Sequência Didática – Figuras de Linguagem, Polissemia e Homonímia

Autoras:

Cláudia de Jesus Andrade

Dayany Sabrine A. Vasconcelos

Paula Pereira

Shirlene Andrade de Jesus

SEQUÊNCIA DIDÁTICA 

INTRODUÇÃO

Com base no modelo de sequência didática apresentado por (COSSON, 2011), Letramento literário: teoria e prática, apresentaremos uma versão adaptada da proposta utilizada pelo autor para produzirmos atividades gramaticais, de compressão e produção textual, com base em tirinhas e charges que apresentam figuras de linguagem, polissemia e homonímia. A temática central foi retirada do livro de Língua Portuguesa Singular & Plural: leitura, produção e estudos de linguagem, na parte “Caderno de Estudos de Língua e Linguagem”, pág. (194-223) do 7º ano do ensino fundamental, que tem como autoras Laura de Figueiredo, Marisa Balthasar e Shirley Goulart, da Editora Moderna do ano 2012. Foram utilizados os conceitos de compreensão e produção, embasados pela tipologia textual de Marcuschi em, Produção textual; análise de gêneros e compreensão, 1946, pág. (99-126 e 271-276), e Sírio Possenti, Por que (não) ensinar gramática na escola, 1996, pág. (63-72), com as definições dos tipos de gramática: normativa, descritiva e internalizada. Serão apresentados os conceitos e exemplos de charges e tirinhas e suas diferenças, de acordo com os temas trabalhados, como também atividades gramaticais, de compreensão e produção textual.

GÊNERO:

  • Tirinhas e charges.

PÚLICO-ALVO:

  • 7º ano do Ensino Fundamental.

NÚMERO DE AULAS:

  • 5 aulas de 50 min.

RECURSOS DIDÁTICOS:

  • Quadro, giz, notebook, caixas de som, data show, folhas de papel A4, caderno, lápis, borracha e caneta.

OBJETIVO GERAL:

  • Despertar nos alunos o interesse pela língua portuguesa em seus diferentes âmbitos, gramática, compreensão e produção de texto, como também o senso crítico. Motivá-los a se posicionarem diante das situações cotidianas, expressando sua opinião acerca dos assuntos de cunho social.
  1. MOTIVAÇÃO

 1ª aula: Levar para a sala de aula uma música que contenha figuras de linguagem.

Para a aula 1, o professor utilizará como motivação a música “Tempos Modernos” de Lulu Santos (anexo 1), que contém várias frases com figuras de linguagem para que os alunos percebam que ao ouvirem a música despercebidos eles não conseguirão identificar nada de diferente nas frases, porém ao analisar frase por frase é possível identificar vários tipos de figuras de linguagem em toda a canção, e que isso não ocorre apenas com essa música, mas com várias outras. Depois o professor irá iniciar um debate em sala perguntado quais figuras de linguagem eles já conhecem e para que eles acham que os autores de músicas utilizam esse recurso e explicará seus usos e finalidades.

Objetivos específicos: Identificar figuras de linguagem em coisas do dia a dia como música, aprender como são utilizadas e a sua finalidade para cada uso.

  1. INTODUÇÃO

2ª aula: Apresentação de charge e tirinha sobre o tema, abordagem de figuras de linguagem, diferença entre charge e tirinha, aplicação de exercício.

Para essa aula, o professor primeiramente irá mostrar uma tirinha (anexo 2), e uma charge (anexo 3), a tirinha se utiliza do efeito do eufemismo para a construção do sentido, já a charge utiliza a figura de linguagem metonímia mais nitidamente, parte pelo todo. Depois, o professor apresentará aos alunos as figuras de linguagem e explicará como utilizá-las e que sentido elas trazem no texto ou em frases isoladas. Em seguida, a partir daqueles exemplos eles irão responder se o que foi apresentado antes se trata de charge ou tirinha, e explicará a diferença entre os gêneros. Posteriormente, será aplicada um exercício (anexo 4) afim de observar se eles realmente entenderam o assunto aplicado até aquele momento.

Significado de charge e tirinha

De acordo com o site Um Vestibulando a charge “faz uma sátira (crítica sarcástica) de acontecimentos atuais, geralmente na esfera política, afim de demonstrar indignação e insatisfação com a situação vigente. Além disso, a charge quase sempre utilizada a caricatura para delinear o(s) personagem(s) envolvidos”, já a tirinha “é uma sequência de quadrinhos que geralmente faz uma crítica aos valores sociais, e é publicada com regularidade”.

Objetivos específicos: Identificar a(s) figura(s) de linguagem, compreender o sentido da charge, distinguir charge de tirinha, desenvolver o senso crítico dos alunos(as).

  1. INTERPRETAÇÃO

  3ª aula: Definição do conceito de polissemia e homonímia, exemplos de charges sobre o tema, aplicação de um exercício de compreensão.

Nesta aula iremos definir o conceito de polissemia e homonímia, e mostrar exemplos através de charges (anexo 5) que chamem a atenção dos alunos para o maior entendimento sobre o tema que irá ser trabalhado. Antes mesmo do professor trabalhar o tema, ele irá pedir para que os alunos escrevam em uma folha em seu caderno algumas palavras que eles acham que tenham a mesma escrita, mas que possuem mais de um significado, e palavras que podem ter seu sentido alterado em situações diferentes. Ao concluírem o que foi pedido pelo professor, será iniciado um debate em sala sobre o que foi pedido aos alunos para certificar se os alunos entenderam o que foi pedido pelo professor. Finalizando, o professor entregará aos alunos um exercício de compreensão (anexo 6) a partir de tirinhas para eles começarem em aula e terminarem em casa.

Definição de polissemia

De acordo com o site Meus Dicionários “polissemia é um termo cujo significado envolve uma mesma palavra que possui diversos significados diante a vários contextos em que pode ser inserido”.

Link do site: https://www.meusdicionarios.com.br/polissemia

Definição de homonímia

Segundo o site Norma Culta homonímia “são palavras que são pronunciadas da mesma forma, mas têm significados diferentes.”

Link do site: https://www.normaculta.com.br/palavras-homonimas/

Objetivos específicos: Desenvolver com os alunos a parte de compreensão textual, através do gênero charge e tirinha, desenvolvendo o senso crítico dos alunos.

  1. CONCLUSÃO

4ª aula: Início da finalização da sequência didática.

Para finalizar a abordagem do tema trabalhado em sala, o professor precisará de duas aulas. Na primeira, ele dará sequência ao assunto trabalhando com uma charge que traz uma figura de linguagem, a ironia. Antes do professor mostrar e explicar a charge ele irá conceituar o termo ironia apresentando sua definição. Após o professor explanar o significado do termo ironia e citar exemplos, ele deverá mostrar uma charge (anexo 7), a qual tem um cunho político. Depois da exibição da charge para toda a turma, o professor deverá instigar os alunos a fazerem um pequeno debate sobre o assunto da charge, mediante os seguintes aspectos:

  • Do que se trata a charge?
  • Qual a ironia retratada?
  • O que vocês acham dos políticos e da política brasileira?
  • Por que o garoto se referiu ao outro garoto como “político”?
  • Qual a situação de nós brasileiros perante isso?

Significado de ironia

De acordo com o site Significados “Ironia é a utilização de palavras que manifestam o sentido oposto do seu significado literal”.

Link do site: https://www.significados.com.br/ironia/

Objetivos específicos: Capacitar os alunos a produzirem textos, a partir dos gêneros charges ou tirinhas, dando suporte a esses alunos a produzirem seu texto por meio das explanações e debates realizados em sala.

5ª aula: Continuação da aula anterior e finalização da sequência didática com uma produção textual.

Nesta última aula e final da sequência didática, o professor irá retomar a aula passada sobre a discussão da charge que fala sobre político. Após toda discussão acerca do assunto, chegou a hora da produção textual. Mediante o que foi trabalhado em sala, o professor deverá propor aos alunos a produção de um texto, a partir da charge trabalhada e de toda discussão tida em sala de aula acerca do tema, obedecendo aos critérios de produção estabelecidos por Marcuschi (1946), acerca da coesão, coerência, entre outros.

 Referências

Conceito de polissemia. Disponível em: https://www.meusdicionarios.com.br/polissemia.  Acesso em: 06/03/2018.

Conceito de homonímia. Disponível em: https://www.normaculta.com.br/palavras-homonimas/ Acesso em: 06/03/2018.

Definição de charge e tirinha. Disponível em: https://umvestibulando.wordpress.com/2013/01/06/a-diferenca-entre-charge-cartum-tirinha-e-caricatura. Acesso em: 05/03/2018.

Definição de ironia. Disponível em: https://www.significados.com.br/ironia/. Acesso em: 05/03/2018.

FIGUEIREDO, Laura de. Singular & plural: leitura, produção e estudos de linguagem/ Laura de Figueiredo, Marisa Balthasar, Shirley Goulart. -1. ed. – São Paulo: Moderna, 2012, pág. (194-223)

Letra da música “Tempos Modernos”. Disponível em:  https://www.vagalume.com.br/lulu-santos/tempos-modernos.html. Acesso em: 06/03/2018.

MARCUSCHI, Luiz Antônio, 1946. Produção textual; análise de gêneros e compreensão/ Luiz Antônio Marcuschi, – São Paulo: Parábola Editorial, 2008, pág. (99-126 e 271-276)

POSSENTI, Sírio, Por que (não) ensinar gramática na escola/ Sírio Possenti-Campinas, SP: Mercado de Letras: Associação de Leitura do Brasil, 1996, pág. (63-72)

Anexos

Anexo 1: Letra da música “tempos modernos” de Lulu Santos.

Link da letra: https://www.vagalume.com.br/lulu-santos/tempos-modernos.html

TEMPOS MODERNOS

Lulu Santos

Eu vejo a vida melhor no futuro

Eu vejo isso por cima de um muro de hipocrisia (Metáfora)

Que insiste em nos rodear

Eu vejo a vida mais clara e farta

Repleta de toda satisfação (Hipérbole)

Que se tem direito

Do firmamento ao chão

Eu quero crer no amor numa boa

Que isto valha pra qualquer pessoa

Que realizar a força que tem uma paixão

Eu vejo um novo começo de era

De gente fina, elegante e sincera

Com habilidade

Pra dizer mais sim do que não, não não

Hoje o tempo voa, amor (Personificação / Hipérbole)

Escorre pelas mãos (Metáfora)

Mesmo sem se sentir

Não há tempo que volte, amor

Vamos viver tudo o que há pra viver (Aliteração / Pleonasmo / Hipérbole)

Vamos nos permitir

Anexo 2: Tirinha (Eufemismo).

01

 https://esquadraodoconhecimento.wordpress.com/linguagens-codigos/figura-de- linguagem

Anexo 3: Charge (Metonímia).

 02

http://professoralexandrebastos.blogspot.com.br/2013/11/figuras-de-linguagem.htm

Anexo 4: Exercício.

Exercício – Gramatical

  • De acordo com a leitura e interpretação das tirinhas e seus conhecimentos sobre figuras de linguagem, responda:
  1. Identifique quais tipos de figura de linguagem estão mais presentes em cada tirinha. Você consegue identificar alguma outra figura?
  2. Explique porque o autor da charge utilizou essa figura de linguagem para construir o humor da tirinha?
  3. Na primeira charge, o que as palavras em destaque do primeiro quadrinho tem de semelhança com as dos outros três quadrinhos? Se necessário, pesquise no dicionário o significado delas e seus sinônimos.
  4. Que outras palavras poderiam substituir as de destaque no primeiro quadrinho? Manteria o mesmo sentido do texto?

Anexo 5: Exemplos de charges com homonímia e polissemia.

Charge (Homonímia)

03

https://www.google.com.br/search?q=charge+sobre+polissemia&tbm=isch&tbo=u&source=univ&sa=X&ved=0ahUKEwjM3dAqM7ZAhXJs1kKHSr6A1IQsAQIJw&biw=1366&bih=662#imgrc=-nZ5JxDoBuSUXM

Charge (Polissemia)

04

https://descomplica.com.br/blog/portugues/lista-ambiguidade-polissemia/

Anexo 6: Exercício de compreensão.

Exercício de compressão

 Com base na tirinha responda as seguintes alternativas:

  • 05

https://www.google.com.br/search?tbm=isch&q=tirinha+sobre+polissemia&backchip=online_chips:polissemia+tipos&chips=q:tirinha+sobre+polissemia&sa=X&ved=0ahUKEwjhx5jm7NXZAhUDyFkKHVrDXAQ3VYIJSgA&biw=1366&bih=662&dpr=1#imgrc=q4Dstk8cxsbP7M 

  1. De acordo com o que aprendemos durante a aula, essa tirinha trata-se de um exemplo de homonímia ou polissemia?
  2. Em qual palavra podemos perceber? Explique.
  3. Em que consiste o humor da tirinha?
  4. Elaborem uma charge ou tirinha com tema livre, contendo palavras homônimas e polissêmicas

 Anexo 7: Exemplo de charge (Ironia).

06

https://www.lendo.org/termos-literarios-vestibular-enem/

 

 

 

 

 

 

 

Sequência Didática: “Do encantado ao real: Decisões que acompanham o nosso caminho”

UNIVERSIDADE FEDERAL DE SERGIPE

PROGRAMA DE MESTRADO PROFISSIONAL EM LETRAS

Fabiane Lima Santos

SEQUÊNCIAS DIDÁTICAS

 

Sequência Didática: “Do encantado ao real: Decisões que acompanham o nosso caminho”

Fabiane Lima Santos

Apresentação

A presente prática de ensino de literatura foi desenvolvida como requisito para aprovação na disciplina Leitura do Texto Literário, ministrada pela profa. Dra. Jeane de Cássia de Nascimento Santos, membro do mestrado Profissional em Letras, Campus Prof. Alberto Carvalho – Itabaiana/SE.

O presente trabalho traz a sequência didática básica, uma das duas sequências propostas por Cosson (2016) em “Letramento literário: teoria e prática”, constituída por quatro etapas: motivação, introdução, leitura e interpretação. A proposta é oferecer o letramento literário, a partir de atividades que envolvam a participação e a reflexão do aluno, de maneira que compreenda a importância da leitura de diferentes gêneros textuais para a sua formação acadêmica e cidadã.

Objetivos gerais:

  • Apresentar o gênero literário conto, a partir de suas características bem como discutir as temáticas abordadas em “Fita verde no cabelo” de Guimarães Rosa.

Objetivos específicos:

  • Despertar o prazer pela leitura;
  • Produzir o gênero conto, a partir da releitura da narrativa “Chapeuzinho Vermelho” escrita por Charles Perrault/Irmãos Grimm;
  • Desenvolver postura crítica frente às questões abordadas.

Gênero: Conto

Tema: A tomada de decisões e suas consequências

Público-alvo: 3º ano do ensino fundamental

Recursos: Computador, internet, site de compartilhamento de vídeos (youtube), folha A4, papel madeira, lápis de cor, lápis grafite, lousa, marcador de quadro branco e cola.

  1. MOTIVAÇÃO

1ª Aula – 50 minutos

Iniciar com o vídeo da narrativa “Chapeuzinho Vermelho”. Link do vídeo: https://youtu.be/DNC-6-qhJ-s

Após assistir ao vídeo, o professor conversará sobre a possibilidade de releitura do conto “Chapeuzinho Vermelho”. Em seguida, solicitará que os alunos escrevam em uma folha de papel características dos personagens diferentes da versão original. Os alunos dirão as características e o motivo da sua escolha. Depois, será confeccionado um cartaz em papel madeira com as características escolhidas pela turma. O cartaz será fixado na parede da sala, ilustrado com desenhos feitos pelos alunos.

