Oficina: trabalhando o conto “Substância” de João Guimarães Rosa.

Oficina desenvolvida pelos bolsistas do PIBID-Letras – Itabaiana sobre a lei 11.340/06 com base no conto “Substância” de João Guimarães Rosa 

Autoras:

Claudiane da Cunha Santos

Denise Brito Silva

Laís Barboza

Telma Sandes.

Gênero: Conto

Público-alvo: Ensino Médio

Duração: 4 aulas (50 minutos cada)

Recursos utilizados:

  • Computador;
  • Datashow;

Esta oficina é resultado de pesquisas voltadas para o ensino histórico e exemplificado do gênero conto, através da narração “Substância” do autor João Guimarães Rosa.  

Desenvolvimento

Aula 01

Duração: 2 aulas (50 minutos cada)

Primeiramente, apresentamos os conceitos e aspectos estruturais do conto e o diferenciamos de outros gêneros como: fábula, novela, etc. Detalhamos as características do conto, explicando suas partes, complicação, clímax e desfecho, e como notamos isso no texto. Em seguida, foi realizado com a turma, de forma oral, a leitura do conto Substância de Guimarães Rosa para a discussão sobre o papel feminino no meio social.

Aula 02

Duração: 2 aulas (50 minutos cada)

Nessa aula, retomamos o conto de Guimarães Rosa e instigamos os alunos sobre o que compreenderam da narrativa, abordando de modo geral o tema relatado. Após esse diálogo, realizamos uma dinâmica, na qual dois integrantes da turma selecionaram as afirmações verdadeiras sobre o conto, com o intuito de fazê-los analisar a obra. Como também de atentarem para o gênero conto, relacionando-o à temática abordada: a violência; além de explanar os diferentes modos em que ela se apresenta no texto. Na sequência foi exposto aos alunos a curta-metragem “Acorda, Raimundo… Acorda!”, disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=HvQaqcYQyxU&gt;, que mostra tarefas que são realizadas tipicamente pela mulher, porém, no vídeo é um homem que as realiza. Dessa forma os alunos puderam comparar a figura feminina em dois ambientes distintos, mas enfrentando dificuldades semelhantes. 

Referência

TAYUNYAKRASUNYA1. Acorda, Raimundo… Acorda!  Youtube. 26 mai. 2011. Disponível em: < https://www.youtube.com/watch?v=HvQaqcYQyxU&gt;. Acesso em: 22 mai. 2017.

OFICINA – Preconceito Racial

ROMPENDO COM O PRECONCEITO RACIAL

Autores:

Denise Brito;

Edelaine Santana;

Laís Barboza;

Márcia de Jesus.

Supervisor: João Mendonça.

APRESENTAÇÃO

O material elaborado nesta sequência didática foi desenvolvido por bolsistas do PIBID/DLI da Universidade Federal de Sergipe/campus Itabaiana. Este material tem por objetivo apresentar uma sequência didática constituída por algumas aulas para abordar um assunto que temos como tema: A Lei Federal nº 10.639/03, que torna obrigatório o ensino de História e Cultura Africana e Afro-Brasileira nas escolas de ensino fundamental e médio. Essa sequência foi aplicada em uma turma do 2º Ano do ensino médio de uma escola estadual de Itabaiana.

Estrutura curricular 

NÍVEL DE ENSINO: Ensino médio.

OBJETIVO GERAL

Apresentar o programa PIBID e uma de suas temáticas, a Lei 10.639/03, para divulgar e produzir conhecimentos, posturas e valores, fazendo resgate histórico para que as pessoas conheçam um pouco mais o Brasil e melhorem a sua própria história, na tentativa de amenizar os preconceitos em sala de aula. Desse modo, a presente sequência didática traz atividades dinâmicas que buscam estimular no aluno a reflexão e a interação, acerca da discussão gerada em torno do preconceito racial.

OBJETIVOS ESPECÍFICOS

  • Compreender que as diferenças individuais devem ser respeitadas;
  • Valorizar as diferenças presentes na sala de aula e em outros espaços sociais;
  • Refletir acerca de posturas preconceituosas adotadas pelas pessoas de forma não intencional e suas consequências;
  • Participar de atividades que mostrem ao grupo a importância do respeito mútuo;
  • Identificar a presença de atitudes racistas em diferentes grupos de convivência.

