UMA ABORDAGEM RETÓRICO-DISCURSIVA EM SALA DE AULA ATRAVÉS DO GÊNERO DEBATE ELEITORAL: UMA SEQUÊNCIA DIDÁTICA

UNIVERSIDADE FEDERAL DE SERGIPE
CAMPUS PROFESSOR ALBERTO DE CARVALHO
DEPARTAMENTO DE LETRAS DE ITABAIANA-SE

UMA ABORDAGEM RETÓRICO-DISCURSIVA EM SALA DE AULA ATRAVÉS DO GÊNERO DEBATE ELEITORAL: UMA SEQUÊNCIA DIDÁTICA

Aline dos Santos Silva
Greiciele Santos de Jesus
Jonas dos Santos Alves
Maria Yasmin da Silva Santos
Yuri Nunes Oliveira de Jesus

Revisão: Dayse da Silva Torres

INTRODUÇÃO
A precariedade com relação à aprendizagem de estratégias de escrita e de leitura em sala de aula não é um problema atual na vida dos professores de Língua portuguesa, a situação ainda encontra agravante no trato de estratégias discursivas voltadas à oralidade, que normalmente não encontra tanto espaço de aprimoramento dentro da vida escolar. Essa perspectiva não se deve a uma hipotética má vontade do professor em trabalhar essa vertente da língua, mas sim a um ensino de língua portuguesa que sempre ofereceu maior relevância e valor ao ensino da escrita. Conquanto, hodiernamente, é necessário preparar os alunos para serem cidadãos prontos e dispostos a assumir posturas e posicionamentos críticos na vida pública; para além disso, é necessário compreender que nós, enquanto seres humanos, estamos sempre em busca de estender ao outro o nosso olhar sobre o mundo e é na linguagem que encontramos a ponte comunicacional para firmar tais relações com nosso auditório. Seja criticando, defendendo, acusando, expondo ou opinando, é através da palavra que estabelecemos relações com o outro e com o mundo, é através da linguagem que nos tornamos retóricos. Tendo isso em vista, faz-se urgente uma abordagem retórico-discursiva em sala de aula que permita o aprimoramento, seja na escrita ou na oralidade, das práticas linguístico-discursivas, de modo a estarmos prontos para qualquer circunstância da comunicação.
SUPORTE TEÓRICO
A eminência da comunicação pode vir da oralidade de um diálogo cotidiano, de uma mensagem de texto recebida no celular ou até mesmo uma simples curtida através de uma rede social, todas essas instâncias são palco para a construção de imagens que colocamos à disposição de nosso auditório em tentativas de persuasão daquilo que defendemos, pois estamos sempre a lançar ao outro nossas aspirações, impressões e opiniões numa tentativa de aceitabilidade. E é partindo desses pressupostos que o presente trabalho tem em vistas levar à sala de aula uma abordagem retórico-discursiva voltada à oralidade. Neste sentido, nos comprometemos com a tentativa de construção de uma oralidade persuasiva dentro da sala de aula. Corroborando com nossas expectativas, Dantas e Rocha (2016) afirmam “que é possível conhecer, dominar e utilizar técnicas discursivas que permitam ao orador ‘provocar ou aumentar a adesão dos espíritos às teses que se lhes apresentam assentimento’ (PERELMAN e TYTECA, 1996, p. 04)”. (DANTAS; ROCHA, 2016, p. 106), estabelecendo-se assim o primeiro pano de fundo teórico que abordaremos.
Enquanto seres retóricos, construímos a todo momento imagens de nós mesmos e do mundo em que estamos circunscritos numa tentativa de estendê-las a outrem; segundo Dantas e Rocha (2016), essa imagem que construímos em meio ao discurso é referida por Aristóteles (2005) como ethos, termo que compõe a tríade dos meios de persuasão, juntamente com pathos e logos, e é apontada pelo filósofo grego como o mais importante e eficiente método persuasivo em meio à retórica. É no Ethos que ficam contidas as principais características do enunciador, como o caráter, as virtudes e as qualidades. Não o que ele de fato é, mas o que demonstra ser através de uma imagem de si construída no momento da enunciação.
Discursivamente, essa imagem construída não se vincula necessariamente à instância empírica do autor do texto, ou seja, ao se analisar um discurso, busca-se no próprio discurso a imagem do orador que se constrói nele a partir das escolhas de registro, estilo, léxico, figuras, etc. (DANTAS; ROCHA, 2016, p. 102).
Maingueneau (2013 apud DANTAS; ROCHA, 2016, p. 108) também afirma que: “O ethos […] se desdobra no registro do ‘mostrado’ e, eventualmente, no do ‘dito’. Sua eficácia decorre do fato de que envolve de alguma forma a enunciação sem ser explicitado no enunciado”. E dentro de um gênero da esfera da vida pública, como o debate eleitoral, a construção desse ethos retórico deve ser eficiente o suficiente para construir não só a imagem do enunciador, mas também a de seu oponente, ou seja, com a estratégia argumentativa certa, ao passo que construo uma boa imagem de mim mesmo perante ao auditório, faço o oposto com meu oponente sem ao menos mencioná-lo necessariamente. Além disso, para a construção de uma boa base argumentativa-persuasiva, é necessário sempre levar-se em conta o destinatário do discurso, é imprescindível que o orador coloque-se em função de seu auditório, considerando o que Maingueneau chama de ethos pré-discursivo, como teoriza Amossy:
No momento em que toma a palavra, o orador faz uma ideia de seu auditório e da maneira pela qual será percebido; avalia o impacto sobre seu discurso atual e trabalha para confirmar sua imagem, para reelaborá-la ou transformá-la e produzir uma impressão conforme às exigências de seu projeto argumentativo. (AMOSSY, 2012 apud DANTAS; ROCHA, 2016, p. 117).
Ainda sobre a disposição do ethos, Dantas e Rocha (2016) apontam o que Maingueneau (2013) chamou de “processo de incorporação ao tratar do ethos” (p.113), o qual se dá em três vertentes:
Corporificação do enunciador; incorporação, assimilação de certo conjunto de esquemas correspondente à maneira como se relaciona com o mundo; e constituição de um corpo, de uma comunidade imaginária dos que aderem ao mesmo discurso. (DANTAS; ROCHA, 2016, p. 113)
Desta forma é necessário que os enunciadores construam não só a imagem de si para o discurso, mas que também construam a imagem de seu auditório, já que este também construirá “representações do ethos do enunciador antes mesmo que ele fale” (MAINGUENEAU, 2013 apud DANTAS; ROCHA, 2016, p. 118), isto é, o auditório também constrói uma imagem do enunciador antes da enunciação com base no gênero em questão, cabe ao orador suprir ou não tais expectativas.
Importante também destacar que, conforme apontam Dantas e Rocha (2016), Perelman e Tyteca (1996) defendem que existem diferenças entre um discurso persuasivo e um discurso convincente, sendo a principal das dissonâncias entre eles o público a quem se dedicam. No discurso convincente o auditório é universal, sem divergência de ideias e opiniões, já no discurso persuasivo o auditório é diverso, não há um consenso de ideias e opiniões, sendo, portanto, este último o que se aplica ao nosso gênero de destaque. Dentro do debate eleitoral, para além das habilidades de argumentação e persuasão trabalhadas, podemos abordar em cada um de seus componentes aspirações sociais importantíssimas, os candidatos são os destaques do gênero, mas o mediador ressalta o respeito ao outro, através da intervenção e divisão dos turnos de fala, o auditório é a parte fundamental de um debate eleitoral, afinal de contas se não o houvesse a quem se dedicariam as estratégias persuasivas dos candidatos? Sem auditório para persuadir não há porque debater. Destacamos também que em tempos onde existe uma sobreposição de vozes em todos os âmbitos da sociedade, nos quais a escola tornou-se um dos ambientes onde se implementou a “pedagogia do barulho”, é necessário oferecer uma ênfase particular ao papel do mediador como figura de respeito. Em sala de aula esse papel é ocupado, costumeiramente, pelo professor, conquanto ultimamente lhe cabe apenas assumir a função de “animador social” ou “daquele que fala mais alto” (MIRANDA, 2005 apud HORTA; SANT’ANNA, 2016).
Partindo agora para a BNCC (Base Nacional Comum Curricular), esse documento traz destaque aos gêneros da esfera da vida pública já nos anos finais do Ensino Fundamental (6⁰ – 9⁰ anos), enfatizando o trato de estratégias linguístico-discursivas que possibilitem aos alunos a construção de bases argumentativas articuladas e persuasivas, bem como, ressalta que:
A proliferação do discurso de ódio também é tematizada em todos os anos e habilidades relativas ao trato e respeito com o diferente e com a participação ética e respeitosa em discussões e debates de ideias são consideradas. (BRASIL, 2018, p. 136).

