O USO DE AMBIGUIDADES LEXICAIS E SINTÁTICAS EM PROPAGANDAS E MANCHETES

Autores: Hellem Monique Vieira dos Santos; Ana Caroline Oliveira Santos; Wiara Samara Santos Maroto; Valquiria de Almeida Bastos; Jaiane de Jesus Santos; Laion Ramos Santos

Orientação: Profa. Marcia Regina Curado Pereira Mariano

INTRODUÇÃO

O presente artigo tem como intuito abordar um estudo analítico de dois tipos de ambiguidades, lexical e sintática, que são encontradas em títulos de matérias jornalísticas, bem como em propagandas. Ainda, este trabalho possui o objetivo de apresentar uma proposta didática para os alunos do ensino médio mediante a análise que foi feita, para isso, será tratado quais são as melhores estratégias para que este plano seja eficiente para os estudantes.

A ambiguidade é um dos estudos mais importantes na área da linguística, levando em conta que a mesma pode se tratar de um vício de linguagem que às vezes passa despercebido para a maioria dos falantes e até mesmo para os escritores; esse fenômeno, quando usado sem o devido conhecimento, tende a confundir muitas cabeças que tentam interpretá-lo. Por outro lado, ela pode ser usada conscientemente para provocar um determinado efeito de sentido. É com isso em mente, que o seu estudo em sala é necessário para que os alunos saibam compreender e interpretar de forma correta o sentido real que um enunciado ambíguo apresenta.

Desse modo, este artigo traz a análise de ocorrências de ambiguidade nos gêneros textuai: propagandas e manchetes. Em suma, o presente trabalho traz dois exemplos de cada gênero que contêm duplos sentidos. Assim, a principal justificativa para escolha desses modelos de análise parte da intenção de trazer algo que os alunos já estão habituados (notícia e propaganda), na tentativa que eles possam olhar de forma crítica para os textos que estão contidos nesses gêneros, dessa forma, os estudantes seriam capazes de reconhecer com mais facilidade as ambiguidades ali empregadas.

FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

Primeiramente, segundo Cançado (2008), a ambiguidade se constitui quando uma simples palavra ou um grupo delas se relaciona com mais de uma interpretação possível. Do mesmo modo, para Castro e Gomes (2018, p. 34),

A ambiguidade, por sua vez, é quando uma palavra ou expressão está associada a mais de um significado, podendo ser utilizada intencionalmente para provocar humor, ironia, para manipulação dos sujeitos, ou de forma acidental, provocando confusão de sentidos.

Dessa forma, levando em conta o que será analisado no corpus deste trabalho, há dois tipos de ambiguidade que terão uma maior ênfase nesta pesquisa, sendo elas as ambiguidades lexicais e sintáticas. Ainda, de acordo com Cançado (2008), o primeiro tipo de ambiguidade pode ser causado por dois fenômenos: homonímia e polissemia. No entanto, este artigo deu enfoque a exemplos em que são encontradas as variações provocadas por homonímias.

Conforme Cançado (2008), a ambiguidade por homonímia se estabelece quando os sentidos da palavra ambígua não possuem relação entre si. A autora explica que a classificação das palavras homógrafas acontece em ocorrências de palavras que empregam a mesma grafia, mas não carregam a mesma interpretação. Quase do mesmo modo, as palavras homófonas manifestam o mesmo som, mas apresentam-se com grafias e sentidos divergentes.

Além disso, outra ambiguidade que este artigo trabalha é a sintática; para Cançado (2008), este tipo se classifica a partir da estrutura da frase, não sendo necessário interpretar cada palavra de forma individual, assim sendo, se atribui a ambiguidade sintática às distintas interpretações causadas pela estrutura frasal. Ainda, há diferentes possibilidades de reorganizar a sentença para construir um novo sentido, para isso, é preciso alternar a posição das expressões envolvidas na ambiguidade em questão.

Levando isso em conta, os gêneros textuais propaganda e manchete são outro grupo de elementos utilizados no corpus dessa pesquisa. A propaganda se define com base em Lara e Souza (2007) como a divulgação de um produto, um serviço ou uma marca, tendo como principal objetivo que os mesmos sejam vendidos. Ainda, é comum perceber nessas divulgações as características de estratégias para se obter a atenção do consumidor, por meio disso, tentam convencer o público-alvo com textos apelativos que acabam atraindo.