CONHECIMENTOS PRÉVIOS

Esta sequência didática requer apenas que os alunos identifiquem e diferenciem gêneros textuais.

DURAÇÃO DAS ATIVIDADES:

7 aulas de 50 minutos.

ESTRATÉGIAS E RECURSOS DA AULA

Aulas dinâmicas.

AULA 1

  1. A) Propor aos alunos/as um jogo no qual eles/as deverão ouvir três situações e na sequência fazer a opção por uma alternativa. Ao se decidirem, deverão assinalar a alternativa escolhida em uma ficha entregue a cada aluno/a pelo/a professor/a. Para dar início ao jogo, devem ser expostas quatro imagens no quadro à frente da turma, com as devidas indicações (A, B, C, D); e relatar a primeira situação:

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                  http://team.blogg.se/

b)capture-20160623-084417

http://aspirer4.rssing.com/chan-3535683/all_p2.html

c) capture-20160623-084453

https://pwcnetwork.wordpress.com/2013/08/19/professional-moms-of-color-back-to-school-for-the-college-student/

d) capture-20160623-084522

http://www.cantinhogeek.com/2015/07/gosta-de-zumbis-e-apocalipse-e-romance.html

Situação 1:

Vários adolescentes estavam participando de um campeonato na escola, quatro deles venceram, porém havia apenas um troféu. Imaginando que vocês são os juízes no campeonato, para quem dariam o troféu?

Situação 2:

Você estava na sua casa e, de repente, ouviu alguns gritos de socorro. Você foi até o portão e encontrou uma senhora apontando para um grupo de jovens, dizendo que um deles havia te xingado e tentado roubar as sacolas. Como a senhora estava muito descontrolada, não foi possível identificar quem havia a desrespeitado e os jovens saíram correndo assustados. Qual deles você acha que desrespeitou a senhora?

Situação 3:

Haverá uma festa muito legal em sua casa, condomínio (ou bairro) e você terá o direito de levar apenas um convidado. Quem você escolheria para levar à sua festa, dentre os jovens que estão expostos no slide?

  1. B) Após realizar a votação, fazer a leitura dos votos para cada situação e revelar aos alunos quais foram os jovens mais votados por eles em cada situação.
  2. C) Em círculo, refletir com os alunos sobre os jovens escolhidos e questionar:
  1. Quais foram os jovens mais e menos votados em cada situação?
  2. Por que vocês acham que esse (a) jovem escolhido(a) merece o troféu? O que ele(a) tem de diferente dos outros?
  3. Qual o motivo que o/a levou a escolher determinado (a) jovem como responsável pelo comportamento agressivo com a senhora da situação relatada?
  4. Por que você escolheu tal jovem como seu/sua convidado (a) para a festa? O que o/a faz pensar que seria uma boa companhia para você?

AULA 2

  1. A) Propor que a turma se divida em quatro subgrupos, sendo que, cada grupo deverá criar uma história envolvendo os jovens representados pelas imagens expostas anteriormente. No entanto, nesse segundo momento do jogo, esses jovens receberão características pessoais que deverão ser associadas às imagens, de acordo com o que o grupo definir:

1) Adolescente rebelde que não obedece aos pais, nem aos professores. Frequentemente, envolve-se em discussões com colegas na escola.

2) Adolescente mentiroso que se utiliza do recurso da mentira para não ir à escola.

3) Adolescente educado(a) e amigo(a). Sabe compartilhar seus conhecimentos e adora fazer novas amizades.

4) Adolescente muito inteligente que já venceu vários campeonatos de matemática na escola. Sabe tudo sobre computador.

  1. B) O aluno deverá registrar o texto em folha sulfite para ser lido posteriormente. Após a realização da atividade, apresentar as produções e discutir o conteúdo.

Fonte: http://portaldoprofessor.mec.gov.br/fichaTecnicaAula.html?aula=5231

AULAS 3 E 4

  1. A) Produzir um debate sobre a temática que será trabalhada pelos bolsistas, sobre a Lei 10.639/03, que visa apresentar o ensino da história da cultura africana e afro-brasileira, ressaltando a importância da cultura negra na formação da sociedade brasileira. Trabalhar com o vídeo Xadrez das cores, mostrando aos alunos como essa temática ainda é tão recorrente no mundo.