A finalidade da atividade é permitir que os alunos comparem as personagens criadas por eles com as personagens do conto “Fita verde no cabelo” de Guimarães Rosa.

  1. INTRODUÇÃO

2ª Aula – 50 minutos

Será apresentado o conto “Fita verde no cabelo” de Guimarães Rosa. Inicialmente, o professor mostrará a capa da obra, o título, as cores das ilustrações e um pouco sobre o autor. Em seguida, cada aluno poderá manusear o livro antes de iniciar a leitura.

1

III. LEITURA

3ª Aula – 50 minutos

Será realizada a leitura do conto em voz alta pelo professor. A leitura será realizada até o momento em que a menina escolhe o caminho mais longo para chegar à casa da vovó.

Em seguida, haverá debate sobre as possíveis consequências da ação da personagem em escolher o caminho mais longo para chegar à casa da sua avó. Nesse momento, será possível realizar comparações entre as decisões tomadas pela personagem e pelos alunos em situações da vida real.

A finalidade da atividade é levar os alunos a refletirem sobre as decisões tomadas no seu cotidiano e as possíveis consequências.

  1. INTERPRETAÇÃO

4ª Aula – 50 minutos

Após realizar a leitura do texto, serão discutidas algumas questões:

– O que significou para a personagem a perda da fita verde?

– Como a personagem se sentiu quando viu sua avó no leito de morte?

– Você acha que a personagem fez a escolha certa?

– Você tem medo da morte? Por quê?

5ª Aula – 50 minutos

Será realizada uma adaptação da atividade “Mudando a história” proposta por Cosson (2016). O professor dividirá a turma em dois grupos, informará a possibilidade de alterar qualquer parte da história e acrescentar novas personagens que podem ser os próprios colegas de sala. O primeiro grupo pensará na manutenção ou retirada de personagens e o segundo, na construção do novo final.

Em seguida, o professor gravará a nova história criada pela turma e pedirá para a direção da escola divulgar o áudio no facebook da instituição de ensino.

Sequência Didática: “Sai para lá, seu Medo…”

Fabiane Lima Santos

Apresentação

A presente prática de ensino de literatura foi desenvolvida como requisito para aprovação na disciplina Leitura do Texto Literário, ministrada pela profa. Dra. Jeane de Cássia de Nascimento Santos, membro do mestrado Profissional em Letras, Campus Prof. Alberto Carvalho – Itabaiana/SE.

A proposta de oficina de leitura partiu dos estudos teóricos de Cosson (2016) quanto à realização de atividades nas aulas de Língua Portuguesa que envolvessem a leitura dentro da perspectiva do letramento literário. Foi organizada uma proposta de sequência didática com base nas características do gênero literário poema e da temática abordada na obra “Chapeuzinho Amarelo” escrita por Chico Buarque.

Nesse sentido, a atividade busca articular a leitura do livro impresso, atividades de escrita e os recursos tecnológicos como computador, internet e site de compartilhamento de vídeos (youtube). Considera-se que a ação docente precisa ressignificar seu fazer pedagógico, inserindo as novas tecnologias no cotidiano da sala de aula, uma vez que os alunos já as utilizam como ferramentas de construção de conhecimento em diferentes espaços sociais.

Objetivos gerais:

Apresentar a poesia como gênero literário, destacando suas características e possibilidades de uso na sala de aula para a discussão de diferentes temáticas abordadas em enfoques interdisciplinar, bem como discutir a obra: Chapeuzinho Amarelo de Chico Buarque quanto aos sentimentos de medo e não-medo que permeiam a obra.

Objetivos específicos:       

  • Estimular o desenvolvimento da competência leitora do aluno a partir da produção do gênero literário – poesia;
  • Instigar a participação crítica do aluno;
  • Debater sobre os estados emocionais que fazem parte do universo infantil;
  • Compreender a poesia como gênero literário possível de discutir diferentes temáticas presentes no cotidiano do aluno.

Gênero: Poesia

Tema: O medo que permeia o universo infantil

Público-alvo: Alunos do 3º ano do ensino fundamental

Recursos utilizados: Computador, internet, site de compartilhamento de vídeos (youtube), papel madeira, papel A4, lousa, marcador de quadro branco, lápis grafite, lápis de cor, borracha e cola.

  1. MOTIVAÇÃO

1ª aula – (50 minutos)

Será realizada a adaptação da atividade “Relógio” proposta por Cosson (2016). Inicialmente, o professor dividirá a turma em dois grupos. Pedirá para os alunos criarem uma personagem que será a protagonista de um conto produzido por eles em sala de aula. A produção literária será uma releitura do conto “Fita verde no cabelo” de Guimarães Rosa. O primeiro grupo será responsável em informar o que a personagem tem medo e o segundo, o que não tem medo. Em seguida, o professor explicará que o seu braço direito significa o ponteiro dos minutos e, aleatoriamente, apontará para um aluno do primeiro grupo para que informe um medo da personagem. O braço esquerdo representa o ponteiro das horas e o apontará para um dos alunos do segundo grupo para que informe algo que a personagem não tem medo. Serão apresentadas imagens para auxiliar na construção da narrativa.

 

A atividade será finalizada com a construção de uma tabela feita em papel madeira, apresentando aquilo que a personagem tem e não tem medo. A atividade propõe que o aluno verifique as semelhanças e as diferenças entre o texto criado pela turma e o poema “Chapeuzinho Amarelo”. A tabela será fixada na parede da sala.

  1. INTRODUÇÃO

2ª aula – (50 minutos)

Será apresentada a obra “Chapeuzinho Amarelo” escrita por Chico Buarque. Inicialmente, o professor mostrará a capa, o título, as cores das ilustrações e um pouco sobre o autor e o ilustrador. Em seguida, cada aluno poderá manusear o livro antes de iniciar a leitura.

4

III. LEITURA

3ª aula – (50 minutos)

O poema será recitado em voz alta pelo professor. Após a leitura da parte que expõe os medos de Chapeuzinho Amarelo, será realizada uma roda de conversa norteada pelas seguintes perguntas:

– Você acha normal uma criança ter medo de tudo?

– O que você achou da postura de Chapeuzinho Amarelo quando encontrou o lobo? O que você faria?

– Você tem medo de alguém ou de alguma coisa?

– Você já conversou com alguém sobre suas dificuldades em vencer seus medos?

– Seus pais ou outro familiar já conversou com você sobre esse assunto?

– Você acha que pode vencer seus medos? Como?

Em seguida, a turma assistirá ao vídeo da música “Quem tem medo” de Marcelo Serralva. Link do vídeo: https://youtu.be/Cm8j6JlgySY

  1. INTERPRETAÇÃO

4ª aula – (50 minutos)

Será realizada a leitura do final do poema. Em seguida, serão propostas as atividades “Laços de palavras” e “Varal poético” de Cosson (2016). Inicialmente, o professor selecionará palavras que rimam. Tais palavras serão escritas em pedaços de papel e distribuídas aos alunos. Depois, os alunos escreverão frases e deixarão as palavras que rimam no final de cada frase. A turma organizará as sentenças para formar um poema que será exposto no varal da sala.

Referência bibliográfica

COSSON, R. Letramento literário: teoria e prática. 2.ed. São Paulo: Contexto, 2012.139p.

 

 

 

SEQUÊNCIA DIDÁTICA GÊNERO CONTO

UNIVERSIDADE FEDERAL DE SERGIPE

CAMPUS DE ITABAIANA/SE

MESTRADO PROFISSIONAL DE LETRAS 

ANNE ALESSANDRA CRUZ RIBEIRO 

SEQUÊNCIA DIDÁTICA GÊNERO CONTO

“Chamamos céu aquele azul, depois do primeiro beijo” Maria Pilar Alberdi

APRESENTAÇÃO

A presente sequência didática foi solicitada como requisito avaliativo da disciplina Leitura do Texto Literário, no curso de Mestrado pelo Profletras, ministrada pela prof.ª. Dra. Jeane de Cássia N. Santos, na Universidade Federal de Sergipe, campus Prof. Alberto Carvalho, Itabaiana/Sergipe.

INTRODUÇÃO

A sequência didática trabalhará com o gênero conto. O conto pode ser considerado uma narrativa mais familiar para o aluno das séries iniciais do Ensino Fundamental II, por isso receberá maior ênfase. Todavia, serão utilizados outros gêneros, a fim de que o aluno possa estabelecer comparações e identifique o conto de forma mais fácil.

Esta sequência foi construída baseada no modelo de sequência básica de Cosson (2011) e segue as subdivisões sugeridas pelo autor:  motivação, introdução, leitura e interpretação, sendo estas linearmente desenvolvidas.

No primeiro momento, o da motivação, o aluno desfrutará de uma série de textos que introduzem o tema de forma leve e dinâmica, através de gêneros diferentes do gênero principal, preparando-o para receber o texto. O segundo momento, trata sobre a apresentação de breves informações sobre o autor (a), bem como de algumas obras, sendo este momento denominado de introdução. Em seguida, ocorre o momento principal da sequência didática, o da leitura do texto, em que o aluno entrará em contato com o texto principal; aqui, a leitura poderá ser sugerida pelo professor de várias formas, dentre as quais podem ser citadas a leitura individual, em grupo, silenciosa ou não, entre outros. Já se tratando de textos curtos, a leitura deverá ser realizada preferencialmente na sala de aula. Por fim, no último momento, o da interpretação, quando espera-se que o aluno infira sentido ao texto lido, almeja-se que o aluno estabeleça relação entre todos os momentos apresentados anteriormente, visto que, objetivaram corroborar com a compreensão do texto, sendo este o momento no qual o aluno expõe aquilo que aprendeu.

OBJETIVOS GERAIS

  • Proporcionar o conhecimento do texto literário, incentivando e conscientizando os alunos sobre a importância da leitura para o seu desenvolvimento e ampliação cultural.

OBJETIVOS ESPECÍFICOS

  • Desenvolver o prazer pela leitura literária utilizando o gênero conto;
  • Relembrar as principais características dos textos narrativos e os elementos do conto;
  • Discutir sobre as emoções que podem estar relacionados ao ato de beijar;
  • Identificar os diferentes tipos de beijo e as emoções que estão relacionadas a cada um deles;
  • Introduzir o tema central da obra “descoberta da sexualidade”, de forma leve;
  • Proporcionar o conhecimento e a troca de ideias sobre a temática.

GÊNERO: Conto

TEMA:  O beijo: diferentes tipos e emoções.

PÚBLICO ALVO: 6º ano ou 7º ano do Ensino Fundamental II

NÚMERO DE AULAS: 6 aulas de 50 minutos.

RECURSOS UTILIZADOS: Notebook, Datashow, caixa de som, ou lousa digital multimídia, papel A4 para cópias de textos.

DESENVOLVIMENTO DA SEQUÊNCIA

  1. Motivação

1ª Aula (50 min):

O professor deverá introduzir a aula de forma bem descontraída, contando algumas piadas que falem sobre o primeiro beijo. Após contar as piadas que conhece, deverá contar a piada sugerida para neste trabalho, e apresentá-la na lousa, para então iniciar os questionamentos propostos.

TEXTO 1- Piada

Como dar um primeiro beijo

Uma menina de sete anos admitiu, calmamente para seus pais, que Joãozinho havia lhe dado um beijo depois da aula.

– E como aconteceu isso? – perguntou a mãe assustada.

– Não foi fácil, – admitiu a pequena garotinha – mas três meninas me ajudaram a segurá-lo.

 

 

Disponível em: http://www.piadas.com.br/

QUESTIONAMENTOS SOBRE O TEXTO 1

  • Quais são os personagens apresentados na piada?
  • O título da piada correspondeu as suas expectativas?
  • A menina afirma que Joãozinho havia lhe dado um beijo. Você concorda com essa afirmação?
  • Por que a mãe se assustou com a informação apresentada pela filha?
  • Qual frase carrega o humor da piada?
  • Joaozinho beijou a menina como prova do seu amor por ela? Justifique sua resposta.
  • Quantos anos a garota tinha quando deu seu primeiro beijo?
  • Existe uma idade mínima para dar o primeiro beijo? A idade que a garota se encontrava era ideal para realizar o ato de beijar? Justifique.
  • Existe algum elemento explícito que colabore para a confirmação da parte do corpo em que o beijo foi dado? É possível confirmar o sentimento da garota por Joãozinho?
  • Que tipo de beijo vocês conhecem e quais sentimentos podem vir atrelados a esses diferentes beijos? Sugerir debate sobre beijo entre namorados, amigos, pais e filhos, beijos de saudação, despedida, apresentação, entre outros.

Dando continuidade, o professor introduzirá o tema “a primeira vez que…”, dando os alunos um tempo mínimo de 5 minutos para lembrar sobre algo que realizaram pela primeira vez, descrevendo a situação, o local, o momento e a emoção que sentiram realizar aquele fato pela primeira vez. O fato poderá ser antigo ou recente. Espera-se que a partir da motivação inicial, os alunos sintam-se encorajados a relatar sobre o primeiro beijo, porém não deverá ser exigido essa temática. Os relatos devem ser contados de forma natural e verdadeira.

O professor deverá permitir que os alunos tomem ciência de que os relatos serão apresentados oralmente para toda a classe, a fim de se evitar algum tipo de constrangimento. Após prévia observação e análise dos depoimentos, o professor convidará aos alunos para exporem seus relatos, deixando propositalmente para o final aqueles relatos que remetam ao tema central.

2ª Aula (50 min):

A aula inicia-se com a exposição de diferentes vídeos que contém trechos de filmes com recortes de cenas de beijo, com o intuito de chamar a atenção para diferentes tipos de beijos. A exposição dos vídeos poderá ser ampliada de acordo com os conhecimentos do professor; seguem alguns vídeos sugeridos.

Vídeo 1-  Shrek

Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=aNtVrACEUoU

1

Vídeo 2-  A Bela e a Fera

Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=bVwd5lJruYs

2

Após exibição dos trechos de filmes, iniciam-se os questionamentos:

  • Há diferença entre os beijos?
  • O efeito causado pelo beijo foi o mesmo nos dois filmes?
  • No primeiro vídeo, o que significa dizer que alguém assumirá a sua verdadeira forma?
  • Ainda sobre o primeiro vídeo, por que Fiona não voltou a ser a princesa de antes?
  • No segundo filme, a Fera transforma-se em príncipe após ser beijado. Você acredita que o beijo causaria esse efeito em alguém na vida real?
  • Se pudéssemos substituir a Fera e o próprio beijo por coisas reais, que significados você daria a esses elementos? O que eles representam?

Assim que se encerrarem os questionamentos sobre os filmes, o professor expõe as imagens na lousa e inicia uma análise simples sobre os diferentes beijos apresentados nas obras. As observações serão feitas livremente pelos alunos e no final dos argumentos dos alunos o professor apresenta breves comentários sobre as telas.

 

Inicia-se uma roda de conversa sobre o primeiro beijo, com o intuito de tecer comentários sobre o tema e fazer um levantamento de conhecimento prévio sobre sexualidade. Questionamentos devem ser levantados pelo professor, tais como: você já beijou? Com quantos anos você deu o primeiro beijo? Se lembra onde e quando ocorreu? O que sentiu ao beijar pela 1ª vez?

Durante a discursão o professor pode introduzir algumas curiosidades sobre o beijo para descontrair e a roda de conversa não se tornar um interrogatório constrangedor. As curiosidades podem ser relacionadas à origem do beijo, o significado do beijo para diferentes culturas dos países ou curiosidades mais simples, como as apresentadas a seguir.