Por outro lado, as manchetes, que fazem parte do segundo grupo de elementos deste artigo. Segundo Guiraldelli e Sá (2014), a primeira leitura da notícia se dá pela manchete. Desse modo, para as autoras, esse gênero leva o leitor a querer ler ou não o restante do conteúdo informativo, pois depende do sentido gerado e se o mesmo influencia no interesse do público. Ainda, assim como no gênero propaganda, se insere no texto meios para atrair a atenção dos leitores.

Além disso, o uso desses gêneros no ambiente escolar agrega conhecimento não só informativo, bem como analítico e reflexivo. Assim, desenvolvendo modelos de aprendizagem que fornecem habilidades, como:

(EM13LP44) Analisar formas contemporâneas de publicidade em contexto digital (advergame, anúncios em vídeos, social advertising, unboxing, narrativa mercadológica, entre outras), e peças de campanhas publicitárias e políticas (cartazes, folhetos, anúncios, propagandas em diferentes mídias, spots, jingles etc.), identificando valores e representações de situações, grupos e configurações sociais veiculadas, desconstruindo estereótipos, destacando estratégias de engajamento e viralização e explicando os mecanismos de persuasão utilizados e os efeitos de sentido provocados pelas escolhas feitas em termos de elementos e recursos linguístico-discursivos, imagéticos, sonoros, gestuais e espaciais, entre outros. (BNCC, 2018, p. 522)

METODOLOGIA

O caráter deste trabalho é formado a partir de uma pesquisa qualitativa-interpretativista, desse modo, o corpus selecionado para a análise da ambiguidade constitui-se com duas manchetes com ambiguidades sintáticas e duas propagandas com ambiguidades lexicais. As duas primeiras foram encontradas pela interface do google, levando em conta que os presentes graduandos se reuniram em encontros semanais na busca de notícias que possuíssem o aspecto adequado para ser estudado em sala de aula. Do mesmo modo, as duas propagandas foram escolhidas após reuniões em grupo, que levaram a preferências por anúncios que despertam um maior interesse nos estudantes, bem como pela intenção de trazer algo com o qual eles estão em contato constantemente.

Nessa perspectiva, ocorreram diversas reuniões via google meet e presenciais, nas quais os estudantes que realizaram este trabalho tinham como objetivo debater sobre a realização de cada aspecto deste, o objetivo geral, e as seções foram organizadas tendo em vista as informações fornecidas pela Profa. Marcia Mariano. Para isso, também foi necessário que cada estudante ficasse com a tarefa de pesquisar o conteúdo que seria analisado antes dos encontros, para que, quando houvesse as reuniões, todos pudessem ter um esclarecimento sobre como seriam feitos os processos de análise de cada manchete ou propaganda, dessa forma, as reuniões ajudaram para o fechamento das ideias, bem como a respeito da elaboração da estrutura do artigo.

Os autores que fizeram parte do embasamento teórico nesta pesquisa foram Cançado (2008), com a obra Manual de semântica, que nos auxiliou a respeito da ambiguidade e serviu para a organização de ideias. Ainda, Castro e Gomes (2018), que serviram como outra base muito importante para alcançar o desenvolvimento deste trabalho. Não obstante, Guiraldelli e Sá (2014) e a BNCC (2018) complementam o fechamento das reflexões e análises. Além disso, o corpus desta pesquisa foi organizado em três seções, as duas primeiras têm o objetivo de expor exemplos de ambiguidades lexicais e sintáticas encontradas em anúncios publicitários e matérias jornalísticas. A última seção é a elaboração de um plano de aula, o qual apresenta em sua aplicação o modelo de análise que foi feito nas duas primeiras seções.