O documento de 2018 também defende que as práticas do campo linguístico, das demais semioses e da norma-padrão não estejam dissociados das práticas e conhecimentos de linguagem que circulam em nosso meio, sendo colocadas como facilitadores da reflexão e compreensão a respeito da funcionalidade da língua. Ressalta também que as habilidades propostas estão de acordo com saberes fundamentais ao entendimento do sistema que possibilita a organização de nossa língua materna. (BRASIL, 2018). Sendo então, a partir daqui, dever do professor e da escola oferecer ao aluno os recursos suficientes para a construção de um contexto em que o gênero proposto, no caso, o debate eleitoral, seja trabalhado, aprendido e utilizado por eles dentro e fora da vida escolar como mecanismo e ferramenta de afloramento do senso crítico além da participação em discussões relevantes para seu grupo social ou a sociedade como um todo, atuando de maneira efetiva nas decisões tomadas pela comunidade.
Quanto a nossa abordagem de ensino, Marcuschi defende que o ensino da língua não se dá através de enunciados isolados, mas sim através de textos ou, melhor dizendo, através de gêneros textuais, sendo estes “unidades sociodiscursivas e formas de ação social incontornáveis em qualquer situação comunicativa” (MARCUSCHI, 2007, p. 19), ou ainda, formas de enunciados relativamente estáveis conforme pautado por Bakhtin (1997). Em consonância com essa perspectiva a respeito do trato dos gêneros discursivos, Dolz, Noverraz e Schneuwly propõem um modelo de sequência didática (doravante SD) que pode ser utilizada em sala durante o ensino de gêneros orais e escritos, a qual tomamos por base. Ainda em Schneuwly e Dolz (2004) os autores afirmam que “é através dos gêneros que as práticas de linguagem materializam-se nas atividades dos aprendizes” (SCHNEUWLY; DOLZ, 2004. apud NETO; SANTOS, 2016, p. 208). Partindo de tais pressupostos, será, portanto, o gênero debate eleitoral o meio através do qual propomos a construção do Ethos retórico como estratégia persuasiva (DANTAS; ROCHA, 2016) em nossa SD.

