Sequência didática: Trabalhando gêneros textuais a partir de postagens no Facebook

Docente: Márcia Mariano.

Discentes: Cleysiane Almeida

Eliliane Ferreira

Keila Menezes

Rafaela Rezende

Rosângela Souza.

Apresentação

Esta sequência didática procura trabalhar a compreensão dos gêneros textuais a partir da postagem de Facebook, cuja característica principal é o compartilhamento rápido de informações. É um gênero escrito, podendo conter narração, injunção, exposição, argumentação ou outros tipos textuais, expressa opiniões, relatos, desabafos, compartilha notícias, realiza divulgações, faz perguntas, citações de frases, observações, etc. Escolhemos a postagem de Facebook para expor aos alunos a diversidade dos gêneros textuais que não se encontram apenas nos exemplos tradicionais dados na escola, mas também em suas atividades do dia a dia. Tendo como objetivo socioeducativo apresentar novas metodologias no estudo dos gêneros no ensino médio, utilizando seis aulas.

1ª e 2ª aulas

Exibir “A Rede Social”, um filme estadunidense de 2010, sobre a fundação da rede social Facebook e seus desdobramentos, lançado no Brasil em 3 de dezembro de 2010, tem duração de 2:00h. O filme foi dirigido por David Fincher, com um elenco composto por Jesse Eisenberg, Andrew GarfieldJustin TimberlakeArmie Hammer, Max Minghella, Josh PenceBrenda SongJoseph MazzelloRashida Jones e Rooney Mara.

No filme, tudo começa no ano de 2003, na Universidade de Harvard, quando o estudante Mark Zuckerberg obcecado pela área virtual tem a ideia de criar um site o FaceMash para medir a beleza das estudantes de Harvard, após o término do seu namoro com Erica. Devido à popularidade do FaceMash, Mark chama a atenção dos gêmeos Cameron e Tyler e logo após começa a trabalhar para os gêmeos como programador do site “Harvard Connection”. Algum tempo depois, Mark fala com Eduardo sobre sua ideia para o site Thefacebook, uma rede social para os estudantes de Harvard, explicando que seria um meio das pessoas compartilharem suas informações pessoais e sociais com segurança. Eduardo concorda em ajudar Mark pagando a ele US$ 1.000 para iniciar o site. Eles distribuem o link para as conexões e rapidamente se transforma em um sucesso entre os estudantes.

Com a ajuda de Christy, namorada de Eduardo, eles conseguem marcar um encontro com Sean Parker, co­fundador do Napster. Mark fica impressionado com Parker por ele apresentar uma visão parecida com a dele. Nenhum acordo foi feito e mesmo assim Parker sugeriu que eles mudassem o nome de Thefacebook para Facebook. Os gêmeos Winklevoss descobrem que o Facebook se expandiu para três universidades, decidindo processar Mark por acreditar que ele roubou suas ideias. É realizada uma festa em comemoração aos 1 milhão de membros do Facebook, na qual Parker e alguns estagiários do Facebook são presos por tráfico de cocaína. Mark responde por dois processos: um feito pelos Winklevoss e o outro por Eduardo. O filme termina com Mark mandando um pedido de amizade para sua antiga namorada, Erica, pelo Facebook e atualizando a página à espera de uma resposta.

3ª aula

Após as duas primeiras aulas, nas quais foi exibido o longa “A Rede Social”, faz-se necessário tecer breve discussão com a turma acerca do filme com o objetivo de recordar, com os alunos, os momentos mais importantes, bem como saber suas opiniões sobre a produção.

O professor deve sugerir, então, que os alunos postem em seus respectivas contas de Facebook sua opinião sobre o filme, ressaltando as cenas mais importantes/interessantes, seus pontos positivos, pontos negativos e por fim, se recomendam ou não que seus amigos assistam ao longa. Desta forma, os alunos terão um primeiro contato com a temática e a metodologia que intencionamos trabalhar com eles, que se configura em uma discussão oral em sala de aula acerca do dado tema, e, em seguida, na organização das ideias em postagens de Facebook.

Para que todos tenham acesso fácil às postagens dos alunos é necessária a criação de uma hashtag, como, por exemplo #sobrearedesocial. Os alunos devem ter em mãos, na aula seguinte, um print ou uma transcrição fiel do post (de preferência um print, inclusive dos comentários que seus amigos fizerem em seu post, caso ocorram).

Para introduzir os alunos ao tema central destas aulas, torna-se necessário a exposição dos gêneros textuais. O professor pode pedir à turma que dê exemplos de gêneros textuais. Provavelmente, os alunos utilizarão exemplos repetitivos, como carta, receita, notícia, propaganda, etc. A partir daí, é necessário que o professor os faça compreender que os gêneros não estão presentes apenas no âmbito escolar, mas também em atividades desempenhadas diariamente que nos proporcionam prazer, a saber: as redes sociais.

A partir daí, o professor pode exibir o print de uma tela de login do Facebook, de uma “timeline” e de um “feed de notícias”, identificando com os alunos os gêneros presentes em cada um desses prints, bem como a diferença entre eles e suas principais características e finalidades. Desta forma, os alunos se sentirão pesquisadores e participantes ativos das aulas, fatores que aumentam as chances de melhor absorção do conteúdo.