AMBIGUIDADE LEXICAL EM PROPAGANDAS

A ambiguidade no gênero textual propaganda pode ser aplicada no ambiente de sala de aula para apontar os diversos casos de palavras ambíguas que são vistas no cotidiano e passam despercebidas. Assim, nesta primeira seção, serão demonstrados um exemplo de uma ambiguidade que foi feita de modo não intencional e outro em que a ambiguidade foi proposital. Nessa perspectiva, a figura 01 do anexo traz um claro exemplo de ambiguidade lexical por homonímia, homógrafa e homófona, não proposital, na qual o autor, ao tentar atrair a atenção de clientes para comprar três peças do produto, acaba contraindo um duplo sentido ao afirmar que na compra o cliente ganharia uma “rasteira”, causando um efeito de humor. Na explicação abaixo, a qual traz a frase do anúncio escrito em faixa de tecido colocado em frente a uma loja, entende-se melhor as possíveis interpretações dessa palavra:

“PROMOÇÃO – NO MÊS DAS MÃES: NA COMPRA DE TRÊS PEÇAS GANHE UMA RASTEIRA GRÁTIS”

INTERPRETAÇÃO 1: “RASTEIRA” que designa um modelo de sandália feminino, assim o leitor compreende que ao comprar três peças na loja que contém o anúncio o cliente levará como brinde uma sandália do modelo rasteira;

INTERPRETAÇÃO 2: “RASTEIRA” Segundo o dicionário online Priberam [s.d], movimento ou golpe com o pé ou perna para derrubar ou fazer tropeçar alguém, desse modo o leitor pode interpretar que ao comprar três peças na respectiva loja, o cliente ganhará como brinde uma queda;

INTERPRETAÇÃO 3: “RASTEIRA”. Conforme o dicionário online Priberam [s.d], ação destinada a enganar alguém, logo o consumidor entende que ao comprar três peças levará um golpe. Desse modo, é perceptível que o lojista não utilizou da ambiguidade presente na faixa de propaganda de forma intencional, mas sim por falta de conhecimento de elementos lexicais que tornassem a propaganda mais clara, eliminando assim a ambiguidade existente.

Além disso, outro exemplo de ambiguidade lexical encontrada em anúncios é a que acontece na figura 02, em anexo, na qual o autor utiliza propositalmente o fenômeno semântico como forma de chamar a atenção do público-alvo, assim o cartaz da assistência funerária traz uma palavra ambígua que causa um efeito de humor. Nesse sentido, a palavra que gera a ambiguidade é “coroa”; observamos que tal palavra, no contexto em que foi usada e com a foto do senhor que foi ilustrada ao lado, nos possibilita mais de uma interpretação, observe a seguir:

“COMO ARRUMAR UMA COROA – ASSISTÊNCIA FUNERAL SINAF”

INTERPRETAÇÃO 1: Que o senhor que está ao lado da foto da propaganda da funerária gostaria de arrumar uma “namorada”, assim a palavra “coroa”, nesse, contexto pode nos trazer o sentido de “coroa” no sentido de uma mulher/senhora.

INTERPRETAÇÃO 2: Que a funerária se refere à palavra “coroa” como uma ornamentação para prestar homenagem a um ente querido durante o velório.

Desse modo, percebe-se que em ambas as interpretações a ambiguidade é causada pela palavra “coroa”, que assim podemos classificar como ambiguidade lexical, bem como a mesma ainda caracteriza-se também como uma palavra homógrafa e homófona, uma vez que apresenta a mesma pronúncia e a mesma grafia e apenas significados distintos, tais como: COROA (de flores); COROA (que no dialeto popular é utilizada para se referir a uma pessoa mais velha). Visto isso, a funerária usufruiu dessa variação de sentido para criar uma propaganda criativa para a funerária. Ainda com relação à definição de “ambiguidade lexical”, acrescenta-se que ocorre quando há mais de uma interpretação possível de uma unidade lexical, assim como ocorre no anúncio por meio da palavra em questão “coroa”. Ainda por meio dessa propaganda, pode-se perceber que a ambiguidade foi utilizada de modo intencional, de forma que viesse a atrair a atenção das pessoas. Percebe-se então, que o uso do fenômeno semântico ambiguidade nas propagandas têm o intuito de chamar a atenção do consumidor, pois ao ler o enunciado ele é atraído, despertando curiosidade, e, consequentemente, acontece uma memorização do anúncio. Portanto, quando o docente dispõe do gênero propaganda para exemplificar o conteúdo ambiguidade, ele habilita seus discentes à compreensão de sentidos.

