERO CURRÍCULO

1ª etapa:

TESTE VOCACIONAL: Nessa etapa o aluno deve fazer teste vocacional para identificar em qual área ele se insere melhor.

Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=D3m9x4buSFs&gt;.

2ª etapa:

Possíveis empresas as quais seriam destinados os currículos:

  • Bancos;
  • Clínicas;
  • Farmácias;
  • Supermercados;
  • Fábricas.

Obs.: O aluno poderá sugerir alguma empresa.

3ª etapa:

Solicitar que os alunos façam seus currículos (vitae ou CIEE), além disso, pedir que cada aluno direcione seu currículo para algumas das empresas sugeridas pelo professor.

4ª aula: Devolução e refacção dos currículos.

5ª aula: Após essa etapa, os alunos que desejarem entregarão seus currículos nas empresas selecionadas. Por outro lado, os que não quiserem ou não precisarem colocarão seus currículos em um suporte para que sejam expostos para turma.

6ª aula:

  • Exibição do vídeo: O vídeo retrata de forma humorística uma entrevista de emprego, sendo que em vez do empregador entrevistar o concorrente, o futuro empregado que verifica se a empresa preenche os requisitos esperados por ele em relação ao seu novo emprego.

“Entrevista de Emprego ao Contrário – Com Murilo Gun e Fernando Muylaert”;

Disponível em: <http://portaldoprofessor.mec.gov.br/fichaTecnicaAula.html?aula=19855&gt;.

  • Apresentação do gênero textual entrevista.

Definição:

A entrevista é um “gênero jornalístico que se caracteriza por sua estruturação dialogal, com perguntas e respostas, precedidas por um texto explicativo de abertura. O discurso predominante é interativo, com sequências dialogais e expositiva. (BALTAR, 2004 apud PACHECO, 2008, p. 5).

Obs.: O professor poderá levantar alguns aspectos mostrados no vídeo referentes ao processo da entrevista de emprego.

 

7ª aula: Propor aos alunos que formem duplas e escolham um currículo para ser utilizado na entrevista simulada, a qual um aluno será o empregador e o outro o candidato à vaga de emprego.

8ª aula: Apresentação de uma simulação de entrevista de emprego para a turma.

  1. AVALIAÇÃO

Sugere-se que a avaliação seja feita por etapas, visto que o aluno produzirá um gênero escrito e um oral.

Referências:

BAZERMAN, Charles. Gêneros textuais, tipificação e interação. Trad. Judith Chambliss Hoffnagel. 4ª Ed. São Paulo: Cortez, 2011.

BAKHTIN, Mikhail. Estética da criação verbal. Trad. Paulo Bezerra. 4ª Ed. São Paulo: Martins Fontes, 2003. (Coleção biblioteca universal).

COSSON, Rildo. Letramento literário: teoria e prática. São Paulo: Editora Contexto, 2009.

FREITAG, R. e LIMA, G. Sociolinguística. UFS/EAD. São Cristóvão/SE. 2008.

GUN, M. MUYLAERT, F. Entrevista de Emprego ao Contrário – Com Murilo Gun e Fernando Muylaert. Youtube, 22 abr. 2012. Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=Ne3UbFo_64s&gt;. Acesso em: 30 set. 2016.

MAGALHÃES, Edna Maria. Linguagens, códigos e suas tecnologias. Módulo I – Linguagens e códigos. Rio de Janeiro: Fundação CECIERJ, 2013.

MARCUSCHI, Luiz Antônio. Produção textual, análise de gêneros e compreensão. São Paulo: Parábola Editorial, 2008.

SECRETARIA DE EDUCAÇÃO FUNDAMENTAL. Parâmetros Curriculares Nacionais: terceiro e quarto ciclos do ensino fundamental de português. Brasília: MECSEF, 1998.

SOUVESTIBULANDO.COM. Teste Vocacional – 3 dicas para escolher a profissão. Youtube, 03 dez. 2014. Disponível em: < https://www.youtube.com/watch?v=D3m9x4buSFs&gt;. Acesso em: 04 out. 2016.

PACHECO, L. P. O gênero entrevista como ferramenta de ensino em aulas de Língua Portuguesa. Linguagens e Cidadania: ano 10, n.2, jun-dez, 2008.