SEQUÊNCIA DIDÁTICA DO GÊNERO DEBATE ELEITORAL
A sequência didática que propomos visa contemplar o público dos 8⁰ e 9⁰ anos do Ensino Fundamental, onde, através do gênero debate eleitoral, esperamos prepará-los para serem cidadãos de olhar e postura críticas a respeito de temáticas relevantes socialmente. Para além disso, esperamos que se tornem preparados para assumir, ética e civilizadamente, posicionamentos e argumentos sobre aquilo que defendem.
Quantidade de aulas: A sequência propõe 11 aulas com duração de 50 minutos cada. Nas quais teremos a apresentação da situação (aula 1), uma produção inicial (aula 2), uma produção intermediária (aula 5) e uma produção final (aula 11), as demais aulas serão dispostas em oficinas que trabalhem os conteúdos a serem aprendidos, utilizados e avaliados. Sugerimos uma pausa entre as aulas 10 e 11.
Materiais utilizados: materiais para realização de anotações (lousa ou quadro, caderno, canetas, lápis etc.), além de ferramentas de suporte a pesquisas ou ao próprio andamento da aula (celulares, projetor, slides, cronômetro, caixas, espelho etc.).
Sugestão: Sugerimos ao professor realizar a sequência didática com candidatos as eleições do grêmio estudantil ou na impossibilidade destas, realizar uma eleição de representantes de classe com a(s) turma(s) em questão.
Observação: todas as atividades podem ser adaptadas de acordo com a realidade das turmas, das escolas e de outras variáveis que conduzem o trabalho de cada professor.
1.1: Os objetos de conhecimento trabalhados e as habilidades aprendidas ao decorrer da sequência.
A tabela abaixo visa abordar, resumida e brevemente, os conteúdos trabalhados e o que se espera ser aprendido. Em sua construção, utilizamos os objetos de conhecimento e as habilidades propostas na BNCC (BRASIL, 2018) para os 8⁰ e 9⁰ anos do Ensino Fundamental. Em sua disposição nos valemos do modelo de sistema retórico didatizado por Reboul (2004), onde encontram-se: invenção, disposição, elocução e ação.

Objetos de conhecimento
Habilidades
Invenção Estratégias de produção: planejamento e produção de apresentações orais.
Realizar planejamento de estratégias de argumentação, selecionar informações verossímeis capazes de fundamentá-las, estar em consonância com as ferramentas utilizadas, fazer uso de vocativo, adotar uma linguagem formal, ter cuidados com o uso dos marcadores composicionais.

Disposição  Construção composicional do gênero; elementos linguísticos. 

 Elocução   Elementos paralinguísticos e cinésicos, apreender o sentido geral de textos; apreciação, réplica e propostas.   

Sustentar e defender as próprias propostas e a imagem de si.
Apresentar cuidado com a entonação da voz, pausas e hesitações, respiração, modulação da voz, gestos e expressão corporal, o olhar direcionado ao público etc.
Colaborar com a construção de soluções ou conclusões a temáticas relevantes socialmente.
Ocupar os diferentes espaços do debate: enunciador, moderador
e plateia. Formular perguntas, argumentos e contra-argumentos coerentes. Respeitando os turnos de fala de cada participante.

   Ação     

Participação em discussões orais de temas controversos ou de relevância social; escutar, responder, comentar.
Fonte: Elaborado pelos autores.

AULA 1: APRESENTAÇÃO DA SITUAÇÃO
OBJETIVOS DA AULA: Realizar de maneira dinâmica um primeiro contato do gênero com a turma, sondando os conhecimentos prévios ali já presentes de modo que os direcione para uma produção inicial.
INTRODUÇÃO:
Recapitular os gêneros discursivos e a sua relevância social;
Questões a serem destacadas:
• O que é um gênero discursivo?
• Qual a diferença entre os gêneros e os tipos textuais?
• Por que os gêneros são relevantes socialmente?
Desenvolvimento: trazer à tona o processo eleitoral e a sua relevância.
Questionamentos norteadores:
• Vocês gostam de política? O que acham do período eleitoral?
• Qual a importância do processo eleitoral?
• Vocês viram o último debate?
Sugestão: Sobretudo em uma era circunscrita em meios digitais, é interessante levar as redes sociais para dentro da sala de aula, para tanto, sugerimos a apresentação de memes ou vídeos curtos sobre debates eleitorais.
Sugestões de memes:
https://images.app.goo.gl/u7jPaF4Y6nJtvEyLA
https://images.app.goo.gl/g6LF1KsrcqsTfvvW9
https://images.app.goo.gl/fcF9ckz4qKSiFCweA
Sugestões de vídeos:
Lula versus Maluf em debate eleitoral:
https://vm.tiktok.com/ZMFUGH1Rj/
Melhores momentos do debate eleitoral com os candidatos à presidência da República realizado em outubro de 2022, na rede Globo de televisão:
https://vm.tiktok.com/ZMFUG9exC/
• Introduzir o gênero debate eleitoral:
• O que é?
• Quem participa?
• Qual a sua importância no processo eleitoral?
Final da aula: propor realização de enquete para decidir o tema da “produção inicial”; disponibilizar o resultado e solicitar que, em duplas, se preparem para a realização do debate.
REFERÊNCIAS DA AULA:
BAKHTIN, M. Os gêneros do discurso. In: BAKHTIN, M. Estética da criação verbal. São Paulo: Martins Fontes, 1997. 277-326.
MARCUSCHI, L.A. Produção textual, análise de gêneros e compreensão. Parábola, 2012.
HORTA, Bruno Defilippo; SANT’ANNA, Priscila Fernandes. A importância do moderador para a educação da oralidade: uma proposta de sequência didática com o gênero debate público regrado. SOLETRAS , n. 31, p. 91-107, 2016.
JACOB, Ana Elisa; BUENO, Luzia. Sequências didáticas do gênero debate eleitoral e o desenvolvimento das capacidades de linguagem. Contra Corrente: Revista do Programa de Pós-Graduação Interdisciplinar em Ciências Humanas, n. 16, p. 68-94, 2021.
BRASIL. Ministério da Educação. Base Nacional Comum Curricular. Brasília, 2018.