AULA 5

(A) Propor aos alunos que produzam um texto dissertativo-argumentativo, expondo seus conhecimentos sobre o tema abordado.

AULA 6

(A) Mostrar o preconceito racial em nossa sociedade, através de reportagens.

  1. Debater sobre a reportagem “Menino negro é expulso da frente de loja em rua luxuosa de São Paulo”. Ocorrido em 28 de março de 2015.

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Fonte: http://www.pragmatismopolitico.com.br/2015/03/racismo-menino-negro-e-expulso-de-loja-em-rua-luxuosa-de-sao-paulo.html

  1. Comentar sobre a reportagem “Jovem negra coloca foto com namorado branco no Facebook e sofre racismo”.

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Fonte: http://noticias.uol.com.br/cotidiano/ultimas-noticias/2014/08/28/jovem-negra-coloca-foto-com-namorado-branco-no-facebook-e-sofre-racismo.htm

  1. Trabalhar a reportagem “Goleiro Aranha é alvo de ofensas racistas na Arena do Grêmio”.

Fonte: http://esportes.terra.com.br/santos/goleiro-aranha-e-alvo-de-ofensas-racistas-na-arena-do-gremio,a35122e4c2f18410VgnVCM3000009af154d0RCRD.html

  1. Abrir uma discussão a respeito das reportagens abordadas anteriormente.

AULA 7

Retomar as reportagens da aula anterior e propor aos alunos a produção de uma notícia sobre preconceitos raciais. Após realização da atividade, recolher os textos.

 

Oficina – Preconceito Racial

TEMA: Combate ao preconceito e a discriminação racial  

MINISTRANTES:

Anailze Andrade

Danilo de Melo Mercado

Ingrid Aquino

José Aélio Dos Santos

Jessica Lima Silva

Mayara Menezes

Terezinha Andrade

Esta oficina é resultado do trabalho realizado pelos participantes do projeto PIBID da UFS do campus Itabaiana. Ela foi aplicada no evento da OCMEA , direcionada à alunos do ensino fundamental da Escola Monteiro Lobato, com a finalidade de conscientizar e desmistificar o preconceito racial aos negros.

PÚBLICO ALVO: 5° e 6° anos fundamentais

Nº DE AULAS: 6 horas/aulas

ATIVIDADE 1: RESPEITO ÁS DIFERENÇAS

O professor utilizará imagens de crianças, duas negras e duas brancas, coladas em cartolina, e colocará os alunos em três situações diferentes, gerando assim um debate.

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Foto 1                                 Foto 2

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Foto 3                                 Foto 4

Foto 1:Disponível em: http://niallhoranphonenumber.blogspot.com.br/

Foto 2:Disponível em: http://comunidade-artista.blogspot.com.br/2013_05_26_archive.html.

Foto 3:Disponível em: http://hdwyn.com/child_face_smile_girl_hd-wallpaper-52527/.

Foto 4:Disponível em: http://www.avozdocampo.com/cidades/araci/dia-da-consciencia-negra-tera-escolha-da-garota-e-do-garoto-black-de-araci-nesta-sexta.

Situação 1:

Várias crianças estavam participando de um campeonato na escola, quatro delas venceram, porém havia apenas um troféu. Vamos imaginar que vocês são os juízes do campeonato, para quem vocês dariam o troféu?

Situação 2:

Haverá uma festa muito legal em sua casa, condomínio (ou bairro) e você terá o direito de levar apenas um convidado. Quem você escolheria para levar à sua festa dentre as crianças que estão expostas no quadro?

Situação 3:

Você estava na sua casa e, de repente, ouviu alguns gritos de socorro. Você foi até o portão e encontrou uma senhora apontando para as crianças, dizendo que uma delas havia lhe xingado e tentado roubar suas sacolas. Como a senhora estava muito descontrolada, não foi possível identificar quem havia lhe desrespeitado e as crianças saíram correndo assustadas. Qual das crianças você supõe que desrespeitou a senhora?

Após o debate o professor aplicará um questionário com a finalidade de compreender os fatores que influenciam o ponto de vista do aluno, a respeito da “Discriminação Racial”, para ao final desenvolver uma atividade de desconstrução.

1) Quais foram as crianças mais e menos votadas em cada situação?