4ª aula

Exibir no Datashow alguns dos posts, identificando junto com os alunos características de “escrita de Facebook” neles e, em seguida, pedir que eles transcrevam seus prints para a norma culta. Após isso, discutir com os alunos sobre quais adaptações precisaram fazer (de abreviação para palavra completa, substituição de gíria, etc.), ou seja, seria uma forma adequada para que eles aplicassem seus conhecimentos do cotidiano e assimilassem com aqueles a nível institucional.

Dar breve explicação sobre o que é norma culta, fazendo os alunos entenderem que a escrita do Facebook não é “errada”, pois está sendo utilizada nos gêneros que estão dentro dele, que permitem isso. Falar um pouco sobre neologismo, abreviação, palavras escritas gramaticalmente erradas (essa parte é interessante pois tem erros que as pessoas cometem tanto nas redes quanto fora delas, como por exemplo “agente”, “mais” ao invés de “mas”, que não são aceitos pelos internautas, sendo até motivo de piada e de memes, além disso tem erros gramaticais que são cometidos de propósito, por simples desinteresse de escrever na forma padrão, como supressão de sinais de pontuação, etc.), e outras características muito encontradas em redes sociais. Essa é uma questão muito importante, pois eles utilizam esse tipo de linguagem em redes sociais, já que esta desperta em seus usuários muita rapidez ao escrever, e isso facilita bastante.

Pedir aos alunos que façam uma lista de termos típicos de escrita que eles sempre encontram em sua timeline, como os citados no tópico acima, para a próxima aula, separando-os por categoria e substituindo-os por palavras formais. Acerca dessa listagem, eles terão um referencial mais elevado se associados também com os conhecimentos adquiridos durante as aulas através de novos conceitos.

5ª aula

Na quinta aula, trataremos de debater o que foi encontrado através da atividade proposta na aula anterior a respeito dos termos típicos encontrados no Facebook. O professor junto à turma analisará os resultados identificando os significados e suas origens. Uma das palavras que está sendo muito utilizada no momento é a palavra “crush”, um estrangeirismo que virou gíria, cujo significado é paquera. Os jovens se referem às pessoas que eles têm intenção de namorar ou que já namoram, como “crush”. Nessa catalogação e exposição será mostrado que as palavras formais que eles substituíram pelos termos encontrados não conseguem passar a mesma mensagem. (Por ex.: “crush” é o mesmo que “paquera”, mas não causa o mesmo efeito, já que “crush” é mais moderno, é um pouco engraçado, etc.). Visando ainda que a palavra “crush” surgiu na internet por meio escrito e acabou entrando na oralidade.

A partir daí, os alunos conhecendo o que são gêneros textuais e suas funções, especificamente os que são utilizados no Facebook, suas características próprias, os termos da escrita em post, os motivos e a classificação em uma categoria (como visto acima). Partiremos para o fornecimento de um suporte para o trabalho final dos alunos, que será um vídeo (reportagem) sobre a forma como a escrita nas redes sociais afeta a escrita na escola (http://g1.globo.com/mg/sul-de-minas/jornal-da-eptv/videos/v/a-escrita-das-redes-sociais-acaba-interferindo-nas-salas-de-aula/2163835/). Logo em seguida, promover discussões a respeito do vídeo, questionando os alunos se eles concordam ou não, fazendo-os argumentar sobre o seu ponto de vista sobre esse assunto.

Encerrar essa quinta aula pedindo para que os alunos façam uma pequena pesquisa entre seus amigos, familiares e vizinhos a respeito do tema, pode ser pessoalmente ou via internet, como preferirem. As perguntas seriam: Qual é a sua opinião a respeito do Facebook? Quanto tempo você passa nessa rede social? Você fala “errado” nas redes sociais? E por que? Na internet, você acha que é necessário usar a norma padrão?

6ª aula

Nessa aula, será proposto um debate a respeito das respostas adquiridas através da pesquisa, na qual cada um apresentará seus resultados e irá expor também suas opiniões acerca desse questionamento. E por fim, o professor poderá pedir que cada aluno faça uma postagem em seus respectivos Facebook a respeito desse determinado vídeo. Dando-lhes ideias e sugestões para a criação desse post. Como por exemplo: uma breve descrição do vídeo, opiniões da maioria das pessoas que eles perguntaram sobre o assunto e a própria opinião do aluno sobre o que é dito no vídeo, utilizando como argumentação o que foi absorvido sobre os gêneros, linguagem padrão e não padrão, dentre outras ideias. Visto que a publicação do post deve ter a utilização da hashtag #generostextuaisnofacebook para que os demais colegas e o professor tenham acesso fácil e rápido ao post, abrangendo ainda mais o seu alcance.

Referências

MARCUSCHI, Luiz Antônio. Produção textual, analise de gêneros e compreensão. Parábola Editorial. 2008.

Resumo mais aprofundado do filme a rede social. Disponível em: < https://www.trabalhosgratuitos.com/Outras/Diversos/Resumo-Filme-A-Rede-Social-307786.html&gt;.