AULA 2: A PRODUÇÃO INICIAL
OBJETIVOS DA AULA: com a produção inicial busca-se a visualização das habilidades já presentes na turma, a visualização do que apresenta mais deficiência para auxílio na adaptação das aulas futuras, além de estabelecer um parâmetro comparativo com a produção intermediária.
Sugestão de vídeo ao professor sobre como organizar um debate em sala de aula:
https://youtu.be/xt_22KM7K50
Preparação da sala: com a turma já dividida em duplas, fazer um círculo na sala de modo que todos tenham visão uns dos outros.
Introdução: Indicar aos alunos o que vai ser realizado em sala, relembrar o tema escolhido em enquete;
Sugestão de regras:
• As duplas só podem falar quando o mediador (professor) lhes passar a fala;
• O debate será dividido em dois blocos: um em que todos participarão obrigatoriamente, realizando perguntas e respostas, e o segundo onde a participação não é obrigatória.
• Primeiro bloco com participação obrigatória (35 minutos): As duplas terão cinco minutos para formular uma pergunta e um minuto para fazê-la , a pergunta será direcionada a uma dupla sorteada pelo professor;
• A dupla que responde também terá três minutos para formular a resposta e três minutos para respondê-la.
• Segundo bloco com participação facultativa (10 minutos): Se alguma outra dupla quiser responder uma pergunta para qual não foi sorteada, poderá solicitar esse direito ao/à professor(a), tendo três minutos para respondê-la.
Final da aula (10 minutos): realizar avaliação das duplas, deixar espaço para considerações e solicitar que respondam um pequeno questionário de autoavaliação a ser entregue e discutido na próxima aula.
• Como avaliam a participação de vocês no debate?
• O que acreditam que pode melhorar?
• Teria algum outro tema que vocês consideram que se sairiam melhor?
• Com o debate de hoje, vocês o consideram um gênero importante socialmente?
REFERÊNCIAS DA AULA:
HORTA, Bruno Defilippo; SANT’ANNA, Priscila Fernandes. A importância do moderador para a educação da oralidade: uma proposta de sequência didática com o gênero debate público regrado. SOLETRAS, n. 31, p. 91-107, 2016.
BRASIL. Ministério da Educação. Base Nacional Comum Curricular. Brasília, 2018.

AULA 3: APRESENTAÇÃO DE EXEMPLOS DO GÊNERO DEBATE ELEITORAL
OBJETIVO DA AULA: levar aos alunos uma experiência de contato mais direto com o gênero debate eleitoral através de vídeos que contenham trechos de debates eleitorais, a fim de que compreendam melhor o funcionamento e a organização do gênero e de seus componentes.
Desenvolvimento: Antes de apresentar os vídeos é interessante disponibilizar um pequeno questionário sobre situações que devem ser observadas pelos alunos nos vídeos apresentados.
Sugestão de questionário:
• Prestem atenção no comportamento do moderador e responda qual é o seu papel no debate eleitoral.
• Destaque algum tipo de vocativo (saudação) feita por algum candidato ao seu oponente ou ao público.
• Destaque um tipo de comportamento tido por um candidato que você considera inadequado em um debate.
• Além do mediador e dos candidatos, vocês acreditam que haja uma terceira parte importante para a realização de um debate?
• O que acharam a respeito da organização do debate?
Sugestão de vídeo: É um vídeo com a duração de 15 minutos do canal Brasil Escola no YouTube, o qual é iniciado por um trecho de um debate eleitoral televisionado e realizado pela rede Bandeirantes de televisão, com os candidatos à presidência da República, nas eleições gerais de 1989. Em seguida o professor Guga Valente aponta as características estruturais de um debate eleitoral.
https://youtu.be/u-etu9jmVCo
Outra sugestão de vídeo: É um vídeo com duração de 7 minutos e 26 segundos, disponível no canal do UOL no YouTube, onde dispõem-se trechos de debates eleitorais considerados históricos.
https://youtu.be/ncVSKEWaFUo
Final da aula: retomar características importantes do gênero abrindo espaço para as respostas dos alunos.
REFERÊNCIAS DA AULA:
JACOB, Ana Elisa; BUENO, Luzia. Sequências didáticas do gênero debate eleitoral e o desenvolvimento das capacidades de linguagem. Contra Corrente: Revista do Programa de Pós-Graduação Interdisciplinar em Ciências Humanas, n. 16, p. 68-94, 2021.
BRASIL. Ministério da Educação. Base Nacional Comum Curricular. Brasília, 2018.

AULA 4: ORGANIZAÇÃO ESCRITA DOS ARGUMENTOS
OBJETIVOS DA AULA: Disponibilizar um contato concreto, através da escrita, com os tipos de argumentos de modo a prepará-los para pré-organização dos próprios argumentos antes de passa-los à oralidade.
Introdução: apresentar aos alunos a importância de pré organizar os argumentos antes do debate;
• Para conseguir uma melhor disposição das informações;
• Para construir uma base argumentativa com maior sustentação;
• Para demonstrar mais firmeza no momento da elocução.
Desenvolvimento: apresentação de tipos de argumentos:
• Argumento de autoridade: o auditório é levado a aceitar a validade da tese pela credibilidade atribuída a alguém considerado autoridade na área;
Exemplo: É inconcebível calcular o número de gêneros do discurso existentes, pois de acordo com Bakhtin, eles são heterogêneos e mutáveis.
• Argumento por evidência: pretende-se levar o auditório à aceitação da tese por meio de evidências (fatos, pesquisas, análises etc);
Exemplo: Segundo apontamento da ONU – Organização das Nações Unidas, 61 milhões de brasileiros não têm garantia de comida, ou seja, vivem em insegurança alimentar.
• Argumento de princípio: o argumentador traz como justificativa um princípio, isto é, uma crença pessoal que tem por base uma constatação (lógica, científica, ética etc.)
Exemplo: A luta contra a desigualdade social é algo que exige, além de tempo, medidas interventoras eficientes para a população. Por exemplo, possibilitar acesso à educação de nível superior às classes que quase sempre ficaram de fora desses espaços é necessário e relevante nessa luta.
• Argumento de exemplificação: o argumentador apresenta exemplos representativos, os quais, por si só, já convencem o auditório a respeito do argumento;
Exemplo: Vejamos exemplos de experiências positivas, porém ignoradas pela grande mídia: Jundiaí (SP), Campinas (SP), São Caetano do Sul (SP), Campina Grande (PB) etc.
• Argumento de comparação (analogia): por meio de fatores de semelhança ou analogia, o argumentador leva o auditório à aceitação da tese;
Exemplo: A quebra de sigilo nas provas do Enem 2009, denunciadas na empresa, nos faz questionar quais seriam os responsáveis. O sigilo dessas provas deve pertencer às autoridades educacionais, do mesmo modo como a imprensa é responsável por seus próprios sigilos.
• Argumento por causa ou consequência: o auditório é levado à aceitação porque o argumento é apresentado como causa ou consequência dos dados apontados.
Exemplo: Não existem políticas públicas que garantam aos jovens a entrada no mercado de trabalho. Desta forma, grande parcela dos recém-formados em nível superior está desempregada.
Sugestão de atividades: solicitar que os alunos escrevam propostas argumentativas sobre temas de livre escolha, utilizando, no mínimo, dois tipos de argumentos dos que foram apresentados em sala.
Sugestão de jogo sobre os tipos de argumentos:
https://www.escrevendoofuturo.org.br/arquivos/9469/qpbrasil-alta-resolucao-av01.pdf
Final da aula: leitura das propostas argumentativas e solicitação da formação de duplas e da elaboração de perguntas a respeito de três temas disponibilizados pelo(a) professor(a), devendo ser uma pergunta para cada tema, para serem feitas na simulação da próxima aula.
Sugestão de temas: Meio ambiente, educação, saúde, violência, desigualdade social, analfabetismo etc.
REFERÊNCIAS DA AULA:
FERREIRA, Luiz Antônio. Leitura e persuasão: princípios de análise retórica. São Paulo: Contexto, 2010.
BRASIL. Ministério da Educação. Base Nacional Comum Curricular. Brasília, 2018.