2) Por que vocês acham que essa criança escolhida merecia o troféu? O que ela tem de diferente dos outros?

3) Qual o motivo que o/a levou a escolher determinada criança como responsável pelo comportamento agressivo com a senhora da situação relatada?

4) Por que você escolheu tal criança como sua convidada para a festa? O que o/a faz pensar que seria uma boa companhia para você?

5) Como é sua família?

6) Com quem você se parece?

7) Quem são seus amigos? Eles possuem aspectos semelhantes ou diferentes?

Em seguida, o professor solicitaria aos alunos que colocassem em faixas de cartolinas palavras que representem o respeito às diferenças, como: amizade, compaixão, respeito, ajuda ao próximo, confiança e entre outros. Posteriormente, eles colariam suas faixas em um painel de isopor confeccionado para essa ação.

ATIVIDADE 2: BRINCADEIRA COM OS ANIMAIS QUE REPRESENTAM A ÁFRICA.

 

O professor colocará as figuras de animais que representam a África, pregadas em um TNT para apresentar aos alunos, e a partir dessas imagens será introduzido  conteúdos acerca do continente africano. Depois, seria proposta a confecção de desenhos feitos pelos alunos para que eles assimilem a flora e a fauna características da África, em seguida eles deverão expor os desenhos em um mural produzido especificamente para essa ação.

Materiais: Lápis de cor, lápis grafite, folha sulfite, barbante e pregadores ou isopor (enfeitado) e broche para pregar as imagens.

 

ATIVIDADE 3: DANÇAS E INSTRUMENTOS MUSICAIS DE ÁFRICA.

 

O professor, inicialmente, mostrará aos alunos instrumentos musicais originários da cultura africana a partir de imagens, e aqueles já incorporados na cultura brasileira, com a apresentação dos nomes. Enquanto os instrumentos estão sendo apresentados, ao fundo serão colocadas músicas que representam o contexto musical africano, como o ritmo da capoeira originária da cultura africana.

Material de apresentação: música de capoeira, e as imagens de instrumentos musicais.

 

ATIVIDADE 4: DESCONTRUÇÃO DO PRECONCEITO RACIAL ATRAVÉS DOS MITOS E LENDAS AFRICANAS.

 

Exploraremos o tema a partir de lendas e mitos africanos, priorizando as lendas mais populares, ou seja, as que são passadas de boca em boca, que contenham muito preconceito racial, que repetimos sem nem mesmo percebermos.

Levaríamos uma caixa com alguns apetrechos, como gorro do saci, velas, cachimbos e etc., para a dinâmica que será realizada ao final desta atividade. Na dinâmica, as crianças vão tirando as coisas da caixa e recontando as lendas eliminando o preconceito embutido ali, sob a orientação do professor.

ATIVIDADE 5: ANÁLISE DA MÚSICA “INCLASSIFICÁVEIS”, DE ARNALDO ANTUNES.

Os alunos devem ter em mãos a letra da música para acompanhar, o mediador deverá buscar junto com os alunos a interpretação da letra da música e observar as colocações deles sobre a temática, gerando discussões.

Inclassificáveis, Arnaldo Antunes 

que preto, que branco, que índio o quê?

que branco, que índio, que preto o quê?

que índio, que preto, que branco o quê?

 

que preto branco índio o quê?

branco índio preto o quê?

índio preto branco o quê?

 

aqui somos mestiços mulatos

cafuzos pardos mamelucos sararás

crilouros guaranisseis e judárabes

 

orientupis orientupis

ameriquítalos luso nipo caboclos

orientupis orientupis

iberibárbaros indo ciganagôs

 

somos o que somos

inclassificáveis

 

não tem um, tem dois,

não tem dois, tem três,

não tem lei, tem leis,

não tem vez, tem vezes,

não tem deus, tem deuses,

 

não há sol a sós

 

aqui somos mestiços mulatos

cafuzos pardos tapuias tupinamboclos

americarataís yorubárbaros.

 

somos o que somos

inclassificáveis

 

que preto, que branco, que índio o quê?

que branco, que índio, que preto o quê?

que índio, que preto, que branco o quê?

