O que é uma sequência didática?

Joaquim Dolz, Michèle Noverraz e Bernard Schneuwly (2004) definem sequência didática como um “conjunto de atividades escolares organizadas, de maneira sistemática, em torno de um gênero textual oral ou escrito.” (DOLZ, NOVERRAZ E SCHNEUWLY, 2004 apud MARCUSCHI, 2008, p. 213). O modelo apresentado pelos autores infere que é possível ensinar gêneros textuais orais e escritos de maneira ordenada (MARCUSCHI, 2008, 213). Além disso, a proposta de sequência didática divide-se em módulos e engloba todas as séries do ensino fundamental. Nessa proposta, Dolz, Noverraz e Schneuwly marcam a importância de se considerar a comunicação em situação real, ou seja, saber que escrever uma mensagem de texto a um amigo próximo e escrever uma dissertação para um concurso é algo diferente. Dessa forma, entender os gêneros em suas situações sociocomunicativas, seja na língua oral ou escrita faz-se necessário para que o aluno compreenda a funcionalidade social do gênero textual. Ademais, os autores também ressaltam que a depender das atividades que serão desenvolvidas na parte de produção textual, a estrutura de uma sequência didática pode ter uma representação esquemática, como podemos ver abaixo:

Procedimentos envolvidos no modelo das sequências didáticas:

I – Apresentação da situação (para ler mais: MARCUSCHI, 2008, p. 214).

II – A primeira produção (para ler mais: MARCUSCHI, 2008, p. 215).

III – Os módulos – quantos forem necessários (para ler mais: MARCUSCHI, 2008, p. 215).

IV – Produção final (para ler mais: MARCUSCHI, 2008, p. 216).

Já no âmbito da literatura, Rildo Cosson, em Letramento Literário: teoria e prática, apresenta dois modelos de sequências: a básica e a expandida. Cosson (2011) ressalta que entre essas duas tipologias existem diversas “possibilidades de combinação que se multiplicam de acordo com os interesses, textos e contexto da comunidade de leitores.” (COSSON, 2011, p. 48). O autor ainda afirma que as sequências são exemplos e não modelos a serem seguidos “cegamente”, ou seja, a partir do modelo apresentado, o professor poderá fazer adequações de acordo com as necessidades da sua turma. Posto isso, a sequência básica apresentada por Cosson (2011) é formada por quatro passos: motivação, introdução, leitura e interpretação. (Para ler mais sobre sequência básica: COSSON, 2011, págs. 51 – 73). A sequência expandida além de compreender os passos da sequência básica, contém: primeira interpretação, contextualização, segunda interpretação e expansão. (Para ler mais sobre sequência expandida: COSSON, 2011, págs. 75 – 108). Por fim, o autor trata da avaliação feita no final do processo, a qual propicia uma visão ampla dos resultados alcançados por todos e, dessa maneira, entra em prática a autoavaliação dos alunos como forma de controle do ensino e da aprendizagem. Sobre isso Cosson (2011, p. 112) enfatiza que “cabe ao professor oferecer aos alunos os instrumentos qualitativos e quantitativos da avaliação, mas a condução do processo não pode ser mais unidirecional, antes deve ser compartilhada para que possa ser efetiva.”.

Referências:

COSSON, Rildo. Letramento literário: teoria e prática. 2ª ed. – São Paulo: Editora Contexto, 2011.

GONÇALVES, A. V. BARROS, E. M. D. Planejamento sequenciado da aprendizagem: modelos e sequências didáticas. Linguagem & Ensino: Pelotas, v.13, n.1, p.37-69, jan./jun. 2010.

MARCUSCHI, Luiz Antônio. Produção textual, análise de gêneros e compreensão. São Paulo: Parábola Editorial, 2008.

Por: Greicymara dos Santos Silva.