OFICINA 9: Tipos de argumentos. Escrevendo o futuro, 2021. Disponível em: Acesso em: 04 de Nov. de 2022.

AULA 5: PRODUÇÃO INTERMEDIÁRIA: SIMULAÇÃO DE UM DEBATE ELEITORAL
OBJETIVOS DA AULA: simulação de um debate eleitoral de modo a perceber se o conteúdo trazido até o momento tem sido assimilado, se houve avanços desde a produção inicial até o momento, bem como, estabelecimento de um parâmetro comparativo para a futura produção final.
Sugestão de vídeo ao professor sobre a organização de um debate em sala de aula:
https://youtu.be/xt_22KM7K50
Preparação da sala: sugerimos que nesta etapa sejam feitas “bancadas” uma ao lado outra, de modo que o público (parte da turma que está, por hora, fora do debate) tenha ampla visão dos candidatos e que haja espaço de circulação para o mediador (aluno previamente sorteado).
Sugestão de regras:
• O debate será dividido em cinco blocos de 10 minutos cada (se for uma turma maior a produção pode se estender a outras aulas, de modo a possibilitar a participação de todos na experiência do debate eleitoral)
• Em cada bloco duas duplas vão debater, tendo direito a realizar uma pergunta (com tema sorteado pelo mediador) e a uma resposta (realizada pela dupla oponente com tema também sorteado pelo mediador);
• O mediador sorteará o tema (dentre os três pré-determinados) de cada pergunta feita pelas duplas;
• Cada dupla terá 5 minutos para realizar a pergunta e fazer a resposta, devendo administrá-los como achar conveniente.
• Ao fim de cada bloco sorteia-se as outras duas duplas para fazer oposição e o mediador, o restante da turma ocupa o espaço do auditório.
Final da aula: realizar avaliação das duplas e disponibilizar um pequeno questionário de autoavaliação.
Sugestão de questionário:
• Como vocês avaliam o desempenho que tiveram no debate de hoje?
• Acham que melhoraram em algum aspecto desde o primeiro debate?
• O que vocês acham que ainda precisa melhorar?
REFERÊNCIAS DA AULA:
HORTA, Bruno Defilippo; SANT’ANNA, Priscila Fernandes. A importância do moderador para a educação da oralidade: uma proposta de sequência didática com o gênero debate público regrado. SOLETRAS, n. 31, p. 91-107, 2016.
BRASIL. Ministério da Educação. Base Nacional Comum Curricular. Brasília, 2018.

AULA 6: A CONSTRUÇÃO DO ETHOS RETÓRICO (IMAGEM DE SI)
OBJETIVOS DA AULA: Esta aula vai introduzir conceitos que serão trabalhados e utilizados até o fim da sequência, neste momento é de suma importância demonstrar aos alunos que o nosso discurso não é só uma dúzia de palavras que proferimos e depois esquecemos, mas sim a construção de uma imagem de nós mesmos no momento da enunciação. É importante destacar que a construção dessa imagem corrobora com a persuasão do nosso auditório, as qualidades que eu demonstro no momento da enunciação são capazes de incitar paixões e admiração por parte do público, portanto, é necessário saber usar tal recurso a nosso favor.
Introdução: apresentar a importância de construir uma imagem de si positiva no momento da enunciação, e apresentar técnicas que lhes permitam realizar essa tarefa.
Sugestão de exemplo da construção da imagem de si através das redes sociais: apresentar técnicas de publicações utilizadas pela empreendedora Bianca Andrade ( ou de qualquer outro perfil com grande alcance na rede) através de publicações instantâneas na rede social Instagram. Enfatizando que tanto dentro das redes quanto fora delas, os recursos discursivos utilizados constroem uma imagem que está sendo apresentada ao auditório.
Perfil da Bianca Andrade no Instagram:
https://instagram.com/bianca?igshid=YmMyMTA2M2Y=
Desenvolvimento: apresentar recursos discursivos que possam corroborar com a construção do Ethos: estilo textual, figuras de linguagem, recursos lexicais etc.
Sugestão de atividade dinâmica: colocar os alunos frente a um espelho e pedir que descrevam uma imagem positiva de si mesmos, em seguida deverão produzir um parágrafo (utilizando os recursos cabíveis: figuras de linguagem, estilo textual, léxico etc.) sobre um tema de livre escolha, que deixe transparecer essa imagem.
Final da aula: solicitar que a turma já comece a se movimentar para a futura (fictícia ou não) eleição dos representantes de classe. É importante que no mínimo duas chapas se candidatem ao cargo de representantes até a aula 10, que antecede o debate eleitoral.
REFERÊNCIAS DA AULA:
DANTAS, Alexsandra. ROCHA, M. E. S. Afloramento do Ethos pós-pleito 2014 no Facebook. In: MARIANO, M. R. C. P.; ROCHA, M. E. S. Texto, discurso e ensino: reflexões e propostas. Editora Artnet comunicação, Aracaju-SE, 2016.
BRASIL. Ministério da Educação. Base Nacional Comum Curricular. Brasília, 2018.