1ª CURIOSIDADE

10% do mundo simplesmente não beija

7

Pois é. A gente sabe que parece errado isso aí, mas é verdade. Vamos aos fatos: a Ilha de Mangaia, que também é a ilha mais antiga do Oceano Pacífico, só foi saber o que era beijar em 1700, quando os ingleses chegaram com a novidade.

A verdade é que, mesmo agora, há 10% da população mundial que simplesmente não beija. Há muitos motivos para isso: em algumas áreas do Sudão, por exemplo, as pessoas não têm esse costume porque acreditam que a boca é a janela da alma. Beijar seria, portanto, uma forma de ter suas almas roubadas.

Fonte: https://www.megacurioso.com.br/corpo-humano/45532-delicie-se-com-estas-7-curiosidades-interessantes-sobre-o-beijo.htm

2ª CURIOSIDADE

Não somos os únicos

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Outros animais além de nós, humanos, também costumam trocar beijos. É o caso dos chimpanzés, que trocam beijinhos depois de uma briga. Há diversos estudos que já comprovaram que outros primatas têm o costume de beijar. E, além deles, vale falar das suricatas e dos elefantes, que também beijam e demonstram afeto.

Fonte: https://www.megacurioso.com.br/corpo-humano/45532-delicie-se-com-estas-7-curiosidades-interessantes-sobre-o-beijo.htm

  1. Introdução

3ª Aula (50 min):

O que é o gênero conto?

O professor inicia indagando a turma sobre o que é um conto, se já conheciam ou já tinham ouvido falar. Em seguida, apresenta uma definição breve do gênero, seus elementos e aspectos principais. Posteriormente, solicita que a classe comente se já leram ou escreveram um conto e pede para comentar sobre eles. Caso eles não lembrem, instiga os sobre o conhecimento de contos de outros autores, à medida que justifica o motivo pelo qual consideram a história que apresentaram como um conto, citando assim suas características e elementos.

Após apresentar o gênero conto, que será trabalhado em sala, o professor apresenta a autora e a obra. Inicialmente fala sobre a autora, Clarisse Lispector, atendo-se a informações importantes sobre a vida e obra dela, especialmente para a obra Felicidade Clandestina (Contos 1971), por tratar-se de uma coletânea de contos, de onde o conto principal foi extraído, inferindo também os conhecimentos dos alunos, se já o conheciam ou leram alguma obra.

Após essa primeira apresentação do autor e obras o professor poderá levar os alunos ao laboratório de informática para acessarem ao blog dedicado a autora ou o próprio professor pode usar o próprio Datashow e conduzir a visita ao blog com todos os alunos assistindo. Para despertar maiores curiosidades sobre a autora e obras.

Neste momento de apresentação é imprescindível que o professor disponibilize obras da autora que estejam disponíveis na biblioteca da escola ou da cidade.

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https://claricelispector.blogspot.com.br/

  1. Leitura

4ª Aula (50 min):  leitura do texto

É o momento em que ocorre a disponibilização dos textos para os alunos, com a apresentação e leitura do conto (O Primeiro Beijo) de Clarisse Lispector.

Antes da leitura do texto, levanta-se hipóteses sobre o que os alunos esperam de acordo com o título do texto, para então solicitar a leitura silenciosa e individual por parte dos alunos.

Após leitura deve-se pedir aos alunos que identifiquem os vocábulos que julgarem de difícil entendimento e que efetuem pesquisa no dicionário para não prejudicar a compreensão geral do texto.

TEXTO

O Primeiro Beijo – Conto de Clarice Lispector

Os dois mais murmuravam que conversavam: havia pouco iniciara-se o namoro e ambos andavam tontos, era o amor. Amor com o que vem junto: ciúme.

– Está bem, acredito que sou a sua primeira namorada, fico feliz com isso. Mas me diga a verdade, só a verdade: você nunca beijou uma mulher antes de me beijar? Ele foi simples:

– Sim, já beijei antes uma mulher.

– Quem era ela? perguntou com dor.

Ele tentou contar toscamente, não sabia como dizer.

O ônibus da excursão subia lentamente a serra. Ele, um dos garotos no meio da garotada em algazarra, deixava a brisa fresca bater-lhe no rosto e entrar-lhe pelos cabelos com dedos longos, finos e sem peso como os de uma mãe. Ficar às vezes quieto, sem quase pensar, e apenas sentir – era tão bom. A concentração no sentir era difícil no meio da balbúrdia dos companheiros.

E mesmo a sede começara: brincar com a turma, falar bem alto, mais alto que o barulho do motor, rir, gritar, pensar, sentir, puxa vida! Como deixava a garganta seca.

E nem sombra de água. O jeito era juntar saliva, e foi o que fez. Depois de reunida na boca ardente engulia-a lentamente, outra vez e mais outra. Era morna, porém, a saliva, e não tirava a sede. Uma sede enorme maior do que ele próprio, que lhe tomava agora o corpo todo.

A brisa fina, antes tão boa, agora ao sol do meio dia tornara-se quente e árida e ao penetrar pelo nariz secava ainda mais a pouca saliva que pacientemente juntava.

E se fechasse as narinas e respirasse um pouco menos daquele vento de deserto? Tentou por instantes mas logo sufocava. O jeito era mesmo esperar, esperar. Talvez minutos apenas, enquanto sua sede era de anos.

Não sabia como e por que mas agora se sentia mais perto da água, pressentia-a mais próxima, e seus olhos saltavam para fora da janela procurando a estrada, penetrando entre os arbustos, espreitando, farejando.

O instinto animal dentro dele não errara: na curva inesperada da estrada, entre arbustos estava… o chafariz de onde brotava num filete a água sonhada. O ônibus parou, todos estavam com sede mas ele conseguiu ser o primeiro a chegar ao chafariz de pedra, antes de todos.

De olhos fechados entreabriu os lábios e colou-os ferozmente ao orifício de onde jorrava a água. O primeiro gole fresco desceu, escorrendo pelo peito até a barriga. Era a vida voltando, e com esta encharcou todo o seu interior arenoso até se saciar. Agora podia abrir os olhos.

Abriu-os e viu bem junto de sua cara dois olhos de estátua fitando-o e viu que era a estátua de uma mulher e que era da boca da mulher que saía a água. Lembrou-se de que realmente ao primeiro gole sentira nos lábios um contato gélido, mais frio do que a água.

E soube então que havia colado sua boca na boca da estátua da mulher de pedra. A vida havia jorrado dessa boca, de uma boca para outra.

Intuitivamente, confuso na sua inocência, sentia intrigado: mas não é de uma mulher que sai o líquido vivificador, o líquido germinador da vida…. Olhou a estátua nua.

Ele a havia beijado.

Sofreu um tremor que não se via por fora e que se iniciou bem dentro dele e tomou-lhe o corpo todo estourando pelo rosto em brasa viva. Deu um passo para trás ou para frente, nem sabia mais o que fazia. Perturbado, atônito, percebeu que uma parte de seu corpo, sempre antes relaxada, estava agora com uma tensão agressiva, e isso nunca lhe tinha acontecido.

Estava de pé, docemente agressivo, sozinho no meio dos outros, de coração batendo fundo, espaçado, sentindo o mundo se transformar. A vida era inteiramente nova, era outra, descoberta com sobressalto. Perplexo, num equilíbrio frágil.

Até que, vinda da profundeza de seu ser, jorrou de uma fonte oculta nele a verdade. Que logo o encheu de susto e logo também de um orgulho antes jamais sentido: ele…

Ele se tornara homem.

“Felicidade Clandestina” – Ed. Rocco – Rio de Janeiro, 1998

Antes de realizar a interpretação propriamente dita, o professor poderá fazer a leitura do texto em voz alta, seguido de perguntas que possibilitem a compreensão dos seguintes aspectos: Identificação do gênero, descoberta dos elementos da narrativa e identificação da temática.

  1. Interpretação

5ª e 6ª Aula (50 min cada):

Neste momento inicia-se a interpretação do texto, observando-se a intertextualidade entre os diferentes gêneros apresentados, como a piada, as narrativas áudio visuais, as obras de arte e o próprio conto, a partir dos seguintes questionamentos:

  • Há alguma relação entre os textos apresentados? Em caso positivo, qual?
  • Os beijos apresentados fora todos iguais? Você identificou algum diferente? Se sim, o que o caracterizou como diferente dos demais?
  • Quais os significados que os beijos podem carregar?
  • No conto “O Primeiro Beijo”, qual sentimento foi despertado no garoto quando deu seu primeiro beijo?
  • Que parte do conte te chamou mais atenção?
  • Onde e quando a história acontece?
  • Quais os personagens envolvidos e quem é o protagonista?
  • Que sentimento foi despertado na namorada do protagonista durante a viagem?
  • Como você reagiria se fosse a namorada do protagonista entes dele contar a história e depois de contá-la?

Em caso de surgir muitos comentários sobre ciúmes, dor e sentimentos negativos que acompanham os namoros, o professor poderá abordar essa temática com a música (Era uma vez) de Kell Smith, disponível em https://www.youtube.com/watch?v=xJNKT9HAXRc. Caso não julgue necessário, deverá avançar para a parte 2 de produção textual.

Era Uma Vez

Kell Smith

Era uma vez
O dia em que todo dia era bom
Delicioso gosto e o bom gosto das nuvens
Serem feitas de algodão
Dava pra ser herói no mesmo dia
Em que escolhia ser vilão
E acabava tudo em lanche
Um banho quente e talvez um arranhão
Dava pra ver, a ingenuidade a inocência
Cantando no tom
Milhões de mundos e os universos tão reais
Quanto a nossa imaginação
Bastava um colo, um carinho
E o remédio era beijo e proteção
Tudo voltava a ser novo no outro dia
Sem muita preocupação

É que a gente quer crescer
E quando cresce quer voltar do início
Porque um joelho ralado
Dói bem menos que um coração partido
É que a gente quer crescer
E quando cresce quer voltar do início
Porque um joelho ralado
Dói bem menos que um coração partido

Dá pra viver
Mesmo depois de descobrir que o mundo ficou mau
É só não permitir que a maldade do mundo
Te pareça normal
Pra não perder a magia de acreditar na felicidade real
E entender que ela mora no caminho e não no final
É que a gente quer crescer
E quando cresce quer voltar do início
Porque um joelho ralado
Dói bem menos que um coração partido
É que a gente quer crescer
E quando cresce quer voltar do início
Porque um joelho ralado
Dói bem menos que um coração partido

PARTE 2

Para encerrar o estudo do texto e da temática é possível fazer uma pequena coleta de dados para produção de painel para expor na classe ou um painel digital que deverá ser lançado na internet ou nas redes sociais da escola, caso a escola possua.

Para a produção do painel segue-se os seguintes passos:

  • Realizar pesquisa de campo na própria comunidade escolar, interrogando alunos de outras classes e funcionários em geral, com o intuito de coletar depoimentos sobre o primeiro beijo ou primeiro namoro e as emoções boas e ruins que estavam ligadas a eles. Sempre mantendo os entrevistados informados sobre a utilização dos dados e recolhendo autorização dos mesmos;
  • Coletar imagens que remetam aos sentimentos apresentados nos depoimentos;
  • Produzir um final diferente para o conto, seja ele fictício ou aproveitando-se dos depoimentos recolhidos. O professor poderá levantar o questionamento a seguir: Como você continuaria a história? Você poderá escolher apresentar a reação da namorada diante dos fatos para continuar o conto ou apresentar uma nova versão do próprio protagonista para mostrar um final diferente;
  • Produção do painel com todos os elementos anteriores.

SEQUÊNCIA DIDÁTICA: GÊNERO CONTO

Universidade Federal de Alagoas – UFAL

Campus do Sertão – Unidade de Delmiro Gouveia-AL

Disciplina: Projetos Integradores

Docente: Sara de Miranda Marcos

Discentes: Aucilane Santos Aragão; Janaíne Januário; Maria das Graças dos Santos Correia; Mayara Xavier

SEQUÊNCIA DIDÁTICA: GÊNERO CONTO

DISCIPLINA: Língua Portuguesa

JUSTIFICATIVA:

A escolha deste conteúdo, se deu pelo reconhecimento da importância do trabalho com Literatura no Ensino Fundamental, aulas tão raras e precárias quando se refere à Literatura, leitura e produção. Haja vista que a preferência quase exclusiva é dada a gramática normativa como único meio de estudar e entender à língua. No entanto, está sequência didática abre possibilidades para diversos caminhos ao trabalhar a leitura, interpretação de texto, oralidade, escrita e mecanismos textuais, que estão para além da gramática. Além de abordar também a gramática, não de forma exclusiva e isolada de contextos de produções, mas interagindo com demais recursos para levar os alunos ao desenvolvimento cognitivo e a ampliar suas competências linguísticas.

OBJETIVOS:

  • Compreender o conceito do gênero conto e seus tipos;
  • Instigar a imaginação dos alunos;
  • Desenvolver a literariedade nos discentes.
  • Desenvolver a leitura;
  • Exercitar a escuta;
  • Praticar a escrita;
  • Trabalhar a oralidade;
  • Estudar questões de gramática a partir das produções textuais dos alunos.

CONTEÚDOS:

  • Conto, estrutura, características e tipos (conto de fadas/de encantamento/ maravilhosos, conto de animais, contos de ação/enigma/mistérios, contos eletrônicos e contos religiosos);
  • Leitura e Interpretação textual;
  • Escrita de conto, coesão e coerência, organização do texto;
  • Conectivos;
  • Pontuação;
  • Concordância verbal e nominal.

DURAÇÃO:

  • 20 aulas (tempo flexível a mudanças de acordo com o desenvolvimento das aulas/atividades realizadas);
  • 50min cada aula.

TURMA ALVO:

  • 9º ano do Ensino Fundamental II

RECURSOS:

  • Data show; piloto; Impressão dos “Contos de Enganar a Morte”; papel; lápis; caneta, TNT.

METODOLOGIA:

Trabalhar o gênero Conto e seus tipos, objetivando o reconhecimento do conteúdo pelos discentes e o desenvolvimento/despertar da literariedade por meios de aulas tanto expositivas, quanto aulas práticas a fim de contemplar nas atividades a oralidade, a leitura, a escrita e questões de gramática (a partir das produções textuais produzidas pelos alunos).

ATIVIDADE 1 – ORALIDADE:

  • Perguntar aos alunos no momento inicial sobre o que eles entendem por conto e se sabem a diferença entre conto e as demais narrativas como fábula, por exemplo;
  • Questionar sobre quais contos eles já ouviram, quem contou e qual conto foi;
  • Indagar se eles já leram algum conto. Se sim, onde foi? Se na escola, em casa ou em outro lugar; se lembram de algum para compartilhar com a turma;
  • Provocar indagações e ouvir os alunos para, em um segundo momento, explicar por meio de aulas expositivas sobre o conto, a estrutura e seus tipos.
  • No final de todas as atividades, questionar os alunos a respeito do que acharam da atividade, dos problemas/dificuldades que surgiram e os pontos positivos no culminar de todo trabalho desenvolvido.

Critérios de avaliação (avaliação processual):

  • Participação nas atividades propostas.