 

não tem um, tem dois,

não tem dois, tem três,

não tem lei, tem leis,

não tem vez, tem vezes,

não tem deus, tem deuses,

não tem cor, tem cores,

 

não há sol a sós

 

egipciganos tupinamboclos

yorubárbaros carataís

caribocarijós orientapuias

mamemulatos tropicaburés

chibarrosados mesticigenados

oxigenados debaixo do sol

Disponível em: http://www.letras.com.br/#!arnaldo-antunes/inclassificaveis. Acesso em fevereiro de 2016.

ATIVIDADE 6: ENCERRAMENTO – TEATRO DE FANTOCHE “MENINA BONITA DO LAÇO DE FITA”

 

MENINA BONITA DO LAÇO DE FITA

(Ana Maria Machado)

Era uma vez uma menina linda, linda.

Os olhos pareciam duas azeitonas pretas brilhantes, os cabelos enroladinhos e bem negros.

A pele era escura e lustrosa, que nem o pelo da pantera negra na chuva.

Ainda por cima, a mãe gostava de fazer trancinhas no cabelo dela e enfeitar com laços de fita coloridas.

Ela ficava parecendo uma princesa das terras da África, ou uma fada do Reino do Luar.

E, havia um coelho bem branquinho, com olhos vermelhos e focinho nervoso sempre tremelicando. O coelho achava a menina, a pessoa mais linda que ele tinha visto na vida.

E pensava:

– Ah, quando eu casar quero ter uma filha pretinha e linda que nem ela…

Por isso, um dia ele foi até a casa da menina e perguntou:

– Menina bonita do laço de fita, qual é o teu segredo para ser tão pretinha?

A menina não sabia, mas inventou:

– Ah deve ser porque eu caí na tinta preta quando era pequenina…

O coelho saiu dali, procurou uma lata de tinta preta e tomou banho nela.

Ficou bem negro, todo contente. Mas aí veio uma chuva e lavou todo aquele pretume, ele ficou branco outra vez.

Então ele voltou lá na casa da menina e perguntou outra vez:

– Menina bonita do laço de fita, qual é o seu segredo para ser tão pretinha?

A menina não sabia, mas inventou:

– Ah, deve ser porque eu tomei muito café quando era pequenina.

O coelho saiu dali e tomou tanto café que perdeu o sono e passou a noite toda fazendo xixi.

Mas não ficou nada preto.

– Menina bonita do laço de fita, qual o teu segredo para ser tão pretinha?

A menina não sabia, mas inventou:

– Ah, deve ser porque eu comi muita jabuticaba quando era pequenina.

O coelho saiu dali e se empanturrou de jabuticaba até ficar pesadão, sem conseguir sair do lugar. O máximo que conseguiu foi fazer muito cocozinho preto e redondo feito jabuticaba. Mas não ficou nada preto.

Então ele voltou lá na casa da menina e perguntou outra vez:

– Menina bonita do laço de fita, qual é teu segredo pra ser tão pretinha?

A menina não sabia e… Já ia inventando outra coisa, uma história de feijoada, quando a mãe dela que era uma mulata linda e risonha, resolveu se meter e disse:

– Artes de uma avó preta que ela tinha…

Aí o coelho, que era bobinho, mas nem tanto, viu que a mãe da menina devia estar mesmo dizendo a verdade, porque a gente se parece sempre é com os pais, os tios, os avós e até com os parentes tortos. E se ele queria ter uma filha pretinha e linda que nem a menina, tinha era que procurar uma coelha preta para casar.

Não precisou procurar muito. Logo encontrou uma coelhinha escura como a noite, que achava aquele coelho branco uma graça.

Foram namorando, casando e tiveram uma ninhada de filhotes, que coelho quando desanda a ter filhote não para mais! Tinha coelhos de todas as cores: branco, branco malhado de preto, preto malhado de branco e até uma coelha bem pretinha.

Já se sabe, afilhada da tal menina bonita que morava na casa ao lado.

E quando a coelhinha saía de laço colorido no pescoço sempre encontrava alguém que perguntava:

– Coelha bonita do laço de fita, qual é o teu segredo para ser tão pretinha?

E ela respondia:

– Conselhos da mãe da minha madrinha…

Disponível em: http://contandoradehistorias.blogspot.com.br/2008/01/na-espera-menina-bonita-do-lao-de-fita.html. Acesso em fevereiro de 2016