AULA 7: OS ELEMENTOS NÃO-VERBAIS (PARALINGUÍSTICOS E CINÉSICOS
OBJETIVOS DA AULA: trabalhar com os alunos a importância dos elementos para além do discurso, enfatizar a importância da postura corporal, das expressões faciais, das pausas respiratórias, da sustentação do olhar diante do auditório etc, como estratégia na construção da imagem de si.
Introdução: receber os questionários de autoavaliação e introduzir a relevância dos elementos não-verbais para sustentação da argumentação;
Desenvolvimento: neste momento propomos a realização de uma atividade dinâmica que trabalhe esses elementos.
Sugestão: dinâmica dramatúrgica – os alunos vão ter que encenar situações sorteadas durante a aula.
Exemplo de situações: um(a) repórter anunciando o resultado de uma eleição, ou falando sobre o novo ganhador da loteria; um médico(a) receitando um medicamento ou tratamento; um juiz(a) dando uma sentença de condenação ou absolvição etc.
Final da aula: relembrar o porquê da realização da dinâmica dramatúrgica e a importância de exercitar esses elementos pois eles ajudam na construção de uma boa imagem de si e, consequentemente, na persuasão do auditório.
REFERÊNCIAS DA AULA:
JACOB, Ana Elisa; BUENO, Luzia. Sequências didáticas do gênero debate eleitoral e o desenvolvimento das capacidades de linguagem. Contra Corrente: Revista do Programa de Pós-Graduação Interdisciplinar em Ciências Humanas, n. 16, p. 68-94, 2021.
DANTAS, Alexsandra. ROCHA, M. E. S. Afloramento do Ethos pós-pleito 2014 no Facebook. In: MARIANO, M. R. C. P.; ROCHA, M. E. S. Texto, discurso e ensino: reflexões e propostas. Editora Artnet comunicação, Aracaju-SE, 2016.
BRASIL. Ministério da Educação. Base Nacional Comum Curricular. Brasília, 2018.

AULA 8: A ORGANIZAÇÃO DOS TURNOS DE FALA COM ÊNFASE NO PAPEL DO MODERADOR: PERGUNTAS E RESPOSTAS
OBJETIVOS DA AULA: Trabalhar com os alunos a organização do andamento do debate a partir da divisão dos turnos de fala; enfatizar o papel do moderador como organizador e possibilitador do andamento do debate; neste primeiro momento serão colocadas apenas perguntas e respostas. Relembrar a perspectiva da construção da imagem de si no momento de formular as perguntas e as respostas.
Introdução: apresentar a importância dos debates serem organizados em turnos de fala, colocando em destaque o papel do moderador, estabelecendo suas funções e sua organização das perguntas e respostas. Relembrar a importância do cuidado com a elaboração das perguntas e respostas, pois corroboram não só com a imagem de si, mas com a do oponente também.
Desenvolvimento: realização de atividade dinâmica que trabalhe a organização dos turnos de perguntas e resposta; elaboração de perguntas e respostas.
Sugestão de dinâmica: estabelecimento de um tema, disposição de uma caixa com palavras aleatórias, mas que estejam conectadas com os temas disponibilizados; o aluno já sabendo o tema em pauta no momento, vai até a caixa e retira uma palavra que deverá ser central na pergunta que ele terá três minutos para formular e direcionar a um colega de turma.
Disponível em: https://youtu.be/EfKeEvzvYb8
Final da aula: realizar questionário de fixação.
Sugestão de questionário:
• Qual a importância dos turnos de fala na organização de um debate eleitoral?
• Qual o papel do moderador no debate?
• Como as perguntas e as respostas elaboradas colaboram para construção da imagem de si e do oponente?
REFERÊNCIAS DA AULA:
JACOB, Ana Elisa; BUENO, Luzia. Sequências didáticas do gênero debate eleitoral e o desenvolvimento das capacidades de linguagem. Contra Corrente: Revista do Programa de Pós-Graduação Interdisciplinar em Ciências Humanas, n. 16, p. 68-94, 2021.
DANTAS, Alexsandra. ROCHA, M. E. S. Afloramento do Ethos pós-pleito 2014 no Facebook. In: MARIANO, M. R. C. P.; ROCHA, M. E. S. Texto, discurso e ensino: reflexões e propostas. Editora Artnet comunicação, Aracaju-SE, 2016.
BRASIL. Ministério da Educação. Base Nacional Comum Curricular. Brasília, 2018.