ATIVIDADE 2 – LEITURA:

  • Dividir a sala em quatro grupos. Entregar um conto para cada grupo, para que num primeiro momento seja feita uma leitura prévia e uma releitura do conto e em seguida um reconto por dois integrantes do grupo para os demais colegas sobre a história/enredo;
  • Cada grupo ficará com um conto da coletânea “Contos de Enganar a Morte” do escritor, ilustrador e pesquisador Ricardo Azevedo;
  • Primeiro grupo, conto: “O homem que via a morte”;
  • Segundo grupo, conto: “O último dia na vida do Ferreiro”;
  • Terceiro grupo, conto: “O moço que não queria morrer”;
  • Quarto grupo, conto: “A quase morte de Zé Malandro”.
  • Após a leitura e releitura dos contos cada grupo irá socializar a história/enredo do conto que leram para os demais, não em forma de leitura, mas como um relato;
  • Em seguida, pedir aos grupos para gerarem discussões acerca dos contos, deixando-os desinibidos para contar sobre o que leram e também ouvir os colegas, dessa forma, eles estarão relatando suas experiências, interagindo com os outros grupos e com os próprios textos;
  • Depois da leitura e do reconto, levar os alunos a identificarem nos contos, a linguagem, qual a finalidade do gênero, elementos da narrativa, entre outros.

Critérios de Avaliação (avaliação processual):

  • Participação na atividade.

ATIVIDADE 3 – ESCRITA:

  • Solicitar que os alunos escrevam, individualmente, um conto com tema livre, a critério deles.
  • Explicar sobre os elementos textuais necessários em um texto (gerais: coesão, coerência, conectivos, pontuação; e específicos do gênero: início, desenvolvimento, clímax e desfecho, além do tempo, espaço, personagens, cenário da trama, etc.).
  • Orientar a atividade deixando claro alguns aspectos na produção de um texto que os alunos têm que atentar: quem escreve, para quem está escrevendo (qual publico será alvo dessa leitura), sobre qual assunto e com que objetivo.
  • Tirar dúvidas durante a escrita dos alunos quanto à pontuação, ortografia, concordância e questões gramaticais de forma geral.
  • Solicitar que leiam para os colegas o conto produzido por eles e entreguem o texto escrito ao professor.

Critérios de avaliação (avaliação processual):

  • Participação na atividade;
  • Estrutura, conforme a de um conto. Presença de um início, um desenvolvimento, clímax e desfecho.
  • Coesão e coerência na escrita;
  • Ortografia;
  • Criatividade e originalidade.

ATIVIDADE 4 – GRAMÁTICA:

  • Explicar sobre concordância verbal e nominal;
  • Explicar sobre conectivos utilizados como elementos produtores de sentidos;
  • Pedir para os alunos que releiam o conto escrito e identifiquem os conectivos usados por eles no texto e que substituam por outros a fim de o sentido permanecer o mesmo, haja vista que a realização deste critério incitará que o professor reconheça se os alunos entenderam não apenas o que são conectivos, mas, principalmente sua função no texto.
  • Explicar sobre pontuação;
  • Pedir aos alunos que façam uma narrativa curta sem concordância, sem uso de conectivos e sem pontuação. Para mostrá-los que o texto ficará com o entendimento comprometido sem o uso destes recursos.

Critérios de avaliação (avaliação processual):

  • Participação na atividade;
  • Desempenho;

ATIVIDADE 5 – PESQUISA (trabalho em grupo – fazer em casa e entregar      na aula):

  • Cada grupo terá que escolher um conto contemporâneo, pesquisar sobre esse tipo de conto e fazer um contraponto com os contos tradicionais, relatando sobre as semelhanças – o que ambos, apesar de possuírem requisitos distintos possuem de parecidos que se configuram dentro do gênero Conto e as diferenças que os separam na classificação de conto tradicional e conto contemporâneo, justificando as características de ambas as categorias.
  • Sugerir a leitura do texto: “Literatura Infanto Juvenil: Dos Contos De Fadas Às Narrativas Contemporâneasde Estefania Maziero e Silvia Helena Niederauer.
  • Pesquisar sobre o autor do conto escolhido (vida e obra).
  • Entregar a pesquisa digitada ao professor e numa roda de conversa, contar sobre a estória do conto para os colegas e sobre o autor de determinado conto –vida e obra.
  • Estabelecer na roda de conversa, os contrapontos entre conto tradicional e conto contemporâneo.

Critérios de avaliação (avaliação processual):

  • Participação na atividade;
  • Clareza;
  • Objetividade;
  • Embasamento teórico.

ATIVIDADE 6 – DINÂMICA (DRAMATIZAÇÃO):

  • Em grupo, pesquisar um conto para dramatizar;
  • Trabalhar dicção, falar de expressões corporais, entonação e altura da voz, postura, sugerir que vejam vídeos de dramatizações no Youtube;
  • Elaborar/organizar as falas dos personagens;
  • Exibir o vídeo “Coletânea de dramatizações – A desejada das gentes e outros contos – Machado de Assis”, para os alunos entrarem no clima e pensarem em como irão dramatizar. Sugerir que eles assistam a outros vídeos de interpretação/dramatização.
  • Mostrar aos alunos um exemplo de organização de personagens e falas do enredo por meio de uma organização já pronta intitulada de “Deu a louca nos contos de fadas”, de Alex Nascimento.
  • Confeccionar as vestimentas dos personagens com TNT;
  • Sugerir que marquem ensaios extra-aulas.
  • Apresentação no pátio da escola de todos os grupos.

Critérios de avaliação (avaliação processual):

  • Participação em todas as etapas da atividade, da escolha do conto a ser dramatizado ao resultado final da apresentação.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:

 “Definindo conceitos – o que é um conto?” Disponível em: < http://www.aridesa.com.br/servicos/click_professor/aline_duarte/conto.pdp&gt;. Acesso em 10 de outubro de 2016

Tiro de letra. Criação literária: estrutura do conto. Disponível em: <http://www.tirodeletra.com.br/ensaios/LiteracriaEstruturadoconto.htm&gt;. Acesso em: 10 de outubro de 2016.

AZEVEDO, Ricardo de. Contos de Enganar a Morte. Editora Ática, 2003.

LADEIRA, Julieta de Godoy; TUFANO, Douglas; NÓBREGA, Maria José. Antologia de contos – contos brasileiros contemporâneos. Salamandra, 2005.

NASCIMENTO, Alex. Deu a louca nos contos de fadas.

MAZIERO, Estefania; NIEDERAUER, Silvia Helena. LITERATURA INFANTO JUVENIL: DOS CONTOS DE FADAS ÀS NARRATIVAS CONTEMPORÂNEAS. Disc. Scientia. Série: Artes, Letras e Comunicação, S. Maria, v. 10, n. 1, p. 111-128, 2009.

Vídeo: “HD | Coletânea de dramatizações – A desejada das gentes e outros contos – Machado de Assis”, publicado por Daniel Cheles, em 22 de Junho de 2013. Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=UOakApLIfpI&gt;

 

 

 

 

SEQUÊNCIA DIDÁTICA DO CONTO: “A DOIDA” DE CARLOS DRUMMOND DE ANDRADE.

SERVIÇO PÚBLICO FEDERAL

MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO

UNIVERSIDADE FEDERAL DE SERGIPE

CAMPUS PROF. ALBERTO CARVALHO

Programa De Pós-Graduação em Letras Profissional em Rede (PPLP)

Unidade Itabaiana

NICE VÂNIA MACHADO RODRIGUES VALADARES

SEQUÊNCIA DIDÁTICA DO CONTO: “A DOIDA” DE CARLOS DRUMMOND DE ANDRADE.

 

SEQUÊNCIA DIDÁTICA

Apresentação

            A leitura é um meio importante para comunicação entre pessoas, promove e dissemina o conhecimento. Segundo Fisher (2005), “a leitura sempre foi diferente da escrita. A escrita prioriza o som, uma vez que a palavra falada deve ser transformada ou desmembrada em sinais representativos. A leitura, no entanto, prioriza o significado. A aptidão para ler, na verdade, pouco tem a ver com a habilidade de escrever. (FISCHER, 2005, p. 09).

            O Conto, de acordo com o que afirma Fiorussi (2003) é:

[…]uma narrativa curta. Não faz rodeios: vai direto ao assunto. No conto tudo importa: cada palavra é uma pista. Em uma descrição, informações valiosas; cada adjetivo é insubstituível; cada vírgula, cada ponto, cada espaço – tudo está cheio de significado. […]. (FIORUSSI, 2003 p.103).

Segundo Soares, o conto aparece como um episódio singular e representativo:

Ao invés de representar o desenvolvimento ou o corte na vida das personagens, visando a abarcar a totalidade, o conto aparece como uma amostragem, como um flagrante ou instantâneo, pelo que vemos registrado literariamente um episódio singular e representativo. (SOARES, 1993, p. 54).

Objetivo Geral:

            Estimular o aluno à leitura de contos como uma atividade prazerosa, e como consequência, desenvolver a habilidade interpretativa e crítica dos alunos.

Objetivos Específicos:

            Incentivar a leitura de contos de forma prazerosa;

Desenvolver a habilidade de interpretar e relacionar o conto com a realidade do aluno;

Promover a produção de vídeo baseado na história abordada no conto;

Trabalhar a interpretação do texto, utilizando uma atividade lúdica, que é o QUIZ;

Estimular a imaginação e desenvolver a habilidade de redigir do aluno, por meio da criação de um final diferente para o conto abordado;

Trabalhar a habilidade motora do aluno, por meio da produção de um desenho, que mostre a parte que mais chamou a atenção dele.

Gênero: Conto.

Tema: “A Doida” de Carlos Drummond de Andrade.

Público-Alvo: 8° ano (Ensino Fundamental Maior).

Número de aulas: 10 (50 minutos cada).

Recursos Utilizados: Lousa, marcador, TV, espelho, vídeos, computador, impressora, cartazes, caneta, lápis, pen-drive e folhas A4.

  1. MOTIVAÇÃO

Nesta etapa (primeira aula), dar-se-á início à aula por meio da exposição de cartazes mostrando imagens de pessoas que são felizes, apesar de suas deficiências, sejam elas físicas ou mentais. A partir dessa exposição, o professor deverá iniciar um debate sobre os diferentes tipos de deficiências, o preconceito e a exclusão social. O objetivo é mostrar aos alunos que somos diferentes, que podemos ter algum tipo de deficiência, e mesmo assim, somos capazes de ser felizes. Para isso, faz-se necessário superarmos medos e preconceitos para enfrentar os desafios que são impostos a nós. Superação é a palavra-chave para alcançarmos o sucesso. Após esse debate o professor deverá exibir um vídeo presente no Youtube de pessoas que superaram os desafios e alcançaram o sucesso, independentemente de suas dificuldades e deficiências. E finalmente, eles ouvirão a música: “Pra ser feliz”, do cantor Daniel, também presente no Youtube. O vídeo e a música serão exibidos através de uma TV.

O professor passará um espelho para a turma e pedirá que eles se olhem atentamente através do espelho. Após isso, fará os seguintes questionamentos:

  • O que vocês vêem no espelho?
  • Você é igual aos seus colegas de turma?
  • A diferença é notada nesse ambiente escolar?
  • O ser humano é diferente?
  • Por que as pessoas não respeitam as diferenças, já que somos indivíduos diferentes?
  • É importante convivermos com a diferença e aprender a respeitá-la?
  • Quais são os principais tipos de deficiência?
  • Pessoas que possuem algum tipo de deficiência física ou mental devem ser excluídas da sociedade? Como as pessoas atualmente se comportam diante dessa situação? A exclusão de fato existe?
  • O que vocês entendem por preconceito étnico-racial e gênero? Existe algum tipo de discriminação social diante de tais diferenças?

Vejamos exemplos de algumas imagens que podem ser mostradas aos alunos por meio de cartazes. As imagens abaixo mostram que os deficientes independentemente de suas deficiências podem ser felizes, podem superar desafios, logo, eles merecem respeito e a sociedade precisa acabar com o preconceito que ainda persiste.

Essas imagens foram extraídas do site: https://www.google.com.br/search?q=deficientes+felizes.

O vídeo que expõe a superação de um deficiente físico está presente no site:

O vídeo da música de Daniel: “Pra ser Feliz” está no seguinte site:

  1. INTRODUÇÃO

Na segunda e terceira aulas, o professor entregará o conto aos alunos, sem o final da história, a fim de que eles façam a leitura e criem um final diferente. Eles vão redigir o final dessa história e posteriormente ler para a turma. Essa atividade estimulará a imaginação e desenvolverá a capacidade de raciocínio e coerência textual, uma vez que, eles produzirão o final espelhado em sua vivência.

  1. LEITURA

Na quinta aula, o aluno fará uma leitura minuciosa, atentando-se ao texto de forma cuidadosa e assistirá a um vídeo curta-metragem, extraído do Youtube, produzido por alunos de outra unidade escolar. A exposição desse curta os ajudará a entender e memorizar os fatos mais importantes da história, com uma maior riqueza de detalhes.

O vídeo está presente no seguinte site: https://www.youtube.com/watch?v=p9cuaVA7wzw.

Na sexta aula, o professor poderá solicitar aos alunos que produzam também um vídeo abordando os aspectos mais importantes da história. Seria uma dramatização, um curta-metragem, simulando a história aprendida durante as aulas anteriores.

  • INTERPRETAÇÃO

Na sétima aula, eles seriam submetidos a um QUIZ para testar os conhecimentos aprendidos e intensificar a capacidade interpretativa deles. Esse QUIZ será feito da seguinte forma: a turma será dividida em grupos de quatro ou cinco pessoas. As perguntas serão baseadas em interpretações a respeito do Conto. Essa atividade visa aferir o nível e a capacidade interpretativa do aluno após a leitura do Conto. Ao final dessa atividade, o professor tecerá comentários a respeito do Conto, interpretando-o, para que a aprendizagem do aluno se sedimente de forma adequada e que ele tenha acesso a uma interpretação mais coerente com o texto.

Na oitava e nona aulas, serão exibidos os vídeos que foram produzidos pelos alunos e feito um debate expondo a opinião deles a respeito do Conto, abordando as problemáticas sociais que podem ser extraídas do Conto, como: a exclusão social de pessoas com problemas mentais, o preconceito social, a maldade infantil, o abandono familiar, a velhice e a solidão. Esse debate é riquíssimo, pois desenvolve no aluno a noção de respeito, solidariedade e humanismo.

Na décima aula, como forma de descontração, o professor solicitará aos alunos que desenhem uma parte da história que mais os chamou atenção e apresentem aos colegas, justificando o motivo da escolha. Essa atividade desenvolve a imaginação, criatividade artística e a habilidade motora do aluno.

ANEXOS

  1. CONTO: “A DOIDA” DE CARLOS DRUMMOND DE ANDRADE.

A doida habitava um chalé no centro do jardim maltratado. E a rua descia para o córrego, onde os meninos costumavam banhar-se. Era só aquele chalezinho, à esquerda, entre o barranco e um chão abandonado; à direita, o muro de um grande quintal. E na rua, tornada maior pelo silêncio, o burro pastava. Rua cheia de capim, pedras soltas, num declive áspero. Onde estava o fiscal, que não mandava capiná-la?

Os três garotos desceram manhã cedo, para o banho e a pega de passarinho. Só com essa intenção. Mas era bom passar pela casa da doida e provocá-la. As mães diziam o contrário: que era horroroso, poucos pecados seriam maiores. Dos doidos devemos ter piedade, porque eles não gozam dos benefícios com que nós, os sãos, fomos aquinhoados. Não explicavam bem quais fossem esses benefícios, ou explicavam demais, e restava a impressão de que eram todos privilégios de gente adulta, como fazer visitas, receber cartas, entrar para irmandade. E isso não comovia ninguém. A loucura parecia antes erro do que miséria. E os três sentiam-se inclinados a lapidar a doida, isolada e agreste no seu jardim. Como era mesmo a cara da doida, poucos poderiam dizê-lo. Não aparecia de frente e de corpo inteiro, como as outras pessoas, conversando na calma. Só o busto, recortado, numa das janelas da frente, as mãos magras, ameaçando. Os cabelos, brancos e desgrenhados. E a boca inflamada, soltando xingamentos, pragas, numa voz rouca. Eram palavras da Bíblia misturadas a termos populares, dos quais alguns pareciam escabrosos, e todos fortíssimos na sua cólera.