AMBIGUIDADE SINTÁTICA EM MANCHETES JORNALÍSTICAS

Esta seção apresenta dois exemplos de ambiguidades sintáticas encontradas em manchetes, desse modo, o corpus selecionado para a análise constitui-se de títulos jornalísticos, veiculados em várias interfaces digitais, e seguiram os critérios analíticos para a seleção, o qual aborda a estrutura frasal. Em alguns casos, nas manchetes, os duplos sentidos das palavras podem ocasionar, de forma deliberada, várias interpretações que, em algumas vezes, não é proposital, porém o descuido pode gerar um efeito polêmico. Assim sendo, os redatores, ao revisarem os materiais a serem publicados, devem ter consciência das possíveis interpretações e o contexto em que a manchete é apresentada. A exemplo verifica-se na figura 03:

“EM SETE ANOS, VOOS NO PARANÁ CAÍRAM 54,2%”

Reescrita da sentença, interpretação 1: No Paraná, caíram 54,2% voos em sete anos.

Reescrita da sentença, interpretação 2: Em sete anos caíram 54,2% os voos no Paraná.

Ao analisarmos as interpretações da estrutura do enunciado, percebe-se que, na primeira interpretação, compreende-se que em sete anos caíram 54,2% dos voos, ou seja, que em mais de 50% dessas viagens no/para o Paraná ocorreram acidentes aéreos. Segunda interpretação, que o número de voos no/para o Paraná caiu, uma vez que a procura pelas companhias aéreas diminuiu durante esses sete anos, podendo ter vários motivos, uma delas é que os preços das passagens subiram ou que as pessoas optaram por outro meio de transporte mais barato.

Ainda outro exemplo de ambiguidade sintática encontrada em manchetes é o que acontece na figura 04, em anexo, na qual o autor traz no título principal da matéria um duplo sentido que gera um resultado polêmico na informação passada para o leitor. Nessa perspectiva, a sentença do título é formada por uma frase pequena e chamativa, no entanto, a estrutura frasal está ambígua e deixa o público-alvo confuso em relação ao conteúdo escrito. Percebe-se, ainda, que o autor usou de maneira proposital, levando em conta que ao deixar o leitor confuso faria com que o mesmo ficasse interessado no restante da notícia. Logo abaixo, se insere a pequena frase contida na manchete, em seguida, são trabalhadas as possíveis interpretações:

“MILITAR E FILHO INGERIRAM VENENO PARA MATAR RATOS”

Reescrita da sentença para interpretação 1: Veneno para matar ratos foi ingerido por militar e filho.

Reescrita da sentença para interpretação 2: Para matar os ratos, militar e filho ingeriram veneno.

Percebe-se na primeira interpretação que ambos, militar e filho, ingeriram a substância nociva que é o veneno de matar ratos. No entanto, a estrutura da frase está confusa, o que impossibilita somente essa compreensão do ocorrido. Assim, surge a segunda interpretação, a qual leva o leitor a acreditar que o pai e o filho foram ao extremo na intenção de exterminar os ratos e acabaram por consumir outro tipo de veneno. Além disso, há uma terceira interpretação possível: a de que, na verdade, os dois foram enganados e acabaram consumindo a substância sem saberem que era nociva. Conforme o conteúdo completo da manchete essa terceira interpretação seria, na verdade, a informação correta dos fatos acontecidos. Dessa forma, percebe-se que o autor utilizou o fenômeno ambiguidade para causar um efeito polêmico e assim, chamar a atenção do público-leitor.

PLANO DE AULA

Público-alvo: Ensino Médio.

Duração: 3 aulas de 50 minutos.

Tema: Tipos de ambiguidade.

Objetivo geral: Apresentar e discutir alguns dos principais tópicos/conceitos do tema ambiguidade e aplicar esses conteúdos em atividades de análises e identificação dos tipos de ambiguidade.

Objetivo específico: Reconhecer em quais situações a ambiguidade se caracteriza como um problema na comunicação e quando ela faz parte do objetivo do enunciado.