AULA 9: A ORGANIZAÇÃO DOS TURNOS DE FALA E DOS COMPONENTES DO DEBATE ELEITORAL: PERGUNTAS, RESPOSTAS, RÉPLICAS E TRÉPLICAS.
OBJETIVOS DA AULA: relembrar os conteúdos vistos em aula passada e dar continuidade à organização dos turnos de fala, implementando agora as réplicas e as tréplicas, enfatizando aqui também a importância da construção da imagem de si através de recursos verbais e não-verbais.
Introdução: revisar o que foi trazido na aula passada e implementar os conceitos de réplicas e tréplicas. Questionar os alunos a respeito dos conceitos trazidos.
Sugestão de questionário:
• Vocês sabem ou já ouviram falar sobre o que são réplicas e tréplicas?
Desenvolvimento: realização de atividade dinâmica que trabalhe os conceitos da aula passada introduzindo os novos.
Sugestão de dinâmica: dar continuidade à atividade dinâmica da aula passada, solicitando que além de perguntas e respostas também comentem as respostas (repliquem) e comentem os comentários das respostas (trepliquem).
Disponível em: https://youtu.be/EfKeEvzvYb8
• Essa dinâmica pode ser adaptada de outras formas, por exemplo: teremos uma caixa com perguntas prontas acerca de temáticas variadas, a pergunta sorteada deve ser respondida no tempo limite de 5 minutos pelo aluno, que solicitará a um colega que faça uma réplica da sua resposta em dois minutos, a tréplica deverá ser realizada pelo aluno que solicitou a réplica e que também terá 2 minutos.
Final da aula: realizar um questionário de fixação e relembrar o prazo para formação das chapas eleitorais que concorrerão à representação da classe.
Sugestão de questionário:
• Qual a importância da organização dos turnos de fala em um debate eleitoral?
• Qual a importância do mediador durante o debate eleitoral?
• Você acha que as perguntas e respostas, réplicas e tréplicas são úteis dentro do debate eleitoral?
REFERÊNCIAS DA AULA:
JACOB, Ana Elisa; BUENO, Luzia. Sequências didáticas do gênero debate eleitoral e o desenvolvimento das capacidades de linguagem. Contra Corrente: Revista do Programa de Pós-Graduação Interdisciplinar em Ciências Humanas, n. 16, p. 68-94, 2021.
DANTAS, Alexsandra. ROCHA, M. E. S. Afloramento do Ethos pós-pleito 2014 no Facebook. In: MARIANO, M. R. C. P.; ROCHA, M. E. S. Texto, discurso e ensino: reflexões e propostas. Editora Artnet comunicação, Aracaju-SE, 2016.
BRASIL. Ministério da Educação. Base Nacional Comum Curricular. Brasília, 2018.

AULA 10: O CUIDADO COM A DISSEMINAÇÃO DE FAKE NEWS E A PROLIFERAÇÃO DO DISCURSO DE ÓDIO.
OBJETIVOS DA AULA: Abordar em sala de aula dois temas atuais e presentes, ultimamente, tanto nos meios digitais quanto nas campanhas eleitorais, mas que são extremamente perigosos e podem gerar grandes impactos na sociedade. Chamar atenção ao trato cuidadoso com as notícias falsas que não devem ser disseminadas, bem como, o discurso de ódio não deve encontrar terreno fértil em suas bases de argumentação. Dessa forma esperamos inspirar nos alunos a participação ética, civilizada e respeitosa nos debates.

  • Sugerimos que os vídeos abaixo sejam compartilhados previamente com a turma de modo a discuti-los em sala:
    Sugestões de vídeos sobre fake news
    Eleitores do, então presidente, Jair Bolsonaro comemoram ao receber a notícia (FALSA) de que houve fraude nas eleições gerais de 2022: https://vm.tiktok.com/ZMFUt4yEU/
    O comediante Matheus Costa finge contar uma fake news para sua tia e deixa seu pai revoltado: https://vm.tiktok.com/ZMFUtQmX7/
    Sugestão de vídeo sobre discursos de ódio:
    O perfil safernetbr dispõe frases e a menina no vídeo (sem nome) define se é uma opinião ou um discurso de ódio, no aplicativo de vídeos Tiktok. https://vm.tiktok.com/ZMFUt4kNj/
    Introdução: neste momento de apresentação é necessário conceituar o que é uma fake news, trazendo exemplos, vídeos, imagens que demonstrem o impacto de uma notícia falsa, bem como, o do discurso de ódio, é importante ressaltar em casos reais quão devastador pode ser o resultado desse tipo de situação.
    Desenvolvimento: fazer um tutorial de como se livrar das notícias falsas e encontrar fontes confiáveis; realizar uma dinâmica onde os alunos diferenciam frases de opinião e discurso de ódio.
    Sugestão de vídeo com tutorial sobre fake news (sugerimos apresentação do vídeo em sala):
    Os sete meios de encontrar e identificar notícias falsas pelo canal da BBC NEWS BRASIL (5:02 minutos): https://youtu.be/1XYNl91Zh7c
    Sugestão de vídeo sobre discursos de ódio (sugerimos apresentação do vídeo em sala):
    Vídeo explicativo sobre discurso de ódio e liberdade de expressão e o impacto desse tipo de discurso, do Canal Tv campus UFSM no YouTube (11:34 minutos): https://youtu.be/SUXIZIxpDPQ
    Sugestão de dinâmica: em duplas os alunos vão se direcionar ao centro da sala com duas placas (papel ou papelão) com os dizeres: “opinião” e na outra “discurso de ódio”; o professor vai ler frases e as duplas vão decidir se consistem em frases de opinião ou de discurso de ódio levantando as respectivas placas para cada situação.
    Final da aula: revisar os conceitos da aula (o que é?, Como identificar?, Como combater?); por fim “cadastrar” oficialmente as chapas (sugerimos um máximo de três chapas) concorrentes à representação de classe para que se preparem para o debate eleitoral, pedindo que estudem a respeito do tema “educação” e tragam propostas de melhorias não só para turma como também pra comunidade escolar.
    REFERÊNCIAS DA AULA:
    HORTA, Bruno Defilippo; SANT’ANNA, Priscila Fernandes. A importância do moderador para a educação da oralidade: uma proposta de sequência didática com o gênero debate público regrado. SOLETRAS, n. 31, p. 91-107, 2016.
    JACOB, Ana Elisa; BUENO, Luzia. Sequências didáticas do gênero debate eleitoral e o desenvolvimento das capacidades de linguagem. Contra Corrente: Revista do Programa de Pós-Graduação Interdisciplinar em Ciências Humanas, n. 16, p. 68-94, 2021.
    BRASIL. Ministério da Educação. Base Nacional Comum Curricular. Brasília, 2018.