Sabia-se confusamente que a doida tinha sido moça igual às outras no seu tempo remoto (contava mais de 60 anos, e loucura e idade, juntas, lhe lavravam o corpo). Corria, com variantes, a história de que fora noiva de um fazendeiro, e o casamento, uma festa estrondosa; mas na própria noite de núpcias o homem a repudiara, Deus sabe por que razão. O marido ergueu-se terrível e empurrou-a, no calor do bate-boca; ela rolou escada abaixo, foi quebrando ossos, arrebentando-se. Os dois nunca mais se viram. Já outros contavam que o pai, não o marido, a expulsara, e esclareciam que certa manhã o velho sentira um amargo diferente no café, ele que tinha dinheiro grosso e estava custando a morrer – mas nos racontos antigos abusava-se de veneno. De qualquer modo, as pessoas grandes não contavam a história direito, e os meninos deformavam o conto. Repudiada por todos, ela se fechou naquele chalé do caminho do córrego, e acabou perdendo o juízo. Perdera antes todas as relações. Ninguém tinha ânimo de visitá-la. O padeiro mal jogava o pão na caixa de madeira, à entrada, e eclipsava-se. Diziam que nessa caixa uns primos generosos mandavam pôr, à noite, provisões e roupas, embora oficialmente a ruptura com a família se mantivesse inalterável. Às vezes uma preta velha arriscava-se a entrar, com seu cachimbo e sua paciência educada no cativeiro, e lá ficava dois ou três meses, cozinhando. Por fim a doida enxotava-a. E, afinal, empregada nenhuma queria servi-la. Ir viver com a doida, pedir a bênção à doida, jantar em casa da doida, passou a ser, na cidade, expressões de castigo e símbolos de irrisão.

Vinte anos de tal existência, e a legenda está feita. Quarenta, e não há mudá-la. O sentimento de que a doida carregava uma culpa, que sua própria doidice era uma falta grave, uma coisa aberrante, instalou-se no espírito das crianças. E assim, gerações sucessivas de moleques passavam pela porta, fixavam cuidadosamente a vidraça e lascavam uma pedra. A princípio, como justa penalidade. Depois, por prazer. Finalmente, e já havia muito tempo, por hábito. Como a doida respondesse sempre furiosa, criara-se na mente infantil a idéia de um equilíbrio por compensação, que afogava o remorso.

Em vão os pais censuravam tal procedimento. Quando meninos, os pais daqueles três tinham feito o mesmo, com relação à mesma doida, ou a outras. Pessoas sensíveis lamentavam o fato, sugeriam que se desse um jeito para internar a doida. Mas como? O hospício era longe, os parentes não se interessavam. E daí – explicava-se ao forasteiro que porventura estranhasse a situação – toda cidade tem seus doidos; quase que toda família os tem. Quando se tornam ferozes, são trancados no sótão; fora disto, circulam pacificamente pelas ruas, se querem fazê-lo, ou não, se preferem ficar em casa. E doido é quem Deus quis que ficasse doido… Respeitemos sua vontade. Não há remédio para loucura; nunca nenhum doido se curou, que a cidade soubesse; e a cidade sabe bastante, ao passo que livros mentem.

Os três verificaram que quase não dava mais gosto apedrejar a casa. As vidraças partidas não se recompunham mais. A pedra batia no caixilho ou ia aninhar-se lá dentro, para voltar com palavras iradas. Ainda haveria louça por destruir, espelho, vaso intato? Em todo caso, o mais velho comandou, e os outros obedeceram na forma do sagrado costume. Pegaram calhaus lisos, de ferro, tomaram posição. Cada um jogaria por sua vez, com intervalos para observar o resultado. O chefe reservou-se um objetivo ambicioso: a chaminé.

O projétil bateu no canudo de folha-de-flandres enegrecido – blem – e veio espatifar uma telha, com estrondo. Um bem-te-vi assustado fugiu da mangueira próxima. A doida, porém, parecia não ter percebido a agressão, a casa não reagia. Então o do meio vibrou um golpe na primeira janela. Bam! Tinha atingido uma lata, e a onda de som propagou-se lá dentro; o menino sentiu-se recompensado. Esperaram um pouco, para ouvir os gritos. As paredes descascadas, sob as trepadeiras e a hera da grade, as janelas abertas e vazias, o jardim de cravo e mato, era tudo a mesma paz.

Aí o terceiro do grupo, em seus 11 anos, sentiu-se cheio de coragem e resolveu invadir o jardim. Não só podia atirar mais de perto na outra janela, como até, praticar outras e maiores façanhas. Os companheiros, desapontados com a falta do espetáculo cotidiano, não, queriam segui-lo. E o chefe, fazendo valer sua autoridade, tinha pressa em chegar ao campo.

O garoto empurrou o portão: abriu-se. Então, não vivia trancado? …E ninguém ainda fizera a experiência. Era o primeiro a penetrar no jardim, e pisava firme, posto que cauteloso. Os amigos chamavam-no, impacientes. Mas entrar em terreno proibido é tão excitante que o apelo perdia toda a significação. Pisar um chão pela primeira vez; e chão inimigo. Curioso como o jardim se parecia com qualquer um; apenas era mais selvagem, e o melão-de-são-caetano se enredava entre as violetas, as roseiras pediam poda, o canteiro de cravinas afogava-se em erva. Lá estava, quentando sol, a mesma lagartixa de todos os jardins, cabecinha móbil e suspicaz. O menino pensou primeiro em matar a lagartixa e depois em atacar a janela. Chegou perto do animal, que correu. Na perseguição, foi parar rente do chalé, junto à cancelinha azul (tinha sido azul) que fechava a varanda da frente. Era um ponto que não se via da rua, coberto como estava pela massa de folha gemo A cancela apodrecera, o soalho da varanda tinha buracos, a parede, outrora pintada de rosa e azul, abria-se em reboco, e no chão uma farinha de caliça denunciava o estrago das pedras, que a louca desistira de reparar.

A lagartixa salvara-se, metida em recantos só dela sabidos, e o garoto galgou os dois degraus, empurrou cancela, entrou. Tinha a pedra na mão, mas já não era necessária; jogou-a fora. Tudo tão fácil, que até ia perdendo o senso da precaução. Recuou um pouco e olhou para a rua: os companheiros tinham sumido. Ou estavam mesmo com muita pressa, ou queriam ver até aonde iria a coragem dele, sozinho em casa da doida. Tomar café com a doida. Jantar em casa da doida. Mas estaria a doida?

A princípio não distinguiu bem, debruçado à janela, a matéria confusa do interior. Os olhos estavam cheios de claridade, mas afinal se acomodaram, e viu a sala, completamente vazia e esburacada, com um corredorzinho no fundo, e no fundo do corredorzinho uma caçarola no chão, e a pedra que o companheiro jogará.

Passou a outra janela e viu o mesmo abandono, a mesma nudez. Mas aquele quarto dava para outro cômodo, com a porta cerrada. Atrás da porta devia estar a doida, que inexplicavelmente não se mexia, para enfrentar o inimigo. E o menino saltou o peitoril, pisou indagador no soalho gretado, que cedia.

A porta dos fundos cedeu igualmente à pressão leve, entreabrindo-se numa faixa estreita que mal dava passagem a um corpo magro.

No outro cômodo a penumbra era mais espessa parecia muito povoada. Difícil identificar imediatamente as formas que ali se acumulavam. O tato descobriu uma coisa redonda e lisa, a curva de uma cantoneira. O fio de luz coado do jardim acusou a presença de vidros e espelhos. Seguramente cadeiras. Sobre uma mesa grande pairavam um amplo guarda-comida, uma mesinha de toalete mais algumas cadeiras empilhadas, um abajur de renda e várias caixas de papelão. Encostado à mesa, um piano também soterrado sob a pilha de embrulhos e caixas. Seguia-se um guarda-roupa de proporções majestosas, tendo ao alto dois quadros virados para a parede, um baú e mais pacotes. Junto à única janela, olhando para o morro, e tapando pela metade a cortina que a obscurecia, outro armário. Os móveis enganchavam-se uns nos outros, subiam ao teto. A casa tinha se espremido ali, fugindo à perseguição de 40 anos.

O menino foi abrindo caminho entre pernas e braços de móveis, contorna aqui, esbarra mais adiante. O quarto era pequeno e cabia tanta coisa.

Atrás da massa do piano, encurralada a um canto, estava a cama. E nela, busto soerguido, a doida esticava o rosto para a frente, na investigação do rumor insólito. Não adiantava ao menino querer fugir ou esconder-se. E ele estava determinado a conhecer tudo daquela casa. De resto, a doida não deu nenhum sinal de guerra. Apenas levantou as mãos à altura dos olhos, como para protegê-los de uma pedrada.

Ele encarava-a, com interesse. Era simplesmente uma velha, jogada num catre preto de solteiro, atrás de uma barricada de móveis. E que pequenininha! O corpo sob a coberta formava uma elevação minúscula. Miúda, escura, desse sujo que o tempo deposita na pele, manchando-a. E parecia ter medo.

Mas os dedos desceram um pouco, e os pequenos olhos amarelados encararam por sua vez o intruso com atenção voraz, desceram às suas mãos vazias, tornaram a subir ao rosto infantil.

A criança sorriu, de desaponto, sem saber o que fizesse.

Então a doida ergueu-se um pouco mais, firmando-se nos cotovelos. A boca remexeu, deixou passar um som vago e tímido.

Como a criança não se movesse, o som indistinto se esboçou outra vez. Ele teve a impressão de que não era xingamento, parecia antes um chamado. Sentiu-se atraído para a doida, e todo desejo de maltratá-la se dissipou. Era um apelo, sim, e os dedos, movendo-se canhestramente, o confirmavam.

O menino aproximou-se, e o mesmo jeito da boca insistia em soltar a mesma palavra curta, que, entretanto, não tomava forma. Ou seria um bater automático de queixo, produzindo um som sem qualquer significação?

Talvez pedisse água. A moringa estava no criado – mudo, entre vidros e papéis. Ele encheu o copo pela metade, estendeu-o. A doida parecia aprovar com a cabeça, e suas mãos queriam segurar sozinhas, mas foi preciso que o menino a ajudasse a beber.

Fazia tudo naturalmente, e nem se lembrava mais por que entrara ali, nem conservava qualquer espécie de aversão pela doida. A própria idéia de doida desaparecera. Havia no quarto uma velha com sede, e que talvez estivesse morrendo.

Nunca vira ninguém morrer, os pais o afastavam se havia em casa um agonizante. Mas deve ser assim que as pessoas morrem.

Um sentimento de responsabilidade apoderou-se dele. Desajeitadamente, procurou fazer com que a cabeça repousasse sobre o travesseiro. Os músculos rígidos da mulher não o ajudavam. Teve que abraçar-lhe os ombros – com repugnância – e conseguiu, afinal, deitá-la em posição suave.

Mas a boca deixava passar ainda o mesmo ruído obscuro, que fazia crescer as veias do pescoço, inutilmente. Água não podia ser, talvez remédio…

Passou-lhe um a um, diante dos olhos, os frasquinhos do criado-mudo. Sem receber qualquer sinal de aquiescência. Ficou perplexo, irresoluto. Seria caso talvez de chamar alguém, avisar o farmacêutico mais próximo, ou ir à procura do médico, que morava longe. Mas hesitava em deixar a mulher sozinha na casa aberta e exposta a pedradas. E tinha medo de que ela morresse em completo abandono, como ninguém no mundo deve morrer, e isso ele sabia que não apenas porque sua mãe o repetisse sempre, senão também porque muitas vezes, acordando no escuro, ficara gelado por não sentir o calor do corpo do irmão e seu bafo protetor.

Foi tropeçando nos móveis, arrastou com esforço o pesado armário da janela, desembaraçou a cortina, e a luz invadiu o depósito onde a mulher morria. Com o ar fino veio uma decisão. Não deixaria a mulher para chamar ninguém. Sabia que não poderia fazer nada para ajudá-la, a não ser sentar-se à beira da cama, pegar-lhe nas mãos e esperar o que ia acontecer.

  1. PERGUNTAS DO QUIZ
  2. Descreva qual era o hábito dos moleques da cidade em relação A Doida?

O hábito era provocar a doida jogando pedras na casa dela.

  1. Quais são as duas versões contadas pela população em relação à vida da Doida?

Uma versão é que ela era noiva de um fazendeiro, mas na noite de núpcias o homem a repudiara. A outra versão é que o pai a expulsara porque sentira um amargo diferente no café e como era muito rico ficou com medo que a filha o envenenasse para pegar o dinheiro dele.

  1. O que aconteceu com A Doida após ela se fechar no chalé localizado no caminho do córrego?

Ela perdeu o juízo e a relação com as pessoas.

  1. Quais eram as expressões de castigo ou zombaria utilizadas pelas pessoas da cidade onde A Doida morava?

Ir viver com a doida, pedir a bênção à doida, jantar em casa da doida.

  1. Porque as pessoas da cidade ou familiares não internavam A Doida em um local apropriado?

O hospício era longe, os parentes não se interessavam.

  1. Qual era a justificativa utilizada pela população da cidade quando chegava um forasteiro que por ventura estranhasse a situação?

Toda cidade tem seus doidos; quase que toda família os tem.

  1. Após a tentativa de jogar pedras na chaminé não ter dado nenhum resultado o que aconteceu com os meninos?

Um menino de 11 anos resolveu invadir o jardim e os demais foram embora.

  1. Após invadir a casa da Doida relate o que aconteceu com o menino e a dona da casa?

O menino encontrou a Doida na cama e ela a princípio parecia sentir medo. O menino não quis mais maltratá-la ao vê-la naquelas condições. Ela parecia fazer um apelo. Ele logo imaginou que ela quisesse água, ele pegou a água e entregou para ela, porém ela não conseguiu beber sozinha. Então ele a ajudou.

  1. Após contato com a mulher relate qual sentimento apoderou-se do menino?

Um sentimento de responsabilidade. Por fim, o menino após ajudar a mulher não a deixaria para chamar ajuda, pois julgava que ela estava morrendo e não havia mais nada para fazer por ela, apenas sentar-se à beira da cama, pegar-lhe nas mãos e esperar o que ia acontecer.

  1. MÚSICA: PRA SER FELIZ

DANIEL

Às vezes é mais fácil reclamar da sorte

Do que na adversidade ser mais forte

Querer subir sem batalhar

Pedir carinho sem se dar

Sem olhar do lado

Já imaginou de onde vem

A luz de um cego

Já cogitou descer

De cima do seu ego

Tem tanta gente por aí

Na exclusão e ainda sorri

Tenho me perguntado

Pra ser feliz

Do que o ser humano necessita?

O que é que faz a vida ser bonita?

A resposta, onde é que está escrita?

Pra ser feliz

O quanto de dinheiro eu preciso

Como é que se conquista o paraíso

Quanto custa

Pro verdadeiro sorriso

Brotar do coração

Talvez a chave seja a simplicidade

Talvez prestar mais atenção na realidade

Porque não ver como lição

O exemplo de superação

De tantas pessoas

O tudo às vezes se confunde com o nada

No sobe e desce da misteriosa escada

E não tem como calcular

Não é possível planejar

Não é estratégico

Pra ser feliz

Do que o ser humano necessita?

O que é que faz a vida ser bonita?

A resposta, onde é que está escrita?