SÍNTESE DO ASSUNTO/CONTEÚDO

Expor, identificar e distinguir a ambiguidade e suas variações, conscientizando-se de que a ambiguidade deve ser usada como um instrumento a favor da produção textual, seja falada, sinalizada e/ou escrita. Reconhecer a quais tipos de ambiguidade (lexical ou sintática) correspondem as propagandas e manchetes encontradas no nosso cotidiano, relacionando-as com imagens a serem expostas como exemplos.

METODOLOGIA

1ª AULA – PROBLEMATIZAÇÃO INICIAL

São apresentadas questões e/ou situações para discussão com os alunos. A colocação inicial do problema visa conectar esse conteúdo a situações da vida real que os alunos conhecem e testemunham, mas não podem ser interpretadas com precisão porque podem não ter conhecimento científico suficiente.

Passo 1: O professor trabalhará o conceito de ambiguidade e os tipos de ambiguidade que serão discutidos em aula.

– Conceito de ambiguidade;

– Conceito de ambiguidade lexical;

– Conceito de ambiguidade sintática;

– Exemplo de ambiguidade lexical;

– Exemplo de ambiguidade sintática;

Passo 2: O professor em seguida realizará um exercício para desenvolver a compreensão do conteúdo abordado.

– Exercício de compreensão (no apêndice);

Passo 3: Para finalizar a aula o professor deverá corrigir o exercício junto com os alunos.

2ª AULA – ORGANIZAÇÃO DO CONHECIMENTO

Nesta aula o objetivo é conhecer o significado de ambiguidade e diferenciar suas relações sintáticas e lexicais, reconhecer palavras homônimas e polissêmicas em textos e identificar a ambiguidade provocada pela utilização dessas palavras, analisar os efeitos de sentido gerados pela ambiguidade e compreender que a ambiguidade pode ser utilizada de forma intencional, como uma estratégia argumentativa.

Passo 1: O professor retornará ao tópico anterior fazendo perguntas para verificar se os alunos compreenderam e distinguiram os tipos de ambiguidade.

Passo 2: Após receber a confirmação dos alunos, o professor utilizará outro exemplo de ambiguidade que será exibido em um projetor multimídia.

Passo 3: O exemplo a ser trabalhado será uma imagem (em anexos), a qual apresenta ambiguidade lexical.

3ª AULA – APLICAÇÃO DO CONHECIMENTO

Os conteúdos serão apresentados através de aulas teóricas e práticas, apoiadas em recursos audiovisuais e digitais, disponíveis na internet, com o objetivo de estabelecer métodos de ensino-aprendizagem interativos e significativos, desta forma, gerando uma maior facilidade para a compreensão e identificação dos tipos de ambiguidade.

Sobretudo, esta abordagem sistemática visa elevar o conhecimento que vem sendo incorporado pelo aluno para analisar e interpretar as situações iniciais que determinaram o seu estudo relativo ao tema proposto e suas vertentes.

Passo 1: Com o auxílio de um projetor, serão exibidas várias imagens retiradas de propagandas publicitárias e manchetes em geral, que por conta da organização nas frases/orações e de algumas palavras terem dois ou mais significados, acabam causando uma confusão na compreensão do enunciado, e é nisso, que consiste o humor.

Passo 2: O professor discutirá então com os alunos, com base no conteúdo visto nas aulas anteriores, o tipo de ambiguidade presente nas imagens visualizadas.

Passo 3: Em seguida, será realizado um diálogo para ilustrar uma situação cotidiana, mostrando como a ambiguidade aparece no dia a dia e como pode causar problemas na compreensão do enunciado.

RECURSOS NECESSÁRIOS

Textos em PDF, quadro branco, pincéis coloridos, projetor multimídia e outros recursos disponíveis.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Este artigo teve como objetivo analisar ambiguidades lexicais e sintáticas no contexto dos gêneros propaganda e manchete e demonstrar que, na maioria das vezes, o uso de palavras e contextos ambíguos pode ser proposital e consistir em uma possível ferramenta convincente na publicidade. Ao discorrermos durante as sessões, buscamos apontar a maneira como ocorre o duplo sentido das sentenças, apresentando as possíveis interpretações dos enunciados, e, finalmente, apresentar uma proposta didática para os alunos do ensino médio.