AULA 11: PRODUÇÃO FINAL – O DEBATE ELEITORAL PARA ELEIÇÃO DOS REPRESENTANTES DE CLASSE
OBJETIVOS DA AULA: observar, no desempenho de todos, se os conteúdos trazidos durante a sequência foram assimilados e se apresentaram utilidade aos alunos no momento do debate eleitoral entre as chapas; lembrando que mesmo os que não participam em alguma chapa, ou não foram sorteados para mediar o debate, estão participando como público eleitor, ou seja, o auditório alvo das estratégias de persuasão dos candidatos. Para além disso, também observaremos se houve avanços desde a produção intermediária até aqui.
Preparação da sala: novamente sugerimos a disposição de “bancadas” (de acordo com a quantidade de chapas que se cadastraram), devendo estar dispostas de modo a possibilitar uma ampla visão do público e espaço centralizado para o mediador.
Sugestões de regras:
• O debate será dividido em dois blocos, um de 30 minutos e outro de 10, os dez minutos finais da aula serão dedicados ao pleito de votação que elegerá a chapa de representantes.
• No primeiro bloco cada uma das chapas vai realizar uma pergunta dentro do tema “educação” com o tempo de dois minutos, o tempo de resposta é de quatro minutos.
• As réplicas serão de dois minutos enquanto as tréplicas serão de um.
• No segundo bloco cada chapa apresentará suas propostas de campanha no tempo hábil de três minutos.
• Ao fim do debate a parte da turma que ocupou o auditório depositará seus votos em uma caixa de papel elegendo assim a chapa com as melhores propostas.
Final da aula: realizar avaliação da turma e disponibilizar um novo questionário de autoavaliação.
Sugestão de questionário:
• Como vocês avaliam o seu desempenho durante as aulas?
• Vocês acreditam terem conseguido construir uma boa imagem de si durante o debate?
• Qual componente do debate eleitoral você foi: candidato, mediador ou auditório? Considera a sua posição importante para o gênero debate eleitoral?
• No que vocês acreditam terem melhorado durante as aulas?
• O que acreditam que ainda é necessário aprimorar?
• Por fim, para vocês, aprender sobre o gênero debate eleitoral foi útil em algum aspecto? Qual?
REFERÊNCIAS DA AULA:
DANTAS, Alexsandra. ROCHA, M. E. S. Afloramento do Ethos pós-pleito 2014 no Facebook. In: MARIANO, M. R. C. P.; ROCHA, M. E. S. Texto, discurso e ensino: reflexões e propostas. Editora Artnet comunicação, Aracaju-SE, 2016.
JACOB, Ana Elisa; BUENO, Luzia. Sequências didáticas do gênero debate eleitoral e o desenvolvimento das capacidades de linguagem. Contra Corrente: Revista do Programa de Pós-Graduação Interdisciplinar em Ciências Humanas, n. 16, p. 68-94, 2021.
BRASIL. Ministério da Educação. Base Nacional Comum Curricular. Brasília, 2018.

CONSIDERAÇÕES FINAIS:
A partir do que foi proposto e do suporte teórico que tomamos por base de nosso trabalho, esperamos possibilitar a alunos e professores uma experiência dinâmica com o gênero debate eleitoral, tomando como pressuposto a seguinte afirmação de Bakhtin (2003): “ quanto melhor dominarmos os gêneros tanto mais livremente os empregamos”. Para além disso, acreditamos e esperamos que, com as sugestões feitas e as adaptações necessárias, os professores consigam trabalhar em sala os valores e técnicas para uma boa argumentação e para a construção da imagem de si, bom como, esperamos que os alunos não só aprendam, mas que também ponham em prática através de uma participação crítica e ativa na vida pública, defendendo seus posicionamentos sem desrespeitar as opiniões divergentes.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:
BAKHTIN, M. Os gêneros do discurso. In: BAKHTIN, M. Estética da criação verbal. São Paulo: Martins Fontes, 1997. P. 277-326.
BRASIL. Ministério da Educação. Base Nacional Comum Curricular. Brasília, 2018.
DANTAS, Alexsandra. ROCHA, M. E. S. Afloramento do Ethos pós-pleito 2014 no Facebook. In: MARIANO, Márcia R. C. P.; ROCHA, Maria E. S. Texto, discurso e ensino: reflexões e propostas. Aracaju: Editora Artnet comunicação, 2016.
DOLZ, J.; NOVERRAZ, M.; SCHNEUWLY, B. Sequências Didáticas para o oral e a escrita: apresentação de um procedimento. In: DOLZ, J.; SCHNEUWLY, B. Gêneros orais e escritos na escola. 2ª ed. Campinas: Mercado de Letras, 2010.
FERREIRA, Luiz Antônio. Leitura e persuasão: princípios de análise retórica. São Paulo: Contexto, 2010.
HORTA, Bruno Defilippo; SANT’ANNA, Priscila Fernandes. A importância do moderador para a educação da oralidade: uma proposta de sequência didática com o gênero debate público regrado. SOLETRAS, n. 31, p. 91-107, 2016.
JACOB, Ana Elisa; BUENO, Luzia. Sequências didáticas do gênero debate eleitoral e o desenvolvimento das capacidades de linguagem. Contra Corrente: Revista do Programa de Pós-Graduação Interdisciplinar em Ciências Humanas, n. 16, p. 68-94, 2021.
MARCUSCHI, L.A. Produção textual, análise de gêneros e compreensão. Parábola, 2012.
NETO, J. T. SANTOS, V. C. A. A produção textual em sala de aula: uma atividade retórico-discursiva. In: MARIANO, Márcia R. C. P.; ROCHA, Maria E. S. Texto, discurso e ensino: reflexões e propostas. Aracaju: Editora Artnet comunicação, 2016.
REBOUL, Olivier. Introdução a retórica. Trad. Ivone Castilho Benedito. São Paulo ‘ Martins Fontes, 2004.
SCHNEUWLY, Bernard; DOLZ, Joaquim. Gêneros e tipos de discurso: considerações psicológicas e ontogenéticas. In: ROJO, Roxane; CORDEIRO, Gleis Sales. Gêneros orais e escritos na escola. Campinas, SP: Mercado de Letras, 2004.