Pra ser feliz

O quanto de dinheiro eu preciso

Como é que se conquista o paraíso

Quanto custa

Pro verdadeiro sorriso

Brotar do coração.

REFERÊNCIAS

FISCHER, S. R. História da leitura. São Paulo: Editora UNESP, 2006

SOARES, A. Gêneros literários. São Paulo: Ática, 1993.

MAGALHÃES JÚNIOR, R. A arte do conto: sua história, seus gêneros, sua técnica, seus mestres. Rio de Janeiro: Bloch Editores, 1972.

http://www.acessaber.com.br

https://www.letras.mus.br/daniel/1964931/

Vídeos e imagens disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=p9cuaVA7wzw

https://www.google.com.br/search?q=deficientes+felizes.

https://www.youtube.com/watch?v=TpATSYbyjBE

 

Sequência didática: trabalhando empatia e preconceito a partir dos gêneros poema e narrativa

SERVIÇO PÚBLICO FEDERAL

MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO

UNIVERSIDADE FEDERAL DE SERGIPE

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO PROFISSIONAL EM LETRAS

CARMEM ALESSANDRA CABRAL MOTA MATOS

              Trabalho apresentado à disciplina Leitura do Texto Literário, sob orientação da Profª Drª Jeane Nascimento

APRESENTAÇÃO

O trabalho com o texto literário em sala de aula está comumente atrelado às aulas de gramática, servindo de subsídio para tal ou apenas como uma atividade forçada de interpretação de texto. Enquanto professores de Língua Portuguesa, se queremos despertar o gosto pela leitura em nossos alunos e ajuda-los a ler melhor, precisamos rever nossa postura diante do texto, como também no momento de elaborarmos nossos planejamentos. O presente trabalho solicitado pela Profª Drª Jeane Nascimento, na disciplina Leitura do texto literário, apresentará sequências didáticas para o trabalho com o texto literário em sala de aula, tendo como base a obra Letramento Literário, de Rildo Cosson, que traz reflexões acerca do assunto e estratégias para a nossa prática, pois como afirma o autor (COSSON, 2016),  “No ambiente escolar, a literatura é um lócus de conhecimento e, para que funcione como tal, convém ser explorada de maneira adequada”.

 

OBJETIVO GERAL

  • Propor sequências didáticas voltadas para o letramento literário em sala de aula, para que possamos trabalhar de maneira eficaz com o texto literário.

OBJETIVOS ESPECÍFICOS

  • Despertar o gosto pela leitura de textos literários.
  • Desenvolver atividades diferenciadas no trabalho com as obras literárias.
  • Promover uma mudança de postura e concepção frente ao texto literário.

GÊNERO

 Os gêneros escolhidos para este trabalho serão a narrativa e o poema.

TEMA

 A empatia e o preconceito serão os temas trabalhados nas sequências didáticas.

PÚBLICO ALVO

O presente trabalho terá como público alvo uma turma de adolescentes do 8º ano do Ensino Fundamental da Rede Pública Estadual de SE.

RECURSOS UTILIZADOS

  • Lousa branca
  • Piloto
  • Computadores (laboratório de informática)
  • Internet (canal do youtube)
  • Texto impresso (conto, poema e música)
  • Folhas em branco

SEQUÊNCIA DIDÁTICA: NARRATIVA

I – MOTIVAÇÃO

O primeiro momento em sala de aula será para sondar o conhecimento prévio da turma. A professora deverá colocar escrito no quadro a palavra EMPATIA e perguntar aos alunos se já ouviram aquela palavra, se sabem o que significa. Em seguida, a professora escreverá a palavra PRECONCEITO e fará a mesma dinâmica. Diante destas exposições, será iniciada a discussão a partir dos comentários dos alunos conduzidas pelas inferências feitas pelo professor. Os alunos deverão estar organizados em círculo para facilitar o debate.

Duração: 02 aulas

II – INTRODUÇÃO

Neste segundo momento, os alunos serão conduzidos ao laboratório de informática, onde irão visualizar os seguintes vídeos propostos pelo professor:

https://www.youtube.com/watch?v=aPs6q5vqnFs

https://www.youtube.com/watch?v=HzCAGaYRX_0

https://www.youtube.com/watch?v=1Q31auoWVoQ

Sugestão de filme: “À espera de um milagre” é um  filme norte-americano  de 1999, do gênero  dirigido e roteirizado por Frank Darabont, com base no  livro homônimo de Stephen King.

Após a visualização dos vídeos, os alunos retornarão para a sala de aula (ou qualquer outro espaço onde possam ficar em círculo) e a professora promoverá uma roda de conversa, perguntando aos alunos:

  • O que vocês acharam dos vídeos?
  • Neles vocês perceberam alguma relação com o que foi conversado na aula passada sobre os conceitos “empatia” e “preconceito”?
  • Que relação vocês estabelecem com estes conceitos e os filmes?

E assim prosseguirá o debate.

Duração: 03 aulas.

III – LEITURA

Nessa aula, a professora apresentará aos alunos o autor a ser trabalhado, Moacir Scliar, fazendo uma breve explanação da sua biografia e suas obras. Em seguida, entregará aos alunos as cópias impressas da narrativa Bruxas não existem, de autoria do autor mencionado.

Primeiramente, a professora solicitará que os alunos façam a leitura silenciosa. Em seguida, a professora fará a leitura em voz alta. Será promovida uma roda de conversa. A professora fará as seguintes indagações:

  • O que vocês acharam do texto?
  • O que acontece na história?
  • A atitude do garoto e seus amigos tem relação com algo debatido na aula passada?
  • Por que o título “Bruxas não existem”? O título tem relação com os temas debatidos?

Durante esta roda de conversa os alunos irão expor o que entenderam e farão suas colocações sobre o poema lido. A professora pedirá aos alunos que façam uma releitura em casa e poderá sugerir que pesquisem textos sobre o tema (Sugestão: Empatia, por Marta Medeiros.

Duração: 02 aulas

IV –  INTERPRETAÇÃO

A professora retomará a discussão sobre o poema lido na aula anterior e em seguida pedirá aos alunos que façam a reescrita do texto, segundo a sua interpretação, através de um desenho coletivo da seguinte forma: serão entregues folhas em branco aos alunos. Os mesmos colocarão seu nome, iniciarão o desenho, e ao sinal dado pela professora (falando “já”, batendo palmas, ou parando uma música que esteja tocando), eles devem trocar de folha e continuar o desenho do colega, até o desenho ser concluído.

Dando continuidade às atividades de interpretação, a professora perguntará aos alunos se eles já vivenciaram uma situação parecida com a do personagem do texto ou se conhecem alguém que tenha passado por esta experiência. Concluída a conversa, a professora pedirá aos alunos que relatem tal experiência por meio de uma produção de texto.

Duração: 02 aulas

Outra sugestão de atividade:

  • Reescrita do texto modificando o final, como também o título.
  • Produção de uma pequena peça teatral sobre o poema.

 

SEQUÊNCIA DIDÁTICA: POEMA

I – MOTIVAÇÃO

Neste primeiro momento, a professora trará para a sala de aula a música “Os bichinhos e o homem”, de Vinícius de Moraes, juntamente com a cópia da letra. Depois que os alunos escutarem, a professora perguntará o que os alunos acharam da música e promoverá uma roda de conversa:

  • O que acharam da música?
  • Sobre o que a música fala?
  • O que diz o final da música? O que você sentiu ao cantá-lo?
  • Você percebeu algum teor de preconceito nesta música?

Ao final da aula, pedir aos alunos que tragam na próxima aula músicas com a mesma temática.

(A música a ser trabalhada fica a critério do professor. Outra sugestão: Diga não aos preconceitos, de McSilvinha)

Duração: 02 aulas

II – INTRODUÇÃO

A professora retomará a discussão da aula anterior. Em seguida perguntará quem trouxe outras músicas e pedirá que socializem, abrindo um novo momento de debate e retomando as palavras empatia e preconceito.

Duração: 02 aulas.

 III – LEITURA

A professora trará para a aula o poema “O bicho”, de Manuel Bandeira, no slide (se houver Datashow) ou escrito numa cartolina.

 Os alunos farão a leitura silenciosa e em seguida a professora lerá em voz alta. Após a leitura, a professora iniciará a roda de conversa acerca do poema lido:

  • Vocês já conheciam esse poema?
  • O que acharam dele?
  • Sobre o que ele fala?
  • O que nos revela o final do poema?

Duração: 01 aula.

IV –  INTERPRETAÇÃO

 Neste momento, a professora iniciará o debate com a seguinte pergunta: Qual a relação existente entre o poema “O bicho”, de Manuel Bandeira, e o conto “Bruxas não existem”, de Moacir Scliar? A professora fará um breve retrospecto e em seguida, solicitará aos alunos que produzam um pequeno texto a partir do tema proposto acima.

 

 

BIBLIOGRAFIA

COSSON, Rildo. Letramento literário: teoria e prática. 2. Ed., 6ª reimpressão. São Paulo: Contexto, 2016.

 

ANEXOS 

 

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Quando eu era garoto, acreditava em bruxas, mulheres malvadas que passavam o tempo todo maquinando coisas perversas. Os meus amigos também acreditavam nisso. A prova para nós era uma mulher muito velha, uma solteirona que morava numa casinha caindo aos pedaços no fim de nossa rua. Seu nome era Ana Custódio, mas nós só a chamávamos de “bruxa”.

Era muito feia, ela; gorda, enorme, os cabelos pareciam palha, o nariz era comprido, ela tinha uma enorme verruga no queixo. E estava sempre falando sozinha. Nunca tínhamos entrado na casa, mas tínhamos a certeza de que, se fizéssemos isso, nós a encontraríamos preparando venenos num grande caldeirão.

Nossa diversão predileta era incomodá-la. Volta e meia invadíamos o pequeno pátio para dali roubar frutas e quando, por acaso, a velha saía à rua para fazer compras no pequeno armazém ali perto, corríamos atrás dela gritando “bruxa, bruxa!”.

Um dia encontramos, no meio da rua, um bode morto. A quem pertencera esse animal nós não sabíamos, mas logo descobrimos o que fazer com ele: jogá-lo na casa da bruxa. O que seria fácil. Ao contrário do que sempre acontecia, naquela manhã, e talvez por esquecimento, ela deixará aberta a janela da frente. Sob comando do João Pedro, que era o nosso líder, levantamos o bicho, que era grande e pesava bastante, e com muito esforço nós o levamos até a janela. Tentamos empurrá-lo para dentro, mas aí os chifres ficaram presos na cortina.

– Vamos logo – gritava o João Pedro -, antes que a bruxa apareça. E ela apareceu. No momento exato em que, finalmente, conseguíamos introduzir o bode pela janela, a porta se abriu e ali estava ela, a bruxa, empunhando um cabo de vassoura. Rindo, saímos correndo. Eu, gordinho, era o último.

E então aconteceu. De repente, enfiei o pé num buraco e caí. De imediato senti uma dor terrível na perna e não tive dúvida: estava quebrada. Gemendo, tentei me levantar, mas não consegui. E a bruxa, caminhando com dificuldade, mas com o cabo de vassoura na mão, aproximava-se. Àquela altura a turma estava longe, ninguém poderia me ajudar. E a mulher sem dúvida descarregaria em mim sua fúria.

Em um momento, ela estava junto a mim, transtornada de raiva. Mas aí viu a minha perna, e instantaneamente mudou. Agachou-se junto a mim e começou a examiná-la com uma habilidade surpreendente.

– Está quebrada – disse por fim. – Mas podemos dar um jeito. Não se preocupe, sei fazer isso. Fui enfermeira muitos anos, trabalhei em hospital. Confie em mim.

Dividiu o cabo de vassoura em três pedaços e com eles, e com seu cinto de pano, improvisou uma tala, imobilizando-me a perna. A dor diminuiu muito e, amparado nela, fui até minha casa. “Chame uma ambulância”, disse a mulher à minha mãe. Sorriu.

Tudo ficou bem. Levaram-me para o hospital, o médico engessou minha perna e em poucas semanas eu estava recuperado. Desde então, deixei de acreditar em bruxas. E tornei-me grande amigo de uma senhora que morava em minha rua, uma senhora muito boa que se chamava Ana Custódio.

 

Os Bichinhos e o Homem

Vinícius de Moraes

 

Nossa irmã, a mosca
É feia e tosca
Enquanto que o mosquito
É mais bonito
É mais bonito

Nosso irmão, besouro
Que é feito de couro
Mal sabe voar
Mal sabe voar

Nossa irmã, a barata
Bichinha mais chata
É prima da borboleta
Que é uma careta
Que é uma careta

Nosso irmão, o grilo
Que vive dando estrilo
Só pra chatear
Só pra chatear

E o bicho-do-pé
Que gostoso que ele é
Quando dá coceira
Coça que não é brincadeira

E o nosso irmão carrapato
Que é um outro bicho chato
E primo-irmão do bacilo
Que é irmão tranquilo
Que é irmão tranquilo

E o homem que pensa tudo saber
Não sabe o jantar que os bichinhos vão ter
Quando o seu dia chegar
Quando o seu dia chegar

 

O bicho

Manuel Bandeira

 

Vi ontem um bicho
Na imundície do pátio
Catando comida entre os detritos.

Quando achava alguma coisa,
Não examinava nem cheirava:
Engolia com voracidade.

O bicho não era um cão,
Não era um gato,
Não era um rato.

              O bicho, meu Deus, era um homem              

 

 

 

Sequência didática: empoderamento feminino

Trabalhando a temática do empoderamento feminino através de charges

 

Autores:

Andréa Mendonça Cunha;

Cristiano dos Santos;

Joilda Alves de Oliveira;

Karolaine Nascimento dos Santos;

Kely de Carvalho Oliveira.

 

Apresentação

Está sequência didática é resultado da disciplina de Laboratório Para o Ensino de Língua Portuguesa I, do curso de Letras-Português da Universidade Federal de Sergipe, ministrada pela Profª. Drª. Márcia Regina Curado Pereira Mariano do DLI – Departamento de Letras de Itabaiana.

 

Introdução

De acordo com Marcuschi (2008), grande parte dos livros didáticos apresenta uma concepção de língua como simplesmente um código, como algo desconexo, fora da realidade social dos falantes. No entanto, o autor defende que a língua é um fenômeno social, cultural e cognitivo que sofre variações ao longo do tempo e de acordo com os usos. Um texto, por exemplo, pode carregar uma pluralidade de significações a depender do ambiente de divulgação, do público leitor, da sua cultura, do seu tempo, etc. Assim, não é possível que a escola trate o texto como um produto acabado, isolado em si. O texto interage com o leitor, e é a partir de inferências que o texto passa a significar. Portanto, faz-se necessário que a escola e os professores de Língua Portuguesa assumam um trabalho comprometido com a interpretação e a produção textual, orientando os alunos para que sejam leitores ativos, e não aquele que traz apenas respostas esperadas. Neste trabalho, visamos à produção de uma sequência didática que contemple conhecimentos acerca da gramática internalizada, explorando o texto para além de uma simples fonte de palavras e frases soltas. Assim, buscaremos trabalhar com o gênero discursivo charge com o objetivo de desenvolver competências para a interpretação e produção textual dos alunos.

Público-alvo: 8º ano do Ensino Fundamental.

Número de aulas: 4 aulas.

  • MOTIVAÇÃO

1ª Aula (50 min): introduzindo a temática

Na primeira aula, a professora distribui para os alunos a letra impressa da música “o rolê é nosso”, de Karol Conka, apresentando, ainda, o vídeo da música. E entrega também uma folha com algumas charges que tenham como tema o empoderamento feminino. Em grupo, os alunos podem debater os textos e, em seguida, discutir com os colegas e a professora.