No decorrer dessa pesquisa, destacamos a importância de analisar em sala de aula as ambiguidades, com o intuito de demonstrar as possíveis interpretações, para desenvolver um maior domínio do conteúdo abordado. Ao elaborar o plano de aula, visou-se trabalhar e aprimorar as habilidades de compressão para os alunos, estabelecendo consciência dessas ambiguidades para evitar mal-entendidos e promover um maior aprendizado. Ao considerar e abordar essas ambiguidades, podemos aprimorar a qualidade das interações na sala de aula, bem como em outros contextos de interações sociais, fortalecendo a compreensão mútua, criando assim, uma maneira de aprendizagem mais eficiente e enriquecedora.

Em suma, este artigo explorou os tipos de ambiguidade (lexical e sintática), analisados no corpus apresentado. Assim foi possível observar que os efeitos de sentido em cada enunciado podem gerar compreensões diferentes, ocasionando equívocos, polêmicas ou efeito de humor, a depender da forma de interpretação que essa intrigante duplicidade de sentido ocasiona no leitor.

REFERÊNCIAS

BRASIL. Ministério da Educação. Base Nacional Comum Curricular. Brasília: MEC, 2018.

CANÇADO, Márcia. Manual de Semântica: Noções Básicas e Exercícios. São Paulo: Editora Contexto, 2008. Cap. 4, p. 63-64.

CASTRO, Bruna M. do N.; GOMES, Antonio Carlos. Ambiguidade e produção de sentidos: caderno de atividades. 1 ed. Vitória. Edifes: 2018.

GUIRALDELLI, Lisângela Ap; SÁ, Maisa C. P. de.Estudando os efeitos da ambiguidade no discurso jornalístico manchete. Entrepalavras, Fortaleza – ano 4, v.4, n.1, p. 82-98, jan/jun 2014.

LARA, Ana Gabriela da; SOUZA, Lívia Cristina P. de. O gênero propaganda na escola:uma análise de aulas de leitura. Revista Gatilho, Juiz de Fora, v. 6, p. 1-11, 2007.

MIOTTO, Denise Mazocco. A língua que nos faz rir. Linguística de Boteco, [s.d]. Disponível em: https://linguisticadeboteco.home.blog/2020/03/24/a-lingua-que-nos-faz-rir/. Acesso em: 22 set. 2023.

MORAES, Letícia Queiroz de. Recursos Auxiliares do Discurso na Linguagem de Propaganda. Filologia, [s.d]. Disponível em: http://www.filologia.org.br/vcnlf/anais%20v/civ8_08.htm Acesso em: 22 set. 2023.

PAULA, Diogo de Oliveira. Atividade Sobre Ambiguidade, Gírias e Expressões Cotidianas. Diogo Professor, [s.d]. Disponível em: https://diogoprofessor.blogspot.com/2021/05/atividade-sobre-ambiguidade-girias-e.html.Acesso em: 22 set. 2023.

TESSLER, Eduardo. Três Manchetes Problemáticas. Mídia Mundo [s.d], Disponível em: http://www.midiamundo.com/2014/11/tres-manchetes-problematicas.html?m=1. Acesso em: 22 set. 2023.

TRABALHO. In: DICIO, Dicionário Priberam Org. São Domingos, 2023. Disponívelem:https://dicionario.priberam.org/rasteira. Acesso em: 22 set. 2023.

ANEXOS:

(Figura 1)

Disponivel em: https://diogoprofessor.blogspot.com/2021/05/atividade-sobreambiguidade-girias-e.html

(Figura 2)

Disponivel em: http://www.filologia.org.br/vcnlf/anais%20v/civ8_08.htm.

(Figura 3)

Disponivel em: https://linguisticadeboteco.home.blog/2020/03/24/a-lingua-que-nos-faz-rir/

(Figura 4)

Disponivel em: http://www.midiamundo.com/2014/11/tres-manchetes-problematicas.html?m=1

APÊNDICE

Exercício de compreensão

QUESTÃO 1: Qual o tipo de ambuiguidade está presente na imagem?

  1. Sintática
  2. Lexical
  3. Escopo
  4. Nenhuma das alternativas

Imagem 2

QUESTÃO 2: Sobre ambiguidade, identifique qual o tipo presente na imagem, e dê as possíveis interpretações sobre a frase presente no outdoor.

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