Link para acesso ao vídeo: < https://www.youtube.com/watch?v=JTuVCj0l9iA>

Sugestão de charges:

aaa

https://goo.gl/Ym6rqv  

aaa2

https://goo.gl/716xVJ 

Sugestões de pontos que o professor (a) pode esclarecer no debate:

– Mostrar que o empoderamento trata-se de um movimento coletivo em prol de igualdade. Os objetivos podem ser os mais diversos: igualdade de gênero, racial, sexual, religiosa, etc.

-Ressaltar que o empoderamento feminino não deve ser uma luta que somente as mulheres devem aderir. Trata-se de uma luta de todos: homens, mulheres, crianças, adultos, branco, negro, etc.

-Instigar o aluno a relacionar a temática da música com as charges.

Objetivo geral

  • Proporcionar contato com gêneros discursivos diferentes que tratem da temática do empoderamento feminino;

Objetivos específicos

  • Propiciar o contato com os gêneros discursivos;
  • Debater a respeito do empoderamento, verificando se os alunos têm algum conhecimento a respeito do tema;
  • Desenvolver o senso crítico dos alunos.

 

2ª Aula (50mim): Debate em sala: “O que é o empoderamento feminino?”

No desenvolvimento da segunda aula, o professor (a) leva para a turma uma matéria da Carta Capital que tem como título: “O que é o empoderamento feminino?”, o texto foi escrito pela pesquisadora Djamila Ribeiro, e traz muitas questões sobre os porquês e a importância da mulher conquistar seu espaço e lutar por seus direitos. Sugerimos que a leitura seja feita na sala, com todos os alunos, fazendo pausas para destacar ideias centrais ou comentar pontos de destaque. Os alunos podem fazer perguntas ao longo da leitura e manifestar seu ponto de vista, o que caracteriza um debate mediado pelo texto. A matéria citada está em anexo nesta sequência.

Questões para estimular o debate paralelo à leitura:

  • Alguém já conhecia a palavra “empoderamento”? Qual o sentido dessa palavra pra vocês? E agora depois  da leitura dessa matéria?
  • É importante a mulher lutar por seu espaço na sociedade e buscar direitos iguais, por quê?
  • Vocês já ouviram falar sobre machismo? O que entendem dessa prática?

Objetivo geral

  • Conhecer e debater a questão do empoderamento feminino e suas implicações sociais.

Objetivos específicos

  • Estimular o debate em sala de aula;
  • Formação do pensamento crítico;
  • Conhecimento de temas sociais relevantes.

3ª Aula (50 min): Produção de texto: Elaboração de charges em sala de aula

Após apresentação e aprofundamento sobre o tema para os alunos, o professor (a) agora na terceira aula, leva diversas charges com os balões em branco. Divide a turma em grupos e entrega duas diferentes charges para cada um. Com o objetivo de que eles produzam a história e contextualizem com a temática, assim preencham os balões em branco. Essa atividade de produção visa que os alunos produzam ao menos duas charges completando os balões e a terceira deve ser livre, no desenho e no texto, ficando a critério do aluno a história e personagens.  Finalizada a produção de texto, os grupos  seguem os novo direcionamento do professor (a) na próxima aula.

Charges que podem ser levadas para os alunos:

1 2

3

Disponível em: < https://www.google.com.br/search?client=firefox-b&dcr=0&biw=1010&bih=474&tbm=isch&sa=1&ei=yKueWvLDDoOQwgT3xp7ACw&q=empoderamento+feminino+charges&oq=empoderamento+feminino+charges&gs_l:>

Objetivo geral

  • Praticar a produção de texto relacionado com o gênero textual que os alunos tiveram contato, observado se de fato eles compreenderam o tema abordado pelo professor.

Objetivos específicos

  • Instigar o humor e o lado crítico do aluno.
  • Analisar a forma de escrita;
  • Observar se os alunos estão atualizados com assuntos sociais.

 

4ª Aula (50min.): Aula de conclusão: Exposição dos trabalhos produzidos

De acordo com o que foi apresentado na sequência de aulas anteriores, sobre o empoderamento feminino e o gênero textual charge, o professor (a) agora, parte para uma aula dinâmica e expositiva. A aula de conclusão deve ser a confecção de um mural, aproveitando o material produzido pelos alunos, na aula anterior. Utilizando as charges que a turma produziu, para expor o trabalho da turma e levar a temática debatida para além dos limites de sua sala de aula. O mural deve ficar em um lugar de destaque na escola, para que todos possam observar o trabalho produzido pela turma. O professor (a) deve atentar para a coesão e ortografia do que for produzido antes de expor.

Sugestões de murais:

1

2.png

Disponível em: < https://www.google.com.br/search?tbm=isch&q=mural+com+charges&gws_rd=cr&dcr=0&ei=BOqeWraiBJL_zgLi24WgCA

 

Objetivo geral:

  • Proporcionar a produção textual explorando o trabalho coletivo e valorizar o que foi produzido.

Objetivos específicos:

  • Estabelecer relação entre os conhecimentos apreendidos em sala de aula;
  • Instigar a criticidade.

 

 

REFERÊNCIAS:

COSSON, Rildo. Letramento literário: teoria e prática. São Paulo: Editora: Contexto, 2009.

MARCUSCHI, Luiz Antônio. Produção textual, análise de gêneros e compreensão. São Paulo: Parábola, 2008.

MENDONÇA, Mariana Célia. “Língua e Ensino: políticas de fechamento” In: MUSSALIM, Anna Christina Bentes (orgs.). Introdução à linguística: domínios e fronteiras. 5ª Ed. Cortez, 2006. p. 233-262.

 

ANEXOS

Anexo 1 – Matéria Carta Capital

O que é o empoderamento feminino?

por Djamila Ribeiro — publicado 25/09/2017 00h33, última modificação 22/09/2017 09h37

Nenhuma mulher pode considerar-se moderna enquanto persistirem as desigualdades

O termo empoderamento muitas vezes é mal interpretado. Por vezes é entendido como algo individual ou a tomada de poder para se perpetuarem as opressões. Para o feminismo negro, empoderamento possui um significado coletivo. Trata-se de empoderar a si e aos outros e colocar as mulheres como sujeitos ativos de mudança.

Como diz bell hooks (nascida Gloria Watkins e que adotou o nome de sua bisavó e pede que o usem assim em minúsculo), o empoderamento diz respeito a mudanças sociais numa perspectiva antirracista, antielitista e antissexista por meio das mudanças das instituições sociais e consciência individuais.

Para hooks é necessário criar estratégias de empoderamento no cotidiano, em nossas experiências habituais no sentido de reivindicar nosso direito à humanidade.

Logo, o empoderamento sob essa perspectiva significa o comprometimento com a luta pela equidade. Não é a causa de um indivíduo de forma isolada, mas como ele promove o fortalecimento de outras mulheres com o objetivo de alcançar uma sociedade mais justa para as mulheres.
É perceber que uma conquista individual de uma mulher não pode estar descolada da análise política.

O empoderamento não pode ser algo autocentrado, parte de uma visão liberal, ou ser somente a transferência de poder. Vai além. Significa ter consciência dos problemas que nos afligem e criar mecanismos para combatê-los. Quando uma mulher empodera a si, tem condições de empoderar a outras.
Cada mulher em seu espaço de atuação pode criar formas de empoderar outras. Se for empregadora, pode criar um ambiente de trabalho no qual exista o respeito e que possa atender à demanda de mulheres, principalmente daquelas que são mães, e certificar-se de que não há desigualdade salarial e assédio.
Se é professora, estar atenta aos xingamentos machistas muitas vezes naturalizados como brincadeiras ou chacotas. Tentar promover discussões em salas de aula que tragam a reflexão sobre a situação das mulheres. Criar um grupo na comunidade ou associação do bairro para discutir estratégias de apoio a outras mulheres ou o enfrentamento à violência que possam vir a sofrer.
Significa uma ação coletiva desenvolvida pelos indivíduos quando participam de espaços privilegiados de decisões, de consciência social dos direitos sociais. Essa consciência ultrapassa a tomada de iniciativa individual de conhecimento e superação de uma realidade na qual se encontra. É uma nova concepção de poder que produz resultados democráticos e coletivos.
É promover uma mudança numa sociedade dominada pelos homens e fornecer outras possibilidades de existência e comunidade. É enfrentar a naturalização das relações de poder desiguais entre homens e mulheres e lutar por um olhar que vise a igualdade e o confronto com os privilégios que essas relações destinam aos homens. A busca pelo direito à autonomia por suas escolhas, por seu corpo e sexualidade.

Não é emancipação iludir-se com as novas tecnologias, enquanto persiste a divisão sexual do trabalho, enquanto o eterno feminino se impõe. E, muito menos, seguir em uma lógica de exclusão com outros grupos. Nesse sentido, é preciso cuidar para que conceitos e ferramentas políticas pensadas por feministas diversas não sejam esvaziados de sentido.

Atentar-se para o interesse de marcas com a questão e que, na maioria das vezes, é superficial e temporário. Logo, é fundamental questionar as marcas que se envolvem com o tema, confirmar se existe política de diversidade na empresa, se existem programas para mulheres que são mães para além da camiseta com a frase “girl power”.

Obviamente existe uma relação dialética: o interesse maior por essas pautas deriva da longa história de mobilização dos movimentos, que deram visibilidade a questões extremamente importantes e entenderam que trazer à tona alguns problemas seria o primeiro passo para a dignidade de certos grupos.
É preciso nomear, nos ensinaram as feministas negras. Portanto, há que se cuidar para não haver apropriação puramente mercadológica e deixar de produzir mudanças reais. Em outras palavras, é urgente pensar para além da representatividade, que inegavelmente é importante, mas possui limites.

De volta a Simone de Beauvoir: precisamos discutir a partir da experiência vivida, da concretude. Enquanto persistirem as desigualdades e as imposições de papéis sociais, não será possível considerar nenhuma mulher moderna, por mais que ela tenha o último modelo de smartphone, produzido na lógica capitalista de exploração. Não se pode aceitar que o progresso seja entendido como a manutenção de desigualdades para o benefício de um grupo social.

Pensar feminismos é pensar projetos. É discutir um outro modelo de sociedade pautado por novos marcos civilizatórios. Essa é a utopia pensada por Angela Davis e que precisamos percorrer.

 

 

 

Sequência didática: Violência contra a mulher

SEQUÊNCIA DIDÁTICA

1. DISCENTES:
Geovaneide Santos dos Reis

Márcia Ribeiro dos Santos

 

2. TÍTULO DAS AULAS:
A violência contra a mulher na sociedade

 

3. DATAS: 4. TEMPO DE DURAÇÃO DA AULA: 5. PÚBLICO-ALVO:
12/04/2017 à 17/05/2017 6 aulas de 50 min cada Alunos do 3º ano do Ensino Médio.
6. OBJETIVO GERAL:

Desenvolver com os alunos competências acerca da violência contra a mulher na sociedade– A violência contra a mulher na sociedade – de maneira que os discentes sejam capazes de interpretar e compreender o texto que será trabalhado e a elaborar histórias em quadrinhos sobre o título trabalhado.

7. OBJETIVOS ESPECÍFICOS:
  •   Tratar sobre violência contra a mulher;
  •   Tratar sobre o autor e a obra estudada;
  •   Levar os alunos a compreender as características da obra;
  •   Instigar os alunos a desenvolverem uma história em quadrinhos;
  •   Tratar do Humanismo.
8. METODOLOGIA:

A aula será iniciada com a motivação que consiste em preparar o aluno para a leitura do texto. As docentes conduzirão as aulas de forma dialógica, interativa, fazendo com que os discentes absorvam o conteúdo apresentado em sala de aula de forma coesa. Durante as aulas, o conteúdo será apresentado de forma expositiva através de slides, vídeo, imagens, leitura bem como de explanações orais pelas professoras, em diálogo com os alunos.

AULA 1: Será apresentado a motivação com o curta-metragem Acorda, Raimundo… acorda! Disponível em: < https://www.youtube.com/watch?v=HvQaqcYQyxU > que retrata um dia na vida de Marta e Raimundo, trabalhadores assalariados que enfrentam dificuldades financeiras para cuidar da família — assim como grande parte das famílias brasileiras. Desde a sinopse, o senso comum de compreensão dos papéis sociais que se pré-estabelecem e seguem a lógica de uma divisão sexual do trabalho se destaca: “ela está no papel dele” ou “ele acorda no papel dela”. Mas, colocar em destaque esse imaginário coletivo da naturalização da divisão de tarefas por gênero também não foi por acaso. A grande sacada do curta de Alfredo Alves é trazer de forma reflexiva a possibilidade de um universo invertido — e quão “absurdo” ele poderia parecer, com o propósito de reforçar o diálogo sobre a violência contra a mulher na sociedade. Em seguida será apresentado aos alunos dados referentes da violência contra a mulher.  Esses dados serão apresentados através de gráficos disponíveis pela Central de Atendimento à Mulher e também por gráficos apresentados.

 

AULA 2: Será apresentada a introdução, que consiste na apresentação de dados biográficos sobre o autor Gil Vicente, abordando detalhes sobre sua carreira e suas obras. Também, sobre sua grandiosa obra A farsa de Inês Pereira (1523), que remete as violências contra a mulher citadas e debatidas na aula anterior. Ainda apresentaremos na mesma aula o gênero utilizado, a farsa, e uma introdução sobre o teatro português. Em seguida as docentes distribuirão cópias da farsa de Gil Vicente e solicitarão que a leitura da página 01-12 individual seja feita em casa.

AULA 3: Consiste na leitura solicitada na anterior, o alunado deverá apresentar suas interpretações sobre a primeira parte do texto que foi solicitado para leitura, a partir de questionamentos feitos pelas professoras. Em seguida será feita a intertextualização com imagens, disponível em: <http://geradormemes.com/meme/p6haem&gt;, <http://rodrigozucco.blogspot.com.br/2011/09/mulher-gosta-e-de-dinheiro-quem-gosta.html&gt; acerca do que possa ter levado Inês a sofrer o cárcere e a violência psicológica após seu casamento. Posteriormente as docentes solicitarão novamente a leitura das últimas páginas do texto estudado, sendo da 13-24, para finalizarmos a leitura da obra.

 

AULA 3: Cocapture-20180302-150727

AULA 4: Ainda na atividade de leitura, no início da aula o professor fará explanação das informações dos gráficos passados na primeira aula, sobre os casos estudados, mais especificamente os tipos de violências encontradas no texto que será trabalhado, sendo eles: o cárcere privado e a violência psicológica. Posteriormente será feito um debate sobre a última parte solicitada para leitura, páginas 13-24, levando em conta os aspectos trabalhados sobre a violência que Inês sofreu após seu casamento. Logo após, será apresentado ao alunado um questionário sobre o assunto abordado no texto.  Em seguida será requisitado o início da elaboração, em casa, de uma história em quadrinhos sobre a compreensão de cada aluno acerca do texto estudado e sua relação com o tema abordado.

Questionário:

1-   Acerca da leitura, quais aspectos da obra que se relacionam com o discurso apresentado na primeira aula?

2-   Como se deram essas violências sofridas por Inês?

3-   Como Gil Vicente aborda a personagem Inês Pereira em alguns trechos da peça?

4-   A farsa de Inês Pereira pode ser trabalhada sobre outra perspectiva?

 

AULA 5: Levando em conta a interpretação, as docentes auxiliarão no término dos quadrinhos solicitado a turma. Logo após verificaremos se há possíveis dúvidas a respeito do tema e do texto estudado nas aulas anteriores.

AULA 6: Será confeccionado com a ajuda dos docentes, um varal com os quadrinhos produzidos pela turma, que será exposto no pátio do colégio.

9. RECURSOS DIDÁTICOS:

  •   Notebook;
  •  Data show.
  • Cópia do texto estudado;
  • Folha sulfite e lápis de cor para produção dos quadrinhos;
  • Barbante e pregadores para confecção do varal.
10.CONTEÚDO CIENTIFICO ABORDADO:
  1.  Dados sobre a violência contra a mulher;
  2.  Dados sobre o autor Gil Vicente;
  3. Características da obra A Farsa de Inês Pereira.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

COSSON, Rildo. Letramento literário: teoria e prática. São Paulo: Contexto, 2006b.

EBC, Queixas de violência doméstica pelo 180 aumentam 133% este ano em relação a 2015, disponível em: < http://agenciabrasil.ebc.com.br/geral/noticia/2016-08/queixas-de-violencia-domestica-pelo180-aumentam-133-este-ano-em-relacao-2015&gt;, acessado em 04 de abril de 2017.

Acorda, Raimundo… acorda! Disponível em: < <https://www.youtube.com/watch?v=HvQaqcYQyxU >, acessado em 04 de abril de 2017.

VICENTE, Gil, 1465- 1536. O velho da horta; Alto da Barca do Inferno; Farsa de Inês Pereira/ Gil Vicente; Introdução, comentários e estabelecimentos de textos Segismundo Spina. – 38.ed- Cotia, SP: Ateliê editorial, 2007.

VICENTE, Gil, 1465-1536. Farsa de Inês Pereira. PDF disponível em: <http://www.dominiopublico.gov.br/download/texto/bv000111.pdf&gt;, acessado em 12 de abril de 2017.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Problematizando o conto afro-brasileiro “Ana Davenga”

Greicymara dos Santos Silva

Isabela Batista dos Santos

 

Público-alvo: 1º ano do Ensino Médio.

Duração: 2 aulas de 50 min.

Objetivos:

  • Apresentar aos alunos o gênero conto;
  • Despertar nos alunos a condição dos negros no Brasil;
  • Relacionar a problemática do racismo presente no conto aos dados reais.

Recursos utilizados:

  • Data show, power point, folha A4, canetas e/ou lápis.

1ª etapa:

Nessa primeira etapa, é necessário que o(a) professor(a) apresente ao aluno o gênero conto, extraindo os conhecimentos prévios a respeito desse. Segue citação que pode ser utilizada para introduzir a discussão.

O conto é um dos gêneros prosaicos mais populares da Literatura e a pertinência de colocá-lo em cena na sala de aula está no fato de o mesmo ser produzido à luz das situações cotidianas, das práticas sociais situadas na história da humanidade, das vivências, dos acontecimentos. Sua natureza condensada permite uma leitura mais rápida e resultados interpretativos mais positivos. (ARAÚJO, 2015, p. 4).

 

Apresentação da autora:

Nessa parte, o(a) professor(a) mostrará um pouco da biografia da autora do conto a fim de apresentar aos estudantes uma representante da literatura afro-brasileira.

Conceição Evaristo

Maria da Conceição Evaristo nasceu em Belo Horizonte, em 1946, mudou-se para o Rio de Janeiro nos anos 70. Graduou-se em Letras pela UFRJ, trabalhou como professora da rede pública de ensino da capital fluminense, e é doutora em Literatura comparada na Universidade Federal Fluminense. Conceição iniciou na literatura em 1990 com a publicação de contos e poemas nos Cadernos Negros e ensaios em revistas. Em 2003, publicou o romance Ponciá Vivêncio e em 2005 Becos da Memória. O conto “Ana Davenga” está no volume 18 dos Cadernos Negros, publicado em 1995.

Por que trabalhar com o conto “Ana Davenga”?

O conto “Ana Davenga” mostra a realidade de uma mulher negra que vive na favela e que se relaciona com um homem também negro.  Esse homem chamado Davenga vive no mundo do crime e é o chefe da periferia, tendo já cometido assaltos e mandado matar uma mulher com quem se relacionava. Ao final da narrativa, Davenga, Ana e o filho que ela carregava no ventre são mortos pela polícia na casa deles.  Dessa forma, vemos no conto a realidade da maioria da população negra no Brasil, o envolvimento com mundo do crime e as mortes violentas de negros pela polícia.

  • Leitura do conto “Ana Davenga” até o clímax;

Obs: Os alunos não devem chegar a saber o desfecho do conto para que a próxima etapa seja mais efetiva.

  • Propor que os alunos produzam um desfecho para o conto.

Obs: O(a) professor(a) deve explorar a parte de criação literária nessa parte, sugerindo que os estudantes façam um final para essa história.

2ª etapa:

  • Leitura do desfecho original da estória;

Obs: Se possível, o(a) professor (a) deverá ler todas as produções dos estudantes e dar um retorno em relação ao processo de criação de texto.

3ª etapa:

Nessa etapa, o(a) professor(a) deve fazer relações entre o conto e as reportagens propostas (ou outras) que retratem como é a realidade do negro no Brasil.

  • Estabelecer uma ponte entre o conto e dados reais;

Sugestões:

1234

 

Referências:

Imagem 2: http://exame.abril.com.br/brasil/noticias/consciencia-negra-68-das-mortes-violentas-sao-de-negros

Imagem 3: http://www.ceert.org.br/noticias/direitos-humanos/13046/de-traficados-a-traficantes-a-populacao-negra-e-a-maior-vitima-da-guerra-as-drogas-entrevista-com-deise-benedito

Imagem 4: http://www.diariodecanoas.com.br/_conteudo/2016/08/noticias/regiao/384773-mulher-e-assassinada-a-tiros-dentro-de-casa-no-bairro-rio-branco.html

Depois de explorar essas reportagens, o(a) professor(a) pode adentrar na discussão sobre o racismo e como ele provoca a desigualdade social existente no Brasil.

 

Debate sobre o racismo e a desigualdade social no Brasil.

Sugerimos algumas questões problematizadoras para os alunos discutirem:

  • Entre os 10% mais pobres da população, 65% das pessoas são negras (pretas e pardas).
  • A expectativa de vida para população branca brasileira é, em média, seis anos superior àquela para a população negra.
  • Entre as pessoas assalariadas com nível superior, negras e negros recebem, em média, 64% do salário recebido por pessoas brancas.
  • Entre as pessoas jovens de 18 a 24 anos, 46,4% dos brancos e brancas estão frequentando curso superior, enquanto somente 14,1% da juventude negra está na mesma situação.
  • No Brasil, os riscos de morte por assassinato são 86,7% maiores para pessoas negras do que para brancas.
  • Percentual de negros sem acesso a saneamento é quase o dobro do de brancos.
  • Mulheres negras são mais vulneráveis ao desemprego e a trabalhos precários.
  • (…) mais de 15 anos são necessários para superar desigualdade entre brancos e negros no ensino.
  • Pesquisa realizada pela Fundação Perseu Abramo mostrou que grande parte dos brasileiros – 87% – admite que há discriminação racial no país, mas apenas 4% da população se considera racista.

Fonte: http://portaldoprofessor.mec.gov.br/fichaTecnicaAula.html?aula=15375

REFERÊNCIAS:

ARAÚJO, M. J. F. S. Práticas Literárias na escola a partir do gênero conto. Revista de Divulgação Científica em Língua Portuguesa, Linguística e Literatura: ano 11, n.18, 2015.

DUFFATO, Luiz. Questão de pele. RJ: Língua geral, 2009.

FIGUEIREDO, Fernanda Rodrigues de. A mulher negra nos Cadernos Negros: autoria e representações. 2009. 128f. Dissertação (Mestrado) – Programa de Pós-graduação em Estudos Literários, Universidade Federal de Minas Gerais Faculdade de Letras, Belo Horizonte, 2009.

RIBEIRO, Esmeralda; Barbosa, Márcio (Orgs). Cadernos Negros, volume 32: contos afro-brasileiros. – São Paulo: Quilombhoje, 2009.

 

Sequência didática: S.O.S Natureza

Bruna Andrielli Andrade Ribeiro

Carla Arcanjo dos Santos

Cleysiane Almeida Rezende

Rafaela Rezende Cunha

Rosangela Souza Santos

Estrutura Curricular

8º ano do Ensino Fundamental.

Duração

4 aulas (50 minutos cada).

Objetivo

Abordar o gênero crônica, narração curta que possui uma finalidade utilitária de agradar os leitores dentro de um espaço sempre igual, criando assim no transcurso dos dias ou das semanas, uma familiaridade entre os escritos e aqueles que o leem. De modo que os alunos possam compreender e identificá-lo. Para isso, faremos uso do tema SOS Natureza conscientizando sobre a relação entre o homem e a natureza tendo como conteúdo gramatical as conjunções.

Recursos

Aparelho de som, notebook, datashow, quadro, giz, papel A4, cartolina.

1ª aula (50 min) – Motivação.

Exibir o vídeo “Incêndio atinge Parque Nacional da Serra de Itabaiana, no interior de Sergipe”, introduzindo o tema s.o.s. natureza. Em seguida, debater com os alunos a relação entre o homem e a natureza, relacionar com o vídeo incentivando-os a exporem suas opiniões. O professor pode fazer uso de questionamentos como:

01. Qual sua opinião sobre o tema “A natureza pede socorro”? Explique.

02. De acordo com a repórter o incêndio pode ter sido provocado por trilheiros. Na sua opinião, como evitar situações como esta de agressão à natureza? Qual sua relação com a natureza?

03. Em relação ás informações presentes no vídeo, explique porque os bombeiros só conseguiram ter acesso ao local do incêndio duas horas depois? ​

04. Em sua opinião, quais as medidas adequadas para a preservação da Serra de Itabaiana?

Dica: O professor deve adequar o vídeo aos impactos ou questões ambientais de sua região, para que os alunos reconheça-os.

2ª aula (50 min) – Compreensão de texto.

Apresentar o gênero crônicas, para isso pode-se utilizar o artigo “Entendendo a estrutura da crônica” (Disponível em: http://portugues.uol.com.br/gramatica/conjuncoes.html) Posteriormente, ler com os alunos o texto “O ser humano e a natureza” de Luiz Carlos Amorim.

O SER HUMANO E A NATUREZA

Neste feriadão de sete de setembro estive em Corupá – e foi um susto muito grande acordar de madrugada com o barulho da força do vento, coisas batendo e quebrando, muita chuva. No dia seguinte, ao andar pela cidade, vi o que o vento fortíssimo havia feito: telhados destruídos, árvores arrancadas ou partidas, até construções caídas no chão, além de postes e out-doors lançados por terra. Vendo os telejornais, vi que não fora só ali o caos com tanto vento e tanta chuva. Em quase toda Santa Catarina, tornados haviam passado e deixado rastros de destruição. Ventos de mais de cem quilômetros horários distribuíram pânico e até morte pelo sul e sudeste do nosso Brasil e na Argentina. E vi a chuva caindo, aumentando o risco de novos deslizamentos, aumentando a angústia daqueles que têm suas casas em locais de risco. Lembrei que aquela fora justamente a madrugada seguinte a do dia 7 de setembro, quando deveríamos ter comemorado a nossa independência, a liberdade de todo cidadão e pareceu ironia aquela situação de tragédia. A natureza, mais uma vez, nos alertava para o fato de que não estávamos cuidando direito do meio-ambiente. Que podemos ser livres, sim, mas nosso direito vai até onde começa o direito do outro. E não estamos respeitando o nosso planeta, o lugar onde vivemos. E a natureza apela, mais uma vez, para que o ser humano repense as suas ações neste nosso mundo, para que ele não sucumba de vez com tanta poluição, tanto descaso, tanta irresponsabilidade. E a natureza lamenta: “Sinto muito pela dor que este tempo tão diverso está causando, mas ele está assim porque o homem, o ser humano, não tem se preocupado com o meio-ambiente – com o ar, com a terra, com a água, que são a sua vida. A poluição acumulada, não contida há tanto tempo, é que descontrolou o clima. A ganância desmesurada fez com que se fechasse os olhos às agressões contínuas ao meio-ambiente. E isso resulta nas tragédias que estão acontecendo ao redor do mundo. O homem precisa respeitar mais e proteger a natureza para ser protegido.” Isso não me saiu mais da cabeça, pois sei que a natureza está dando o seu recado, disso não há a menor dúvida. Nós, homens, sábios homens, precisamos nos conscientizar, o mais rápido possível – esperemos que não seja tarde demais – de que é preciso fazer alguma coisa, tomar atitudes para que salvemos o nosso planeta Terra.

Disponível em: http://portugues.uol.com.br/gramatica/conjuncoes.html

Aplicar o questionário de compreensão do texto:

01. Por que o autor fala que parece ser ironia a tragédia que ocorreu um dia após a independência do Brasil?

02. O que o autor quis dizer em “nosso direito vai até onde começa o direito do outro”?

03. O autor inicia o texto mostrando a resposta da natureza em decorrência de nossas ações. Além do que está dito no texto o que mais o ser humano tem feito/faz que prejudica a natureza?

04. De acordo com o texto reflita: Há algo que possamos fazer para mudar essa situação? Justifique sua resposta.

O professor deve promover debater com a resposta dos alunos.

3ª aula (50 min) – Conjunções.

Explicar para os alunos o conceito de conjunção, suas modalidades, coordenativas e subordinativas, e a classificação cada uma delas. Depois pedir para que eles respondam as atividades propostas:

01. Retire do trecho abaixo da crônica “O Ser humano e a natureza” um exemplo de conjunção, explique o efeito de sentido presente nele, e depois classifique em coordenativa ou subordinativa: “Sinto muito pela dor que este tempo tão diverso está causando, mas ele está assim porque o homem, o ser humano, não tem se preocupado com o ambiente”.

02. O trecho abaixo apresenta uma conjunção subordinativa ou coordenativa? Por quê? “A ganância desmesurada fez com que se fechasse os olhos as agressões contínuas ao meio ambiente. E isso resulta nas tragédias que estão acontecendo ao redor do mundo”.

03. No trecho: “Isso não me saiu mais da cabeça, pois sei que a natureza está dando seu recado, disso não há menor dúvida”. A conjunção destacada expressa uma ideia de? Justifique sua resposta.

a) Adversativa

b) Conclusiva

c) Explicativa

d) Alternativa

e) Aditiva

04. Na frase: “Nós, homens, sábios homens, precisamos nos conscientizar, o mais rápido possível- esperamos que não seja tarde demais- de que é preciso fazer alguma coisa, tomar atitudes para que salvemos o nosso planeta Terra.” A conjunção destacada se trocar por visto que mudará o sentido da frase? Explique.

4ª aula (50 min) – Produção de crônicas.

Correção da atividade da aula anterior, relembrar a estrutura do gênero aplicado e solicitar a produção em sala de aula de uma crônica sobre a natureza.

Proposta de avaliação

Pesquisar na comunidade áreas de devastação ambiental, elaborar um painel com os resultados e expor na escola destacando a importância de preservar a natureza.

Referências:

Conjunções. Disponível em: http://portugues.uol.com.br/gramatica/conjuncoes.html Acesso em: 17/04/17.

Crônica: O ser humano e a natureza. Disponível em: http://portugues.uol.com.br/gramatica/conjuncoes.html Acesso em: 17/04/17.

Entendendo a estrutura da crônica. Disponível em: http://portugues.uol.com.br/gramatica/conjuncoes.html Acesso em: 17/04/17.

Vídeo: Incêndio atinge Parque Nacional da Serra de Itabaiana, no interior de Sergipe. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=Nu9dUZS3438 Acesso em: 17/04/17.